Capítulo 16 - Quebrando muros

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Nathan



Há mais de duas semanas Helena estava produzindo sabe Deus o que de roupas com Juliane, eu estava louco era pra ver os desenhos de Luca e os que ela fazia sobre mim. Depois de arrancar a informação dos temas de seus rabiscos, a danada voltou a não querer me mostrar os desenhos dela. Fiquei puto, confesso, mas deixei pra lá.


Fiquei pensativo sobre Patrícia ter me procurado, apesar de não querer mais pensar nela. Mesmo sem querer e de certa forma consciente disso, eu tinha voltado a pôr uma barreira entre nós dois e me sentia ainda pior por isso. Talvez fosse culpa minha não estarmos a 100% ainda, mas minha razão fraquejava às vezes, eu me sentia angustiado de alguma forma.


Parei o carro em frente ao singelo lugar onde Juliane montou seu ateliê. Helena estava em frente a fachada esperando por mim, mas dessa vez não estava sozinha. Tinha um loiro magro com cara de criança conversando com ela, quebrando os limites do espaço dela, tocando uma mecha de seu cabelo. Ele tinha um cigarro nas mãos, e se afastou de Helena para tragar e soltar a fumaça longe dela.


Buzinei, ela se despediu do cara que atrevidamente beijou seu rosto. Bufei.


— Oi! — ela entrou sorridente no carro, mas logo desfez o sorriso quando viu minha carranca. — O que foi?


— Não fui com a cara desse cara, você gosta desse tipo? — não me contive, tô nem aí!


— Que tipo? — ela se fez de boba, que audácia!


— Do tipo que fede a cigarro!


Ela ficou quieta por alguns segundos e depois começou a rir muito.


— Tô com cara de palhaço? — questionei olhando-a de canto, ela realmente estava se divertindo.


— Nathan, você tá com ciumes?


Gelei, me senti meio encabulado, que tipo de pergunta direta é essa?


— Eu? Eu não!


— Sei... — ficou desconfiada, rindo de mim.


Não conversamos mais até chegar em casa. Inês tinha levado Luca pra casa da minha mãe, ela pediu pra passar a tarde com o neto e nós não negamos, claro.


Tirei o paletó no caminho para o quarto, Helena estava me chamando mas eu não quis virar para ver o que ela queria, estava puto com aquele almofadinhas e comigo mesmo, não queria sentir coisas.


— Jura que não vai falar comigo? — ralhou.


— Não quero falar!


— Mas... caralho!! Isso é injusto! — grunhiu. — Por que ficou assim? Nós estávamos conversando, ele tinha feito uma pausa pra fumar. Além do mais, seu primo preferido é fumante, então eu sei que o problema não é o cigarro, o problema é o Bruno.


— Ah, então o almofadinhas tem um nome, Bruno. — imitei sua voz ao falar o nome dele, ela revirou os olhos. — Ele tava quase te beijando.


— Você é um idiota! Tá se ouvindo? Eu sequer dei bola pra ele. Além do mais, se alguém tem motivos pra sentir ciúmes aqui sou eu, que passei muito tempo sentindo isso por causa de você.
Ok, aquilo foi um soco na cara que me desestruturou completamente. Ela se aproximou, a expressão mais suave, eu não queria ceder, poxa, eu queria brigar!


— Você sabe que eu gosto de você... — seu tom sedutor quebrou todas as minhas barreiras.
Ela me beijou, eu a segurei com força, rente ao meu corpo, Helena gemeu na minha boca, fiquei mais louco, fui levando-a para cama sem pensar em mais nada. Queria me afundar nela pra esquecer aquele ciúme bobo, o peso na consciência... Eu não ia deixar essa mulher escapar, mas não ia mesmo!


Parti o beijo e olhei-a, ela estava de olhos fechados.


— Viaja comigo? — Helena me olhou espantada


— Que? — riu


— Vamos viajar. — repeti — Passar um tempo juntos. Sozinhos. Nos divertindo. Não é má ideia, é?


— Não mesmo... Consegui adiantar os projetos com a Juliane e provavelmente terei folga por tempo indeterminado até a próxima coleção.


— Ótimo! Você liga pra ela, eu ligo pra minha mãe e peço pra ela passar uns dias com o Luca. — ela me beijou de leve e saiu do quarto.


Nem consegui achar o número da minha mãe e ela retornou.


— Pra onde nós vamos?


— Hm... Isso a gente vai descobrir junto, mas eu tenho umas sugestões...


(...)


