Eu estava cansada, dolorida e talvez um pouco arrependida... Porque havia sido daquela forma, transei por impulso e mais de uma vez. Sem falar de Andrei, que eu simplesmente não sabia até onde ele tinha visto e essa idéia me incomodava um pouco.

Eu optei por não me torturar por muito tempo com aquele tipo de pensamento, subi as escadas e apaguei. Senti quando Nikolai chegou, tive a sensação que ele ficou me encarando, mas não posso garantir isso porque preferi não abri os olhos para checar.

No dia seguinte acordei mais cedo que o normal, e pela primeira vez antes dele.

Os fios loiros e rebeldes estavam espalhados pelo travesseiro, um braço jogado sobre mim e o outro atrás de sua cabeça. Sua feição era séria, a respiração calma e eu não pude ignorar sua ereção matinal.

Eu sabia que isso ocorria apenas por um fluxo maior de sangue, eu havia estudado sobre nas aulas de biologia, Se tratava de algo comum na verdade, mas mesmo sabendo disso, não fui capaz de desviar minha atenção dos lençóis que cobriam seus quadris.

Era isso, Nikolai podia ser um monstro, o pior deles. Mas, era inegável o quanto ele era gostoso.

Eu levantei, eram quatro horas da manhã, lá fora ainda estava escuro e eu estava sem sono. Fui na cozinha preparar café e procurei por bolo, mas só havia bolo gelado e eu queria comer um bolo de cenoura com chocolate.

Então eu procurei por todos os ingredientes, com medo de acordar alguém, eu não usei batedeira ou liquidificadores... Apenas bacias e minhas mãos. Após quinze minutos o bolo estava no forno, então eu tratei de preparar a calda e em seguida o café. O céu começou a clarear e eu me vi com a oportunidade de ver o sol nascer. Peguei um prato com diversas fatias de bolo e assim que abri a porta da varanda o guarda que estava sentado nas escadas se levantou já apontando uma arma para mim.

— Vou ter que pedir para que a senhora entre. — ele pediu educadamente guardando o revólver no cinto.

— Hm... Você apontou uma arma para mim, e eu trouxe bolo. O que você acha de assistirmos o pôr do sol juntos? — sugeri erguendo o prato. Ele ajeitou a postura e negou.

— As ordens de Nikolai foram claras. Só temos permissão para falarmos com a senhorita quando for ordem ou em sua presença. — garantiu e eu franzi o cenho.

— Ele fez o quê?

— Senhorita, por favor... — apontou para a porta impaciente.

— Pode deixar. — a voz rouca e sonolenta de Nikolai atrás de mim foi o suficiente para que ele assentisse e nós deixasse. Respirei fundo ainda sem olhar para trás e sentei na escada, para minha surpresa, ele sentou ao meu lado. E como se não fosse o suficiente roubar um dos meus pedaços de bolo, ele roubou justamente o que estava em minha mão.

— Sério? — questionei o encarando, ele segurou o riso enquanto mastigava encarando o bolo.

— Não foi Anja que fez isso. — ele murmurou girando o pulso que segurava o bolo, como se fosse algo de outro mundo. Ergui uma das sobrancelhas.

— Sim, quem fez fui eu. — ele me encarou.

— Por isso está horrível. — abri a boca ofendida e deferi um tapa em seu ombro.

— Horrível é a sua cara! — ele gargalhou jogando a cabeça para trás.

— Nossa! Como estou ofendido com essa sua mentira. — exclamou com um tom exagerado e falso que me fez revirar os olhos.

— Você é ridículo. — ele sorria ainda quando roubou outro pedaço.

— Aí, para com essas ofensas, sua bobona! — continuou com seu deboche sobre mim.

• NIKOLAI • 1º Livro da série de "Os Filhos de Bratva"Where stories live. Discover now