Escrúpulos Perdidos

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–Boa tarde!!! - exclamaram Mr. e Mrs. Grey.

Grace e Carrick vinham sorridentes, muito sorridentes. Mas o sorriso deles desvaneceu-se assim que Elena e Ella olharam para trás e os pais de Christian poderam ver quem estava conosco.

Ella e Carrick trocaram um olhar tão indescritível que me fez pensar no meu primeiro olhar com Christian, depois de o ter deixado.

Mas afastei logo esses pensamentos da minha cabeça. Não podia ser.

O silêncio foi cortado pela entrada repentina e alegre do Theodore.

–Mama, papá!!!!!!!!!!!

Correu para nós com muita velocidade, mas quando viu a sua pequena irmãzinha ao colo do seu pai, abrandou e foi ter connosco, muito calmamente. Passou o dedo pela face corada da mana e deu-lhe um beijo terno.

Um momento que para mim e para Christian deveria ser de pura alegria, (ver os nossos dois filhos juntos) era um momento de pura tristeza, curiosidade e medo.

Ted veio-me abraçar e subiu para o meu colo com avidez. Senti uma pequena grande pontada de dor, talvez devido à cesariana. Christian apercebeu-se e lançou-me um olhar preocupado e eu respondi-lhe com um olhar que queria dizer: "Tudo bem".

Mas não estava tudo bem. Ele estava perdido. Eu estava perdida. Carrick e Grace estupefactos...

–O vosso filho é lindo...-disse Ella olhando fixamente para o Teddy- é parecido com o Christian quando era pequeno. Lembro-me muito bem dessa altura.

–Eu também me lembro demasiado bem dessa altura. -proferiu Christian, por fim- acreditedemasiado bem de TUDO aquilo que você e aquele filho da mãe, para não lhe chamar outra coisa bem pior, fizeram. - Ele estava a perder toda a calma que tinha em si. E eu tinha medo de como isto iria acabar.

Christian levantou-se da cadeira onde estava e deitou Phoebe no seu pequeno berço com todo o cuidado do mundo. Depois virou-se e continuou:

–Como é que você tem a lata de aparecer aqui, depois de tudo o que se passou e, ainda para mais com esta estranha? - disse ele agora, mas dirigindo-se para a cabra da Elena.

–Christian, eu não sou uma desconhecida, sou a tua mãe - interrompeu Ella.

–Você não é minha mãe. NUNCA FOI, NEM NUNCA SERÁ. A minha mãe é aquela mulher que está à porta. Aquela linda e maravilhosa mulher que está ali. Não você sua prostituta viciada em crack.

Raiva, misturada com rancor mas nunca ódio dava nisto. Ella deu um estalo enorme a Christian que cambaleou para trás. Ele ficou "sem norte". Não por ela lhe ter batido, acho, mas por ela o ter tocado.

Coloquei o Theodore no chão e cheguei-me ao pé de Elena e comecei a disparar tudo o que tinha dentro da minha cabeça:

–Olhe minha grandessíssima cabra, você não tem o direito de vir aqui atormentar o meu marido - dei alguma ênfase à palavra meu - você sabe o que ela - apontei para Ella - significa para ele, não tinha esse direito.

Carrick e Grace olhavam agora para mim, muito atónitos para falar. "OK isto é mau" pensei "perder os escrúpulos à frente dos meus sogros, é muito mau." Mas não me importei E prossegui:

–Tem a noção do que você fez a Christian? Ele era uma criança e você magoou-o tanto que ele ainda hoje sofre as consequências dos seus atos e daquele homem que supostamente devia ser o pai biológico dele! - Gritei para Ella, despejando tudo aquilo que sentia em relação aquela mulher (se é assim que se pode chamar, mulher).

Ella ia dizer alguma coisa, mas depois olhou para a porta e calou-se.

–E você? Porque será que está com Christian sua pirralha mimada? Pelo dinheiro?

Não aguentei e mandei-lhe um estalo, e vice-versa. Foi então que Christian me agarrou pela cintura e me abraçou, como que para me proteger. Ele tinha medo, mas eu não. Tentei debater-me e soltar-me dos braços dele, mas não consegui. E ele acabou por vencer. Deixe-me ficar no conforto dos seus braços enquanto Elena e Ella eram levadas pelos seguranças.

 

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