Encontro Inesperado

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Hinata, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Hi-na-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. Hinata...

Ainda me lembro do dia em que a conheci. A linda garota de olhos perolados e voz meiga, indo levar flores no túmulo do seu primo morto na última guerra, deixava uma lágrima escorrer pelo seu rosto de traços angelicais. Sim, eu já a conhecia bem antes, mas nunca tinha reparado nela.

Kami-sama, como não a notei antes? Estava tão cego de ódio e vingança que acabei olhando para o lado errado. Talvez, outrora, se ela tivesse falado comigo, quem sabe eu não teria desistido de tudo? Sim, ela exerce esse tipo de poder sobre mim. Seria seu jeito meigo? A voz doce? O olhar triste? Não sei. Creio que seja uma junção de tudo isso.

Será eu, Uchiha Sasuke, digno de receber um amor tão puro como o dela? Me pergunto isso todos os dias

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Será eu, Uchiha Sasuke, digno de receber um amor tão puro como o dela? Me pergunto isso todos os dias. Quem poderia imaginar que Naruto, aquele usuratonkachi, fosse capaz de despertar a paixão numa garota tão culta e delicada como ela?! Sinceramente, eu não sei, e confesso que isso me causa certa inveja.

- S-Sasuke-kun?! - Espantada, ela me chamou pela primeira vez.

Sua voz, ah, sua voz...

A princípio não respondi. Eu havia acabado de chegar a Konoha após dois anos do fim da guerra. Obviamente eu a conhecia, porém nunca havíamos trocado sequer uma palavra. Apenas virei-me para trás e a encarei, creio que acabei por intimidá-la, pois ela abaixou a cabeça e entrelaçou as mãos rente ao corpo.

- Naruto-kun vai ficar feliz com a sua chegada. - Murmurou baixinho, dando um genuíno sorriso.

Aquele primeiro contato me deixou entorpecido, pois era a primeira vez que ela dirigia a palavra a mim, pelo menos até onde eu me lembrava. Também me recordava que ela era apaixonada por Naruto e, a julgar pelo fim da guerra e o andar das coisas, acreditava que naquela altura eles estariam num relacionamento.

Por um breve momento nos olhamos sem dar uma palavra. Senti um certo desconforto naquela situação, minhas habilidades sociais eram nulas; ainda são, na verdade. Sinceramente, não esperava encontrar alguém na minha chegada à Konoha, pois intencionalmente planejei chegar tarde da noite para não ter os olhares voltados a mim, mas não esperava encontrar alguém saindo do cemitério naquele horário, ainda mais uma garota.

- Não é seguro andar essa hora da noite sozinha, Hyūga. - respondi, olhando-a nos olhos.

Senti que ela ficou um pouco nervosa e assustada com as minhas palavras.

- Quem vai ao cemitério a essa hora? - fiz uma pergunta retórica, que rapidamente foi respondida. Sua expressão mudou de assustada para triste e o olhar cabisbaixo...

- Bem... Nesse horário não tem ninguém para atrapalhar minha oração aos deuses. Venho aqui quase todas as noites. O silêncio me permite sentir a presença do meu irmão.

Hyūga Neji...

Eu me lembrava bem dele, e por um momento tive lembranças do Exame Chūnin, quando éramos um bando de pirralhos tentando provar algo para nós mesmos. Ele era uma das pessoas que eu mais tinha vontade de lutar, sempre quis provar o poder do Byakugan contra meu Sharingan, mas aquilo já era um desejo distante e impossível de se concretizar.

Hinata estava ficando nervosa com o meu silêncio

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Hinata estava ficando nervosa com o meu silêncio. Parecia tentar se esquivar daquela situação, mas não sabia como. Olhei ao nosso redor e, apesar de ainda não ter andado tanto pela vila, algumas mudanças eram perceptíveis. O próprio cemitério havia sofrido alterações devido à última guerra onde muitas pessoas foram vitimadas, fazendo com que seu tamanho dobrasse. Foi uma constatação bem triste, na verdade...

- Você tem onde ficar, Sasuke-kun? - perguntou.

- Eu ainda tenho as chaves do meu antigo alojamento.

- Ah, que bom. Você pretende ficar por aqui agora?

Eu estava cansado e aquela papo furado estava me deixando inquieto.

- Somente por um tempo. Ainda estou investigando coisas sobre a Kaguya e o clã Ōtsutsuki. - Suspirei, olhando-a nos olhos. - Vá para casa e não conte a ninguém que me viu. - Notei sua expressão de surpresa. - Não quero uma comoção desnecessária em volta de mim.

- Mas... Você não é mais um Nukenin e o Naruto-kun... - interrompi-a.

- Não vou dizer duas vezes. - falei, passando por ela e indo em direção à minha residência.

Com o canto dos olhos notei que ela ficou paralisada. Parecia me temer, e aquilo me atiçou. Exercer o controle pelo medo em alguém tão indefeso... Ao mesmo tempo que me senti satisfeito, também me sentia mal; mas era tão bom...

Como eu poderia imaginar que aquele primeiro contato nos levaria ao ponto que nos encontramos hoje?

Como eu poderia imaginar que aquele primeiro contato nos levaria ao ponto que nos encontramos hoje?

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Feliz Natal, minna-san! Como vocês passaram? Espero que tudo tenha corrido bem.
Cara, eu amo SasuHina >< acho que eles combinam justamente por serem tão opostos. O que vocês acham?

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⏰ Last updated: Dec 26, 2022 ⏰

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