Feliz Aniversário, Sky.

Começar do início
                                    

— Não estou no clima. — apaguei o que restou do cigarro no cinzeiro e me levantei.

— Quê? — ele questionou e eu molhei os lábios passando por ele.

— Eu tenho umas coisas para resolver em casa. — expliquei deixando a minha sala e Andrei continuou em meu encalço.

— Coisas, hm? Um metro e sessenta, cabelos castanhos e uma tatuagem na costela, não é? — me virei para o encarar.

— Nós já nos falamos hoje, pelas suas roupas creio que você já resolveu nosso problema com o gringo e eu já disse que não vou com você para o puteiro. Então por que você ainda está aqui? — meu irmão coçou a cabeça e suspirou antes de me encarar outra vez.

— Tudo bem, quero saber o que você comprou para a Sky para não darmos a mesma coisa. — puxou o celular do bolso e eu travei o maxilar já me sentindo levemente irritado antes mesmo de saber do que se tratava. — Eu pensei em encomendar isso para a Sky de aniversário.

Andrei continuou falando sobre seja o que ele queria comprar para ela enquanto eu o encarava. De repente o que meu pai falou fez sentido, e se ele e Sky estivessem tendo um caso? Travei meu maxilar sentindo vontade de fechar o punho e socar seu queixo.

— Andrei. — o cortei no meio de seu discurso e ele me encarou.

— Sim?

— Quer me explicar porque caralho você quer comprar um presente para minha esposa? — cocei o queixo orgulhoso por não ter tirado a aliança hoje, seus olhos voaram para o objeto reluzente e ele ergueu uma de suas sobrancelhas para mim.

— É geralmente o que as pessoas fazem em aniversário, não é? — perguntou como se fosse óbvio. Sua feição mudou e ele deixou o braço cair ao lado do seu corpo — Você não comprou nada, não é? Nikolai, você é o pior marido do mundo. — ele enfiou o aparelho no bolso enquanto balançava a cabeça.

— Eu não vou perder tempo comprando porcaria de presente nenhum. — franzi meu cenho e ele respirou fundo apoiando ambas as mãos em meus ombros.

— Irmãozinho, eu nunca foderia se fosse casada com você. — e então ele se afastou.

— E você está querendo que ela foda contigo, por acaso?

— Eu gosto de mulheres, não de garotas. Se eu quisesse a foder, você saberia. — ele enfiou as mãos no bolso — Bom, minha preocupação era comprar a mesma coisa que você, achei que vocês estivessem melhor porque ontem você cuidou dela, mas vejo que me enganei e claramente não preciso me preocupar com isso. — ele negou com a cabeça e virou-se.

— Andrei? — ele parou onde estava — O que você vai dar para ela? — questionei e ele se virou um pouco para me olhar.

— Um cavalete de pintura profissional. — minha cabeça girou por alguns segundos, eu não sabia que ela gostava de desenhar. Como Andrei sabia disso? O invejei por alguns segundos. Passei por ele a passos firmes. Eu não podia me preocupar com isso agora, era ridículo. Assim que deixei um dos prédios que a máfia cuidava, parei próximo ao meio fio e destravei o carro para entrar.

Senti meu celular vibrar em meu bolso enquanto ligava o carro, o nome de Andrei brilhou na tela e em seguida apagou. Desbloqueei o aparelho e li a mensagem.

"01/11. Você tem 15 dias para arrumar um presente melhor que um conjunto de pintura profissional."

Eu não respondi, apenas bloqueei o aparelho e joguei para o outro banco, eu tinha que me preocupar com coisas mais importantes. Atravessei as ruas frias da Rússia tentando focar nos assuntos que tinha para tratar com Aleksi, mas tudo que vinha em minha mente era a imagem incomoda de Andrei dando para ela a porra de um cavalete de pintura e ela sorrindo como ela sorriu para mim quando estava bêbada em Cancum.

• NIKOLAI • 1º Livro da série de "Os Filhos de Bratva"Onde histórias criam vida. Descubra agora