Rakshasas - Kishan

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Finalmente enxergamos uma luz ao longe, indicando a saída do túnel. Kelsey estava tão cansada, que precisamos colocá-la entre nós dois e cutucá-la o tempo todo para que ela não dormisse. Nem o suco da fruta de fogo estava mais resolvendo.

Saímos para a floresta de árvores de fogo e colocamos Kelsey em um canto escuro, enquanto procurávamos na floresta algum indício da presença dos Rakshasas.

— O que é? — Kelsey sussurrou. — Por que nós não estamos nos preparando para um longo cochilo na floresta?

— Nós temos que procurar por Rakshasa. A Fênix nos alertou. Lembra? — Respondi.

— Eu não vejo nada.

— É isso o que me preocupa — Ren respondeu.

— Bom, qual é o problema? Nós enfrentamos demônios antes e sobrevivemos. Eles não podem ser piores do que os kappa, podem?

—Rakshasa são caçadores — Ren explicou — eles andam a noite, são bebedores de sangue. Seu apetite é insaciável.

Eu completei:

— Eles são demônios da mitologia indiana. Diz-se que eram perversos, humanos ruins amaldiçoados para viverem a eternidade como monstros. Eles só podem ser destruídos utilizando armas especiais ou com uma haste de madeira atravessando o coração. São trapaceiros e usam poderes mentais para confundir suas vítimas e atraí-las para fora de suas casas.

— Você está falando de vampiros.

Ren assentiu.

— Eles são como a versão europeia dos vampiros.

— Kelsey me convenceu a assistir um filme de vampiro com ela bem recentemente e tenho que dizer que os Rakshasa são tanto da raça dos vampiros americanos quanto o kraken é um polvo. Esses vampiros não só bebem sangue, mas também se alimentam da carne, especialmente carne em decomposição.—Completei.

— Oh. E nesse exato momento nós cheiramos... como alimento.

Ren baixou a cabeça ligeiramente, concordando.

— Parece seguro o suficiente por agora, mas sugiro que revezemos entre dormir e atravessar a floresta o mais rápido possível.

Saímos para a floresta, mas estávamos preocupados. Ren avisou:

— Nós temos que resolver nosso problema. Nós fedemos como os mortos.

— Estamos deixando um rastro.

— Acho que posso lidar com isso — Kelsey falou.

— O que você quer dizer? — Ren perguntou.

— As árvores podem queimar o nosso cheiro. Foi algo que a Fênix mencionou quando perguntei como eu me curei estando tão queimada. Elas não podem fazer nada em relação às nossas roupas, mas nós podemos fazer novas.

— O que precisamos fazer?

— Ponha as mãos em uma árvore e concentrem em sua energia. O calor será puxado de suas raízes. Deixe que ele circule em você e limpe seu corpo. Isso irá queimar suas roupas e pode arder um pouco, mas o calor também irá curá-los. Vocês dois vão para aquela clareira e eu ficarei aqui.

Nós estávamos muito cansados e precisávamos dormir. Mas aquele cheiro de morte e podridão em nossos corpos certamente atrairia os demônios. O jeito era aceitarmos a sugestão de Kelsey. Ren e eu deixamos as nossas armas com ela e saímos para nos limpar eu um local mais afastado.

Segui as recomendações de Kelsey e encostei as mãos no tronco de uma árvore e tentei me concentrar. Foi difícil no começo, mas logo eu senti o calor em minha pele. Queimou um pouco e eu gemi ligeiramente, mais pelo susto do que pela dor. Senti um vento quente soprar sobre a minha pele e meus cabelos e então eu estava limpo.

O destino do tigre - POV tigresWhere stories live. Discover now