De volta

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Pov. Anastasia

Eu estava completamente pasmada. Como é que Ella tinha a coragem de ir trabalhar para o infantário do meu filho?

Concordo que o estabelecimento é um dos melhores de Seattle e que paga bem. Mas não dá dinheiro suficiente para os empregados se vestirem daquele género. Com roupas de marca, sapatos de marca, joias, que, com certeza, seriam avaliadas em milhares de euros.

Mas o que mais me admirava não era isso. Como, mas como ela esteve tão perto do nosso filho e não demos por nada?

Mas o mais importante agora não era isso. Mas sim outras duas coisas:

1º - Como é que eu havia de controlar o meu Christian? (Que agora acho que voltou a ter as suas cinquenta sombras, pelo menos, parte delas)

2º - Como é que eu explicaria ao Teddy porque é que Ella tinha batido no seu pai?

Ele estava-me a fazer a pergunta, que no momento, parecia a última pergunta do concurso “Quem quer ser milionário?” (ver notas finais); muita coisa dependia da minha resposta.

Mas antes que eu falasse, Christian antecipou-se:

– O que disseste Theodore?

Ele olhou para Christian como se fosse a coisa mais obvia do mundo:

–Só perguntei por que é que a senhora Lincoln veio aqui e bateu no papá! – disse ele com um ar tão inocente, o mais inocente do mundo, que até me doeu o coração.

Mas será que ele disse mesmo senhora Lincoln? Esse era o verdadeiro apelido da cabra desenvergonhada e sem escrúpulos da Elena!

Christian avançou para Teddy, que recuou instintivamente.

O meu Cinquenta ficou confuso com esta reação do Ted. Mas eu não.

Christian estava com uma cara que parecia que queria matar alguém (e, se calhar, até queria), e não se apercebeu que estava a assustar o Theodore.

–Teddy, querido, o papá só está um pouco nervoso, não tenhas medo!

O meu marido apercebeu-se agora porque Teddy tinha recuado.

–Filho, desculpa se te assustei. Não era minha intenção. Mas há quanto tempo é que a senhora Lincoln está na tua escola?

–Não sei, talvez … - disse ele, confuso.

É claro que o nosso filho ainda não tinha a perceção do tempo, afinal só tinha dois anos!

–Vá lá Theodore, tenta lembrar-te! – Christian estava a ficar exaltado.

Teddy veio a correr para mim e deitou-se a chorar no meu colo. A sua respiração era irregular, estava com muito medo.

Só me lembro de o ter visto uma vez assim. Quando um cão nos tentou atacar no meio de um parque e nós quase ia-mos parar ao hospital. Era um daqueles cães de raça perigosa e tinha-se soltado da trela. Se não fosse Christian e Elliot, acho que o final não teria sido nada feliz.

–Christian, acalma-te, por favor! – pediu Grace

Por momentos esqueci-me que os meus sogros estavam ali.

–Teddy, desculpa, meu bebé, meu amor, desculpa. O pai só está um pouco nervoso, estás bem?

Teddy não respondeu e abraçou-se ainda mais a mim.

Christian não parava de passar as mãos pelo cabelo, isso já era habitual, quando ele estava exasperado.

Grace e Carrick estavam parados no lugar onde Phoebe estava, a contemplar a beleza da neta.

Eu, Anastasia Rose Steele Grey não sabia o que fazer.

Ouvimos alguém entrar e virámo-nos para a porta.

A Dra. Kimberly entrou no quarto:

–Sra. Grey, vim ver se precisava de alguma coisa. Depois do pequeno incidente de à pouco.

–Só preciso de uma coisa, que me dê alta e me deixe ir para casa, doutora.

–Anastasia, não. Tu sabes que não podes. – disse Christian

Olhei para a doutora e ela, ao ver o meu olhar de cachorrinha, cedeu:

–Sra. Grey pode ir para casa, pois está a recuperar bem. Mas o descanso é TOTAL!

–Claro doutora! – lancei-lhe um breve sorriso.

A doutora Green saíu e eu dirigi-me aos meus sogros:

–Carrick, Grace, podiam ir buscar a cadeira do Phoebe a vossa casa?

–Claro querida – disse Carrick.

–Mas, Ana, não acha que deveria ficar mais tempo?

–Tenho de ir para casa Grace. O nosso lar vai fazer-nos bem.

–Ana, não podes ir. – disse Christian por fim.

–Posso, e vou.

Entretanto os meus sogros deixaram-nos a sós.

–Não, não e eu não te vou deixar. – continuou o meu marido extremamente sexy e teimoso.

–Ouviste a doutora, não ouviste? Posso ir desde que tenha cuidado comigo!

–Desde quando é que TU tens cuidado CONTIGO?

–Pára! EU vou, quer TU queiras, quer não.

–Ana…

–Não há nada que possas fazer, ouviste a doutora. E eu prometo que vou tomar conta de mim.

Ele não respondeu e caminhou para junto de mim e do Teddy.

–Filho, consegues convencer a tua mamã a ficar cá?

–Não – respondeu ele – eu quero que ela vá para casa com a mana! Mas mesmo que eu tentasse, a mamã ia na mesma para a nossa casinha! Ela é tão teimosa como tu papá!

–Só tu Teddy, para me fazeres sorrir! – disse o meu amado marido, despenteando o nosso filho.

Teddy também se riu e saltou para o colo do pai. A principio fiquei apreensiva, mas vi que Christian acolheu Ted nos seus braços sem grande problema.

Vesti-me com uma roupa confortável e quente, pois é dia 2 de Fevereiro, e está muito frio.

Esperámos em silêncio até Carrick chegar com a cadeirinha de Phoebe e fomos diretos para a nossa linda casa.

O caminho foi silencioso. Taylor levou-nos até lá e felicitou-nos pela nossa filha. Mostrou-se também um pouco apreensivo relativamente a eu ser tão obstinada, e querer sair da maternidade.

Mas se eu podia ir para casa, porque é que eles não me deixavam? Já tinham passado dois dias desde o nascimento Phoebe, eu estava bem e ela também portanto não havia problema. E eu nunca poria a saúde de Phoebe em risco. Mas a doutora disse que sim, portanto…

Fui arrancada dos meus pensamentos quando Phoebe chorou. Devia estar com fome.

Realmente ela é muito esfomeada! Só gosta de mamar.

Se pensarmos bem, amamentar deixa todos felizes:

_Faz bem à Phoebe;

_ Eu gosto de amamentar;

_Christian adora ver-me a amamentar!

Tirei a minha linda filha da cadeirinha e amamentei-a. Ela logo se calou e voltou a adormecer.

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