Quimera - Ren

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Quando conheci Kelsey, ela era uma jovem corajosa e altruísta. Capaz de se sacrificar para ajudar outras pessoas. Ela também apresentava um grande senso de justiça e uma bondade infinita. Mas ela era insegura e incapaz de ferir alguém. Mas Kelsey mudou. E tornou-se uma guerreira implacável.

Durga, é a deusa mãe da Índia, graças à sua compaixão e bondade. Ela foi capaz de conquistar o amor de Shiva, que, mesmo sendo um asceta, casou-se com ela e lhe devotou todo o seu amor. Mas ela assumiu a forma da guerreira invencível para derrotar demônios. Em sua face negra, ela é Kali, a destruidora. Durga possui todas essas faces dentro de si e assume aquela necessária para vencer as batalhas. Assim como Kelsey, que se sacrificou no fogo da Fênix, à semelhança de Sati.

Kelsey lutou contra Lokesh, auxiliando a Kishan e a mim para a sua própria liberdade. Ela lutou contra os Raksharas para libertar a mim e a meu irmão. Ela derrotou os Lordes da chama, quando Kishan e eu não fomos capazes.

Kelsey atacou os gêmeos, congelando-os para que Kishan e eu pudéssemos nos livrar das chamas que queimava nosso corpo. Nós estávamos muito debilitados e assumimos a forma do tigre para nos curarmos mais rápido. Mas um dos irmãos se libertou.

Shala nos ameaçou, mas Kelsey o atacou, lançando suas correntes de água contra o lorde, apagando suas chamas. Mas o homem estava irado. Ele olhava para Kelsey com raiva. Seu único desejo agora, era derrotá-la, vingar-se dela. Eu percebi a satisfação no olhar de Shala, mesmo derrotado. Então procurei pelo outro irmão. E o vi.

Wyea vinha em direção a Kelsey, segurando sua Gáe bolda, pronto para atacá-la. Só tive tempo de gritar por ela e me jogar à sua frente.

Senti a arma penetrar em meu peito e meu corpo tombar, junto com o de Kelsey. Senti Kishan nos puxar para o alto da plataforma. Senti a arma se aprofundar em meu peito e o gosto de sangue na boca. Gritei de dor e ouvi a risada dos gêmeos atrás de mim. Olhei para Kelsey e ela estava em choque, olhando para a arma enfiada em meu peito. Eu não conseguia falar. A dor era intensa.

Kelsey se levantou e virou-se para os gêmeos. Vi sua face mudar. Kali. Destruidora. Implacável.

Ela direcionou sua ira para um dos irmãos. Lançou contra ele seus jatos congelantes. Havia um vento gelado soprando. Eu sentia dores terríveis. Sentia a arma penetrando em meus pulmões, impedindo o ar de entrar. O meu corpo tentava se curar, mas a arma continuava me ferindo. Era como na mitologia, quando Prometeu foi punido pelos Deuses e via todo dia seu fígado ser comido por aves e se curar à noite, em um sofrimento constante. Kishan tentava retirar a arma, mas não conseguia.

Eu estava quase inconsciente quando Kelsey se ajoelhou ao meu lado. Ela conversava com Kishan, preocupada. Minha mortal Deusa havia se acalmado. Seu semblante implacável agora voltara ao original. Kelsey me olhou amorosa, com os olhos cheios de lágrimas. Ela colocou minha cabeça em seu colo e acariciou meus cabelos. Uma lágrima caiu em minha testa.

— Por favor, não morra — sussurrou.

Eu tentei me virar para ela, mas gemi de dor.

— Shh. Tente não se mover.

Ela colocou uma xícara em meus lábios e eu engoli a água, sentindo meu peito sangrar.

— Está tudo bem. Tudo vai ficar bem — ela tocou os lábios em minha testa. — Há tanta coisa que eu preciso te dizer. Por favor, não me deixe.

Asambhava.— eu sussurrei.

Kelsey sorriu e disse:

— Ótimo. Porque eu pretendo mantê-lo perto por um tempo.

Então Kishan se ajoelhou a meu lado, segurando a faca sai.

— Isto vai ser difícil. Os dardos estão em seus pulmões e coração.

O destino do tigre - POV tigresWhere stories live. Discover now