Sou só eu agora?

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Bufei impaciente e me levantei guardando a chave em meu bolso enquanto checava se o celular estava no outro. Andrei havia descido para ir buscar comida já fazia mais de uma hora, eu estava cansada de esperar.

Girei a maçaneta e enruguei as sobrancelhas quando a porta não abriu. Tentei mais algumas vezes, olhei pelo olho mágico e encontrei tudo vazio.

Andrei não faria isso.

Olhei ao redor e comecei a procurar em todas as gavetas e estantes possíveis alguma chave. Não estava acreditando que Andrei havia feito isso comigo. Tentei ligar para Andrei três vezes para ter certeza de que seu celular realmente estava desligado. Fui até o telefone que havia no quarto e levei a orelha apertando o botão repetidas vezes até perceber que estava sem linha. Procurei por algum botão que ligasse o aparelho, mas somente o que eu encontrei foi um fio cortado.

Eu estava cansada de me tratarem dessa forma, me apunhalando e agindo como se eu fosse uma criança! Tirei meu celular do bolso e abri a internet. Não lembrava o nome do hotel, mas procurei pelas ciglas do guardanapo e não demorou muito para que eu encontrasse o número do hotel.

Hotel Savassi New York, Boa tarde. — não sabia o que agir ou como falar.

— Eu... Hm.. Preciso de uma chave. — olhei pela janela, estávamos no 18° andar.

Desculpa, não entendi. A senhora quer alugar um quarto?

— Não! Eu já tenho. Quer dizer, — fechei os olhos e sacudi a mão — eu estou hospedada, eu só preciso de uma chave.

Uma chave? Um momento. Eu não sei o que essa senhora está querendo dizer, ela está falando que está hospedada, mas precisa de chave.

— Moça! — chamei mordendo a ponta da unha.

— Sim?

— O meu amigo saiu e levou a chave, eu estou trancada.

Ah sim, mas vou pedir para que ligue do telefone do proprio quarto para que nós possamos lhe ajudar. — pediu e eu encarei o telefone com o fio cortado.

— Eu tentei, mas o telefone está quebrado. — expliquei e ela ficou muda por alguns segundos.

Pode me dizer seu nome completo?

— Scarlett Yevandrovisck.

Não encontramos nenhum quarto com esse nome, senhora.

— Deve estar no nome do meu amigo, Andrei Yevandrovisck. — mordi o lábio.

Encontrei. Vou pedir para que fique próximo a porta para que quando o rapaz chegar ele possa confirmar com a senhora, ok?

— Ok.

Pode ficar na linha comigo?

— Claro.

Certo, ele está subindo.

Nós ficamos em silêncio por algum tempo, eu aguardei em frente a porta por menos de dois minutos até que as batidas na porta foram soadas.

— Chegou, moça! — informei e ela riu.

Ótimo! Posso ajudar com mais alguma coisa? — um rapaz uniformizado apareceu do outro lado da porta, me despedi da moça e desliguei o telefone. Após agradecer ao rapaz, eu pedi para que ele me guiasse até a saída onde havia táxis. Eu estava nervosa em ter que sair sozinha, eu podia contar as vezes que sai sozinha em toda vida em minhas mãos. Respirei fundo sentindo a ansiedade me consumir e fechei as mãos em punho quando o taxista abriu a porta para que eu entrasse.

• NIKOLAI • 1º Livro da série de "Os Filhos de Bratva"Onde histórias criam vida. Descubra agora