Ledi Yevandrovisck

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— Eu sabia que você viria. Eu rezei todos os dias por isso... Me desculpe ter saído, papai. Eu prometo que nunca mais irei fazer isso, eu juro... — o abraçava com todas as minhas forças, seu perfume tão conhecido por mim me fazia bem. Não entendia o motivo de Sófia ter nos ajudado, mas seria eternamente grata.

— A culpa não foi sua, querida... Foi minha. Eu amo tanto você, Sky. — ele me apertou um pouco mais.

— Eu também te amo, papai. — sentia o tecido de sua camiseta ficando úmidos — Vamos, antes que a Sófia volte! — me afastei dele apenas para o olhar — Tem seguranças para todos os lados, no quintal, no corredor, no salão e no estacionamento. — apoiei a costa de minha mão tremula sobre meus lábios — Mas, talvez se eu disser que esqueci algo em casa... — ele negou com a cabeça e eu não entendi, apenas o encarei.

— Sky... — todo o seu rosto estava vermelho, lágrimas ainda desciam por seus olhos azuis. Olheiras se formavam abaixo de seus olhos, mas o cabelo e a barba estavam bem cortados como sempre foram. — Eu queria muito te tirar daqui, mas eu não posso... — ele me abraçou e soluçou — Eu não posso, filha.

— Pai... — murmurei sem entender e ele me apertou mais, não me deixando afastar.

— Eu vou tentar te tirar dessa, eu juro que vou. A Penélope está aqui e ela vai me ajudar, confie em mim, ok? Eu vou dar um jeito. Mas, até lá precisa me prometer que seguirá todas as regras e será uma boa garota. Não tente nada, essas pessoas não medem esforços e matam em um piscar de olhos.

— Pai, eu não entendo...

— Me promete que não vai fazer nenhuma loucura, Scarlett. — ele me segurou pelos ombros para me olhar nos olhos, eu o encarei assustada, três batidas na porta. — Scarlett!

— Eu prometo, papai. — engoli a seco e ele sorriu me abraçando outra vez enquanto a porta atrás de mim se abria.

— Preciso que você saia. — Sófia avisou impaciente e meu pai me deu um beijo na testa antes de deixar a sala, por que eu achei que ela seria capaz de ser boa comigo? — Já chorou o suficiente, vamos fazer essa maquiagem e se você chorar com ela pronta eu faço questão de colocar fogo no seu cabelo, entendeu? — eu suspirei caminhando de volta para a cadeira. Uma moça entrou para fazer minha maquiagem e depois de quarenta minutos saiu. — Vamos. — Sófia ordenou ajeitando o salto e em seguida a saia de seu vestido amarelo.

Ela foi na minha frente, caminhando com o queixo erguido e parando algumas vezes para ajeitar detalhes do evento, em uma de suas paradas eu encontrei Andrei e Penélope discutindo. O irmão de Nikolai tinha seu melhor sorriso debochado no rosto enquanto Penélope parecia mais irritada do que o comum.

A morena de quase trinta anos era melhor amiga do meu pai desde o treinamento para entrar para a polícia. Quando minha mãe faleceu, mesmo sem saber como se cuidava de uma criança, ela ensinou meu pai. Cuidou de mim a vida toda, ia me visitar sempre que podia e sabendo a forma como eu vivia sempre me levava chaveiros dos lugares que visitava a trabalho.

Eu respirei fundo e continuei meu caminho sem esperar por Sófia, eu me conhecia o suficiente para saber que eu era incapaz de abraçar Penélope sem desmoronar e se eu chorasse, Sófia iria me matar.

Meu pai estava me esperando na entrada do salão, ele ainda tinha o rosto vermelho de quem chorava. Mas, quem o visse julgaria que era emoção ao ver sua filhinha se casando. Apesar de que todas essas pessoas que eu não conheço do lado de fora, fazem parte da máfia. Sabiam exatamente que eu estava ali me casando por puro capricho de Nikolai. E o pior é que ninguém estava preocupado com a garota que foi sequestrada e casada a força, a maior preocupação de Bratva era que Nikolai estava se casando com uma "mundana" como dizia Sófia.

• NIKOLAI • 1º Livro da série de "Os Filhos de Bratva"Where stories live. Discover now