Acho que acordei meio inspirado hoje, ou vai ver aquela cena onde vi a Helena sendo claramente paquerada (que ela não ouça os meus pensamentos, ou vai me xingar) tivesse mexido comigo de um jeito positivo. O que eu sei é que levei-a para jantar comigo em um restaurante italiano, queria curtir um pouco mais sua companhia De quebra, trouxe várias informações sobre alguns lugares legais pra gente ir, quando trouxeram nosso vinho, comecei a enumerá-las.


— Que tal Ibiza? — arrisquei esperançoso, sempre quis conhecer o lugar.
Helena estreitou os olhos pra mim e riu.


— Hm... Não é muito casal, né?


Ponderei aquilo.


— É, algo mais reservado seria melhor.


— Próximo! — ela se animou.


— Agora, vejamos... Pode ser algum lugar do sul, que acha?


— Muito frio. — ela claramente estava descartando.


— Você é complicada! Metade das minhas opções foram embora. Enfim, que tal uma praia mais reservada?


— Amo! Quero privacidade!


Olhei-a de forma maliciosa, ela ficou vermelhinha.


— Estou gostando dos seus planos, Sra. Evans. Acho que tenho o destino perfeito pra nós. Ainda hoje compro as passagens e faço as reservas, embarcamos amanhã ou domingo, que tal?
Nossa comida chegou e nos deliciamos com ela entre risadinhas e implicâncias. Depois que pagamos a conta, esperávamos o motorista trazer meu carro e vimos quem eu menos queria ver. Fingi que não era ninguém, não queria me importar, e ia fingir que não me importava até que se tornasse realidade.


— Aquela era a Patrícia, né? — Helena questionou quando já chegávamos em casa.


— Era. — murmurei a contra gosto. Ela bufou, eu me irrite. — Que foi? Não fiz nada!


— Você dançou com ela no nosso casamento! — o ressentimento transbordava de sua voz.


— Eu fui um idiota. — suspirei — Não podia ter feito aquilo, te desrespeitei, estava com raiva, fui infantil, me perdoe.


— É... talvez não faça mais sentido remoer sobre isso.


Olhei-a de rabo de olho, fiquei estupefato com sua resposta.


— Sem discussões, você jura?


— Hm... veremos. — ela deu um ar misterioso a frase.


Joguei-me no sofá depois de guardar o carro na garagem. Helena sentou-se a minha frente, na mesinha de centro da sala, suspirou pesadamente, senti que lá vinha chumbo.


— Você ainda gosta dela, né?


Tentei me manter calmo. Eu estava fingindo pra mim mesmo que não gostava da Patrícia porque mais cedo ou mais tarde eu a esqueceria, Helena aos poucos se infiltrava sob a minha pele, e eu sinceramente queria ser tomado por ela completamente.


— Eu nem fiz muito alarde sobre isso. Não precisa se preocupar, nós dois estamos juntos agora, não estamos?


— É... Mas é ruim gostar de alguém sabendo que esse alguém gosta de outra pessoa.


— Helena! — repreendi-lhe — Você cada vez mais invade meus pensamentos. Para com isso! A gente ta fazendo tudo entrar nos eixos. Vamos viajar juntos no máximo depois de amanhã, talvez amanhã. Vamos nos divertir e ficar juntos, esquecer do resto.


Ela me olhou como se ponderasse as minhas palavras. Puxei-a para se sentar no meu colo. Ela sorriu e me beijou de um jeito doce e terno, era tão bom estar com ela e me sentir apreciado mesmo com todos os meus defeitos. Ela os conhecia de cor, eram tantos anos onde nós só deixávamos transparecer nossa pior parte um para o outro... Não tinha como não conhecermos os defeitos um do outro. Mas mesmo assim estávamos juntos, dando espaço para algo bom florescer, gostando um do outro, um apreciando o outro. Helena me despia pouco a pouco como ninguém mais o fez, e eu fiz questão de me imaginar quebrando os resquícios do muro que havia posto entre nós por não confiar plenamente nos meus sentimentos tão recentes. E eu nunca mais reconstruiria aquele muro.


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OOOOOOOOOOOOOOOOOOI GENTE!
Demorei?
Digam aí o que estão achando do Nathan, da Helena, deles juntos... hahahaha
Juro que vou tentar postar mais rápido!
Nos próximos capítulos, tem umas coisas legais... Vou pedir licença pra escrever umas safadezas, hahaha.
Comentem, votem, quero saber que estão gostando!
Até a próxima. Beijoooos ♥♥♥

Give me LoveWhere stories live. Discover now