Capítulo 5 - Provocando

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 Não foi tão difícil me acostumar a nova vida que eu estava levando. Um mês se passou desde o casamento e tudo tinha se encaixado, pelo menos era o que parecia. Eu passava todo o tempo com Luca e aproveitava a companhia de Inês, a cozinheira, algumas horas por dia, ela sempre me fazia rir muito enquanto cuidava do almoço. Eu a ajudava para me distrair e depois passava horas brincando com Luca e, como ele se divertia durante um tempo com seus DVD's de música infantil, eu tirava um tempo para desenhar e pintar.

  Nathan passava o mínimo de tempo possível em casa, na verdade eu só o via rapidamente durante os fins de semana e nem era muito. Certamente ele sempre estava com a tal Patrícia que tanto chamou em nossa noite de núpcias. Não trocávamos muitas palavras e ele dormia em outro quarto. Talvez fosse melhor assim, embora meu íntimo gritasse que tudo estava fora do lugar.

  Quando eu saía com Luca para passear e via diversas famílias felizes, desejava aquilo para mim e lamentava o distanciamento de Nathan. Imaginava como seria se ele não gostasse de outra pessoa... Será que nos daria uma chance?

— Pare de pensar na morte da bezerra, menina! — Inês ralhou comigo enquanto terminava seu café. — Já enrolei demais aqui conversando com você. São quatro horas, tenho que ir fazer o jantar da Lorena. Ela está com ciúmes porque eu amo ficar aqui e enrolo para ir fazer companhia a ela. — nós rimos.

— Eu amo ter você aqui. Mas vá logo, você tem que descansar um pouco também.

— Cozinhar é um prazer, menina. — ela levantou-se e me beijou na bochecha. — Deixe um beijo para o meu menino. Tchau.

Acenei para ela, por dentro eu queria rir. Eu mal via Nathan, quanto mais dar algum recado a ele.

 Luca chorou na sala, tinha acabado de acordar de seu cochilo da tarde. Esquentei sua mamadeira e levei para ele. O bebê tinha completado sete meses e estava muito esperto, quase conseguindo se sentar sem precisar de apoios.

 Coloquei-o sentadinho no sofá e botei uma música para tocar. Ele adorava quando eu começava a cantar e dançar para ele. Bati palmas ao som da música, ele me imitou, feliz. Eu ri e comecei a rodopiar e fazer passinhos cheios de floreios.

Ohh girls just wanna have fun! — gritei e o bebê riu.

 Eu me sentia meio boba fazendo aquilo, mas pelo menos conseguia prender sua atenção e me divertir também. Gargalhei quando ele caiu para o lado em uma almofada e fez uma cara de descontentamento, arrumei-o e voltei a dançar, despreocupada. Luca ria ainda mais quando comecei a fazer caretas para ele e balançar ao mesmo tempo.

De repente a música acabou e eu ouvi palmas e me virei. Minha expressão de chocada devia estar hilária. Tive vontade de cavar um buraco e me esconder ao ver Nathan parado com cara de riso. Ele que nunca estava em casa tinha mesmo que me ver num momento tão constrangedor?

— Ótimo show, embora a música não combine muito com você. — debochou e passou por mim. — Oi bebê! Quando foi que você aprendeu a bater palminhas, hein? — Luca soltou diversos balbucios contentes quando o pai pegou-o no colo. Nathan riu, parecia contente com a recepção. — Você me babou todo, filho!

Afinal, o que o idiota fazia em casa aquela hora?

— Saberia o que seu filho aprende se passasse mais tempo com ele. — debochei, ele me olhou feio e começou a jogar o bebê para cima. — Cuidado, ele mamou faz pouco tempo.

Nathan parou no mesmo instante.

— Você é insuportável.

— Tá bom, se quiser ser gorfado eu não me importo, vai ser engraçado. — ri e mostrei meu contentamento com a ideia.

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