Rivalidade entre irmãos - Anamika

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Kelsey pegou um cantil de água e me ofereceu. Eu peguei e bebi. Não tinha percebido que estava com tanta sede. Kelsey falou baixinho:

— É uma desonra para a morte de nossos entes queridos se nos excluirmos da felicidade. Jogarmos fora o que poderia ter sido e desperdiçarmos nossas oportunidades. Cada um de nós tem um propósito, um destino, e para realizá-lo, é preciso procurar além do que pensamos sermos capazes de fazer. — Nossos olhos se encontraram— Uma mulher sábia uma vez me disse que precisamos aprender a lição da flor de lótus: todas as experiências humanas, as boas e as ruins, são como a lama em um rio. Podemos nos enraizar na dor e sofrimento, mas nosso trabalho é subir acima disso, encontrar o sol e florescer. Só então nós podemos trazer luz para o mundo dos outros.

— Você soa como minha velha avó.

— Velha? Fale por você. Você é muito mais velha que eu. Confie em mim.

— E por que eu deveria escutar a sabedoria de uma jovem?

Ela encolheu os ombros.

— Você tem que decidir por si mesma se vai aceitar meu conselho ou não.

— Por que você está aqui?

Ela colocou a mão em meus ombro.

— Nós viemos para ajudar.

Eu sorri, agradecida, mas duvidando de que ela poderia fazer alguma coisa para me ajudar.

— Como alguém tão pequeno pode me fornecer qualquer tipo de ajuda?

Ela sorriu e disse:

— Siga-me e verá.

Acompanhei Kelsey pelo acampamento. Ela estava impressionada com a quantidade de pessoas vivendo ali. Eu estava relaxada e confiava nela o suficiente para conversar, como se ela fosse uma amiga.

— Antes de meu irmão ser levado, por vezes fiquei para trás para cuidar do acampamento com essas mulheres. Eu estava sempre ao seu lado até que meu irmão foi capturado e eu fui presa pelo demônio. Quando éramos mais jovens, nosso pai nos ensinava juntos. Nós éramos inseparáveis. Nossas babás diziam que éramos duas metades de um melão amargo, especialmente quando nossos temperamentos eram despertados. Rapidamente se tornou óbvio que Sunil era um poderoso guerreiro e líder natural, eu era dotada na organização dos exércitos. Embora ele me dominasse na força, muitas vezes eu o vencia com astúcia. Juntos éramos imparáveis. Sunil sempre respeitava minhas opiniões, e entre nós, sempre ganhamos as disputas, éramos bem sucedidos em cada manobra e vencíamos todos os obstáculos. Nós éramos uma equipe imbatível, até agora.

Toquei meu queixo machucado, lembrando-me do golpe que levei de meu irmão. Eu nunca tinha pensado que ele poderia me machucar um dia. Kelsey me olhou com pena e me guiou até uma tenda que eu não tinha visto antes. Ela puxou a abertura para que eu entrasse.

— Foi montada aqui na periferia do acampamento, então acho que o homem esqueceu onde estava.

Eu entrei na tenda e olhei surpresa para tudo o que havia ali: pilhas de roupas, cobertores, chinelos macios, meias grossas, luvas, chapéus e muitas ataduras.

— É um presente dos deuses!

— Algo do tipo.

Eu fiquei ali, agradecida por aqueles suprimentos. Mas eu tinha certeza de que não estavam ali antes. Eu conhecia muito bem o meu acampamento. Queria perguntar onde Kelsey havia conseguido aquelas coisas. Tais suprimentos não poderiam estar dentro de sua bolsa.

— Há mais. Venha para fora.

Não muito longe dali, havia, entre as pedras, uma fonte de água borbulhante. Coloquei minha mão nela e a água estava quente. Naquele momento, imaginei meu corpo imerso naquelas águas e sorri com esse pensamento.

O destino do tigre - POV tigresDonde viven las historias. Descúbrelo ahora