Chegamos à esplêndida cidade da luz. Desmontamos os Qilins e nos despedimos deles, depois de agradecermo-lhes pelo transporte.
Dormimos durante toda a tarde e o início da noite. Acordamos e caminhamos para o vale, em direção aos arredores da cidade. Todas as pessoas pareciam estar se dirigindo a alguma espécie de templo.
Espiando através das árvores escuras, aprendemos que os cidadãos eram chamados de Bodha. Eles brilhavam como os Rakshasas, mas com uma luz dourada e as tatuagens que eles usavam pareciam apenas decorativas. Eles não pareciam agressivos, apesar de terem o físico musculoso de guerreiros. Ao estudarmos a cidade dourada, eu sussurrei as palavras de um poema.
Eldorado
Por Edgar Allan Poe
Gentil, faceiro,
um cavaleiro,
sob sol e sombreado,
seguiu avante,
cantarolante,
em busca do Eldorado.
Mas o andarilho
ficou tão velho,
no âmago assombrado,
por não achar
nenhum lugar
assim como Eldorado.
E, enfim diante
de sombra errante,
parou, quando esgotado
e arguiu-lhe "onde,
sombra, se esconde
a terra de Eldorado?"
"Sobre as montanhas
da lua e entranhas
do Vale Mal-Assombrado,
vá com coragem," disse a miragem,
"se procuras o Eldorado".
— Você acha que daqui que veio a lenda de Eldorado? — Perguntou Kelsey.
— Eu não sei, mas certamente parece uma cidade de ouro.
Kishan pediu o lenço divino e então sussurrou pedindo-lhe um disfarce de Bhoda. Ao desenrolar-se do lenço, ele tinha a pele dourada, os cabelos, cílios e sobrancelhas estavam prateados. Sua pele tinha escamas e ele tinha pedras preciosas ao redor dos olhos, usava um tecido amarrado à cintura e pulseiras vermelhas. Kelsey olhou para ele com admiração.
Peguei o lenço e também pedi um disfarce Bhoda. Depois passei o tecido para Kelsey. Ela o segurou, mas ficou olhando para mim e para Kishan, sorrindo levemente e com um ar de aprovação. Eu lhe dei uma cotovelada de leve, enquanto Kishan ria. Kelsey usou o lenço para se fantasiar e nos perguntou como estava. Kishan e eu a circulamos para avaliar.
— Não é ruim — disse Kishan.— Está bonita .
Kelsey ergueu os braços para olhar a si mesma, enquanto eu a observava. Ela estava linda. Seus braços foram coberto com borboletas da cor esmeralda e videiras pretas. Seus cabelos longos eram cor de marfim. Ela usava joias de ouro incrustadas que se pareciam com esmeraldas e um vestido que parecia feito com fios de luz das estrelas. Eu me abaixei para pegar as mochilas, enquanto lhe descrevia sua aparência:
— Suas pálpebras estão cobertas com pequenas esmeraldas que irradiam para fora e para baixo em suas maçãs do rosto. Pedras de topázio pontilham da sua testa e sobrancelhas para o couro cabeludo. A pele das suas bochechas e testa estão tingidas de uma tonalidade verde esmeralda que descem até o seu pescoço e ombros, mas depois se desvanece em ouro — eu me levantei e caminhei até ela — Seus lábios, seus olhos — Eu permaneci olhando por alguns momentos. Ela sempre conseguia me surpreender com sua aparência. Sob qualquer disfarce, ela ainda era maravilhosa — são de ouro também. A única coisa faltando... é isto.
YOU ARE READING
O destino do tigre - POV tigres
FanfictionA busca pelos prêmios de Durga está chegando ao fim. Mas antes de quebrar a maldição do tigre, Ren, Kishan e Kelsey terão que enfrentar novas aventuras cheias de perigo, ao mesmo tempo em que lidam com seus sentimentos. Novas surpresas, novos person...