Capítulo 31

1.8K 329 170
                                    

Esse capítulo vai ser curtinho mas cheio de emoções e muito importante para o decorrer da história
:)

Capítulo dedicado à @AmentistaSouza

Obrigada por ler minha flor♥



Tive um dia livre. Após voltar de uma missão tão cansativa, é o merecido. Dormi praticamente o dia inteiro, estava exausta.

Sinto saudade de Wei-Wei, de Carter, de Lucy, de Charslie e até de Ben. Pelas minhas descobertas recentes, Josh e Weiti são irmãos. Não sei se deveria contar. Afinal, Josh teria raiva de Wei-Wei? E como ele reagiria ao saber? Ela é a única família viva dele...

Não sei, não gosto de pensar nisso, talvez eu dê um jeito que descubram por si sós.

Entro na Plataforma. É tarde, 17:45, ainda não anoiteceu, nuvens cinzentas cobrem o céu escuro.

Preciso desses momentos de vez em quando, fico sozinha e penso, gosto da minha própria companhia.

Dou três voltas da faixa nos nós dos dedos. Penduro o saco de boxe e amarro o cabelo num rabo de cavalo. Alongo-me um pouco, relaxando os músculos.

Golpeio o saco de boxe com um soco, os músculos tensionados de forma que eu machuque ao meu oponente e não a mim. Em seguida dou-lhe um chute, e mais uma sequência de socos, giro no ar e o chute faz o saco de boxe ir para trás. Coloco-o no lugar novamente. Não quero afasta-lo, quero que rasgue.

Continuo a golpear o saco de boxe, calculo um soco errado e quase quebro a mão. Aai! Sopro os nós dos dedos para diminuir a dor. Com um chute forte alcanço meu objetivo, a areia suja o chão, caindo incessantemente do rasgo no saco.

Tiro o saco do gancho e coloco outro, repetindo o processo. O faço com mais meia dúzia até meus músculos estarem exaustos e o chão mais parecendo o deserto do Saara.

Entro na cúpula, treinar um pouco as minhas habilidades não me fará mal.

Tenho que aprender a controlar ambas ao mesmo tempo. Finco as unhas na pele e me concentro, a puxo do fundo da minha mente, dessa vez não é tão difícil de encontrá-la. Como não há ninguém por perto, não sinto suas vidas, não ouço corações baterem ou sangue pulsar, é mais fácil treinar assim.

Em seguida me concentro em algo mais antigo que carrego comigo desde o meu nascimento, até hoje não sei ao certo o gatilho das minhas habilidades de nascença mas estou tentando descobrir. Vamos, Ray, traga-a.

Encho de ar meus pulmões, solto, repito o processo.

A ponta de meus dedos ficam negros, depois esbranquiçadose por fim azuis. Antes eu tinha tanto medo disso.

Sinto a energia percorrer meu corpo e com ela a dor. Minha cabeça parece ser esmagada por uma pedra, e meus membros perfurados por milhares de agulhas. Eu tenho que ser forte, ou as habilidades me dominarão. Minhas veias congelam e eu quero incinerar tudo ao meu redor.

Sento no chão frio e tento estabelecer uma ligação entre ambas. Em mim há dois polos opostos, dois países em guerra, eu: meu corpo e minha mente, sou o paradoxo que os une, apesar deles serem feitos de mim.

Metade de mim vai e a outra fica, porque quando elas estão juntas a fronteira entre as duas arde como fogo enquanto o exterior congela.

As runas brilhantes na minha pele aparecem e somem como um pisca-pisca de Natal, a minha visão alterna entre a noturna e a normal, enquanto meus cabelos se agitam como se tivessem vida própria.

As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora