Capítulo 29

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Olá pessoal, desculpa a demora.

Espero que estejam gostando da história;-)


Pego os documentos enfio dentro do bolso, a roupa cinzenta e larga me faz lembrar de quando eu morava na Divisão 8 e consequentemente do meu pai.

Ajeito a peruca, e suspiro. Estou quase lá, posso ver a Divisão 2. Desço do transporte coletivo e me preparo para a primeira fase da minha primeira missão: interceptar um carregamento ilegal de armas.

Tenho que achar meu contato: um Militante em campo chamado Ferruge.

Caminho com cautela, vejo um velho mendigo doente estender a mão pedindo dinheiro, o meu está calculado para toda a missão, então me sinto mal por não poder dar nada a ele.

Os terres passam rápido pelo asfalto, quase atropelando uma criança ou um trabalhador distraído. O ponto de encontro com meu contato é uma velha carpintaria de esquina. O barulho de uma serra me chama atenção e eu vejo o meu contato, um jovem alto e sujo de ferrugem e cinzas serrando uma peça de madeira.

Entro na carpintaria e me aproximo do balcão.

- Belos olhos. - ele diz a senha. É realmente ele.

- Só o diz porque são verdes. - confirmo a senha. Ele acena com a cabeça e eu aceno de volta.

- Entre. - ele solta a serra e a peça, percebo que ele usa um par de luvas brancas, sua habilidade deve ser parecida com a minha. Ele tranca a porta dos fundos e me joga a chave para fechar a porta pela qual entrei. Passo por cima do balcão e entro na parte dos funcionários da carpintaria. Subimos escadas de madeira e o sigo até uma sala no segundo andar.

- Está com seu arquivo? - ele pergunta limpando a poeira das roupas.

- Estou.

- Certo. O carregamento vai partir às 17:00 horas em ponto, você vai ter que estar lá. - ele pega uma mochila preta com mais cuidado do que quem manuseia algo radioativo. - Você vai explodir o vagão com isso. - ele mostra que dentro da bolsa há uma dúzia de granadas, um lança-abruptor que provoca mini explosões e uma bomba-relógio ajustada para três minutos depois de ativada. - pego a mochila - Certifique-se que não tem ninguém dentro.

- Entendi. - ponho a mochila nas costas. - O carregamento está na estação de trem, um trem de cinco vagões, certo?

- Certo. - ele confirma - Você tem uma foto dele não tem? - faço que sim com a cabeça. - Boa sorte. - ele cumprimenta, estou nervosa e lembro tarde demais de agradecer.

Saio da carpintaria e sigo pelo fluxo de pessoas. A estação de trem é a algumas ruas. Empaco, sinto uma lâmina no meu pescoço, olho para dentro do beco, a silhueta escura pressiona a faca contra meu pescoço. Vejo uma garota com um sorriso demoníaco.

- Belo cabelo querida, uma pena ser falso! - ela exclama.

- Halsey! - a saudo como uma velha amiga, a morena faz cara de nojo. - Quanto tempo!

Halsey é uma garota morena e carrancuda. Fazia parte da gangue Matilha, um bando de ladrões. Comandavam a maior parte da Divisão 8. Eu me enturmava com eles de vez em quando, não eram boa influência. Fazia algumas entregas para eles quando ainda era contrabandista.

- É... - ela diz desconfiada sem tirar a faca do meu pescoço - Muito tempo. Ouvi boatos que você recebeu a carta, major. - ela usa gírias da Divisão 5, quanto tempo será que passou por lá?

- Boatos são boatos - debocho. - To fazendo uns bicos por aí, é por isso que eu não tô mais na 8. - faz algum tempo que não falo assim, algumas das gírias variam em cada Divisão, o jeito de falar da Elite e da Base são bem diferentes.

As Crônicas de Rayrah Scarlett: Mistérios em Mondian [RETIRADA EM 25/01/22]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora