—Mas você tem o controle sobre isso, certo? —ele se levantou também e começou a observar as fotos na parede direita do meu quarto.
—Hoje, sim, na maior parte do tempo. Mas isso sempre poderá vir a tona, pois nunca sairá de mim. —falei me lembrando das palavras do terapeuta que frequentava um ano atrás.
—Posso não fazer bem a você.—Eu confio em você. Obrigado por me contar, você poderia ter ocultado isso de mim. —ele se virou pra mim, deu um sorriso fraco e me abraçou.
— Fico feliz em saber que confia em mim. — falei com meu queixo em sua cabeça que estava sobre meu peito, aceitando seu abraço.
Ficamos naquele abraço por um longo minuto, em um silêncio profundo e necessário.
Estava incrivelmente mais aliviado por ter contado pra ele. Aos poucos ele iria saber tudo que ele precisava. Infelizmente isso era apenas a ponta do iceberg.
Fomos interrompidos por batidas na porta.
—Meninos, a janta está pronta. Venham logo. —Dona Rosa apenas colocou a cabeça sobre a porta e deu uma piscadela antes de sair.
O resto da noite foi incrivelmente agradável. Dona Rosa contou toda sua história para Dec, que também entrosou bastante nas conversas. Trocavamos olhares e sorrisos a todo instante. Olhar para ele me deixava hipnotizado, não só pela beleza, mas também pelos gestos que ele fazia e seu meigo sorriso. Conversamos bastante em como seria daqui pra frente, iríamos com calma, descobrir mais sobre esse sentimento.
Aproveitamos e fizemos rapidamente o trabalho de geografia que era para entregar no dia seguinte.
No final da noite levei Declan em casa e nos beijamos intensamente antes dele sair do carro e entrar em casa com um sorriso gigante no rosto.
***
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( Dia seguinte)...
— Como assim você está gostando do Declan? —Mike me olhava surpreso.
Estávamos sentados no refeitório, no intervalo das aulas. Mike sentado de frente pra mim, Pitter ao seu lado, e Paul do meu lado.
—Sim, eu sei, parece surreal. Mas é a verdade, ainda não é namoro oficial, mas estamos juntos. —falei forçando um sorriso. Aquilo era surreal até pra mim, dias atrás eu não imaginava isso nunca.
—Cara, que casal fofo vocês fazem. —Pitter era o único que sorriu com a minha notícia. Balancei a cabeça em negação com a risada dele.
—Mano, não consigo acreditar! —disse Paul olhando pra mim incrédulo.
—Nem eu. —falei olhando para Mike, que se mantia calado, fitando a mesa.
— Você é hétero, nunca conheci alguém safado igual você, já ficou com tantas meninas, desculpa, mas não consigo entender isso Johnny. —ele falou antes de se levantar da mesa e se distanciar rapidamente para fora do refeitório.
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• M E U F A C Í N I O •
General Fiction[ Romance Gay ] Johnny Miller, um garoto de 18 anos, capitão do time da escola, popular e extremamente impulsivo, se vê passando por um desafio quando passa a gostar do novo garoto da escola, Declan. Mas coisas do seu passado não vão facilitar es...
• Eles sempre voltam •
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