Fora De Controlo

Pov. Christian - parte 2

O silêncio tomou conta do quarto. Mas os meus confusos pensamentos gritavam alto na minha cabeça. Tão alto que tive medo que se ouvissem fora dela.

Como? Quando? Porquê?

Mas este silêncio barulhento foi interrompido pela Elena.

–Anastasia, por favor, pode acompanhar-me?

Como é que ela tinha a lata de lhe pedir isso? Ela sabia que eu, sem a minha Ana aqui, ficaria totalmente perdido, mais do que o que estava. Qual é a dela?

É claro que eu pensei que a Anastasia não sairia do quarto, mas para meu espanto, ela levantou-se da cama e preparava-se para sair com a cabra da Sra. Robinson.

Quando ela passou por mim eu agarrei-lhe o braço, para ela não sair. Ficaria completamente perdido se a minha mulher me deixasse apenas com a minha m.. não. Ela não é minha mãe, nunca foi, nem nunca há-de ser.

Só quando caí na realidade é que vi que ainda estava a agarrar o braço da minha doce Ana. E estava a agarra-lo com muita força. Não a queria magoar, mas acho que estava. Oh meu Deus, eu não a queria magoar nunca mais.

Lembrei-me da última vez que a magoei fisicamente, no meu quarto de jogos, no Escala.

— Bem... é melhor eu ir, então, — murmurou ela.

— Não, não vás. — Eu estava em pânico.

— Não há nenhuma razão para eu ficar.

Larguei-lhe o braço lentamente, pois tive medo. Tive medo que ela fugisse. Parecia absurdo, pois nada se comparava aquilo que eu lhe fiz no quarto. Não interessa. Tive medo.

Afinal eu tenho 30 anos, não tenho 3 para fazer este tipo de cenas, mas as lágrimas chegaram-me aos olhos.

–Não vás.

A minha voz não passava de um sussurro tão baixo que eu tive medo que não se ouvisse.

Anastasia sentou-se ao meu lado e eu olhei para a minha pequena Phoebe.

Tinha parecenças com Ella.

Nem me apercebi que lágrimas tinham começado a cair dos meus olhos. Apressei-me a limpa-las. Não podia dar parte fraca na frente delas as duas. Ou podia? Seria melhor? Pior?

Olhei para a Ana. Ia dizer-lhe para me ajudar. De alguma forma. Mas a minha voz não saiu, pois estava totalmente embargada em lágrimas.

Mas ela e eu entendemos-nos só pelo olhar.

Ela percebeu o que eu queria.

Mas os seus olhos azuis lindos desviaram-se para a porta onde os meus pais, Carrick e Grace, apareceram.

Eles estavam muito sorridentes, mas logo o sorriso se desvaneceu quando as viram.

Continua...

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