Qual é o Seu Nome?

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   -Será que alguém se feriu? - Michael pensou aflito. Então Renee parecendo ter lhe adivinhado os pensamentos disse:

   -É minha filha doutor, está sangrando! -Ela apontou em direção a um canto da parede, onde Beatriz estava sentada no chão.

   -Sai daqui, sai daqui, sai ! -Ela gritava.

   -O quê. . .O que ela está fazendo?- Michael perguntou, meio que para si mesmo, então se deu conta da gravidade da situação, - Está furando a própria pele com um lápis! - Ele exclamou correndo para perto dela, para tentar ajudar.

-O que houve? -O doutor Victor perguntou ao entrar no quarto, -o que está acontecendo?

   - É minha filha doutor. Esta tendo uma crise! -Renee respondeu atemorizada.

   -Você ja deveria ter se acostumado com os ataques dessa garota. -Patrick disse ao pé da porta, não se atrevendo a entrar. Também não quis contemplar o estado da filha, mas manteve toda a sua atenção voutada à esposa e as vezes, na bagunça em que estava o lugar.

-Sai daqui, sai! -Beatriz ainda tentava reagir, ao passo em que Michael já a tomara pelo braço, suave mas firme. Detendo a num longo Abraço, ( pois julgava ser essa a melhor maneira, a única maneira de acalma la e dessa forma evitar que ela também voltasse a feri lo ). Ele a ouvia soluçar com tanta violência em seus braços, que não conseguiu dar maior atenção ao que Patrick disse um pouco antes de sair. Tendo como companhia, o doutor Victor, que não podia deixar de se surpreender, -e negativamente ao observar,

   -Mais será que você não pode ser, só um pouquinho mais humano? Ela é a sua filha!


  -Você. . . Você deve. . . Tem que chamar uma enfermeira! -Michael conseguiu dizer enfim à quem quer que fosse, que ainda estivesse ali, ao retirar das mãos de Beatriz aquele objeto que, se um dia simplório, agora residia na mais alta condição de réu, culpado e condenado.

   -Uma enfermeira. É claro. . .-Renee repetiu ainda muito nervosa, -Eu volto logo filha! -disse ao sair.

   Michael ainda ouvia Beatriz chorar baixinho e sussurrar coisas que ele não entendia. Por fim, ela deu um longo suspiro e se calou. Estava muito cansada, evidentemente.

   -Vem aqui!- disse Michael pegando em seu braço e colocando o  em vouta do pescoço, -Eu ti levo pra cama.

   Quando ele a tomou pela sintura chegou a se assustar um pouco : era como se estivesse segurando uma criança ou uma boneca. . . Não precisava de muito mais que isso para se comover ou sentir afeição pela garota que, não deveria ter mais que dezessete ou dezenove anos. . . Deitou a na cama e sentou se ao seu lado. Contudo, estavam ambos  feridos e em um hospital. E o que mais fazer além de esperar pacientemente por uma enfermeira?

   - Desculpa, Beatriz! -Michael a ouviu dizer e se rendeu de vez ao contemplar a garota de longos cabelos loiros, que procurava se sentar direito entre as cobertas, sem olhar para ele, uma vez que fosse!

  Mas, ela havia se referido a si mesma em terceira pessoa?

   -Qual é o seu nome? - Michael perguntou, não que quisesse dar uma de desenformado, mas para dar início assim a uma cuidadosa e minuciosa, avaliação médica.

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