05. Deixe a neve cair

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-Não se preocupe, na próxima vez você fica no laboratório com Harry. - Barry disse, mas Caitlin gemeu em desgosto.

-Não sei qual é o mais ruim.

Barry riu a olhando com carinho. Um carinho que eles nunca deixaram de sentir um pelo outro, mesmo com o passar dos anos. Mas em algum ponto de todo aquele enredo maluco o carinho que ela sentia acabou virando algo maior, talvez Barry nunca soubesse e ela preferia assim. Sua vida já era complicada o suficiente para envolver ele ainda mais.

-É a nossa crise de sete anos, sabia? - disse enquanto o carro continuava na estrada. Barry se virou para ela com o olhar confuso, mas por fim entendeu o que ela quis dizer.

-Verdade.

-Todo casal tem sua crise de sete anos. Com a gente não foi diferente.

-Mas poderia ter sido. - ele murmurou desviando o olhar para  a janela.

-É, poderia.

O carro parou na frente de um casebre de caça que parecia abandonado, Caitlin franziu a testa para aquela construção ridícula, porém assim que entrou acabou se surpreendendo. Sabia que aquele tipo de lugar só podia ser uma camuflagem ou entrada para um lugar maior e melhor, por isso quando entrou no elevador e desceu para uma base subterrânea, não conseguiu segurar o palavrão que saiu de sua boca.

-Puta que pariu, isso é melhor do que o laboratório.

-Não exagera. - Cisco pediu mesmo estando completamente fascinado pelo local.

Haviam vários computadores de última geração, paredes de vidro dividiam o que deveriam ser laboratórios e um corredor estreito levava até os alojamentos e enfermaria. Havia poucos pessoas trabalhando, no máximo umas seis, eles se moviam de um lado para outro sem falar com ninguém, então eles ficaram esperando enquanto o agente Reak conversava com o agente Collins, o subdiretor daquela divisão.

-Vamos deixar as coisas no alojamento e então vocês podem começar a fazer o que vieram fazer. - o agente Reak falou, um dos agentes que trabalhavam na base os guiaram até os alojamento e os deixou sozinhos.

-Acho que Reak nos odeia. - Cisco disse tirando o casaco, Caitlin notou que ele usava um suéter bordado com o desenho do robô BB-8.

-Não sei porque me surpreendo. - murmurou prendendo o cabelo no alto da cabeça.

-Vamos. Quando mais rápido acabarmos, mais rápido saímos daqui e desse inferno gelado. - Barry resmungou saindo pela porta, Cisco o seguiu e Caitlin esperou um segundos antes de segui-lo, nesse segundos ela deixou o corpo esfriar, estava com tanto calor, mas se dissesse isso para eles acabaria levantando suspeitas. Limpou o suor que escorreu entre seus seios e saiu.

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Caitlin colou as mãos dentro do casaco e olhou para o lago de águas cristalinas à sua frente, a luz que vinha dos postes de iluminação refletia na água revelando o vapor gélido que ele expelia. O lago se estendia até aonde os olhos não podiam ver.

-Isso é digno de uma foto. - Barry disse erguendo a câmera e enquadrando o lugar. Caitlin se inclinou um pouco contra ele e observou a pequena tela se abrir e fechar capturando o momento. Ela sorriu com aquilo. - Iris vai amar isso.

Caitlin sentiu o estômago despencar, se afastou dele e voltou a focar o lago, agora com uma certa irritação.

Barry sempre lhe deixava com um misto de emoções que ela não sabia explicar. Ia de raiva ao ressentimento em menos de dez segundos, por muitas vezes teve que segurar as lágrimas para não chorar na frente dele ou dos outros, Caitlin sempre tentou se mostrar uma pessoa forte, porém ninguém sabia que pode dentro ela estava tão quebrada que às vezes se julgava impossível de se concertar.

-Sorria. - se virou no mesmo instante que o click da câmera indicava outra foto sendo tirada. Barry analisou a imagem na tela e sorriu. - Essa luz te deixa bem.

-Isso é um elogio? - indagou olhando rapidamente para a tela da câmera.

-Você sabe que sim.

-Obrigada. - sussurrou abaixando o rosto e então ouviu passos sobre o cascalho que cobria todo a borda do lago. Jennifer se aproximou deles, ela usava um casaco preto pesado com o símbolo da A.R.G.U.S no peito, Caitlin gostava de como o cabelo loiro claro da agente caia sobre seus ombros e os olhos azuis brilhavam com a luz artificial que os cercava.

-Você não está com frio? - Jennifer indagou a ela, Caitlin olhou para suas roupas, a bota de cano longo marrom, a calça jeans em um tom claro, o casaco azul escuro, o zíper estava meio aberto fazendo o frio fazer contato com sua pele por cima da blusa branca fina.

-Não. Nem um pouco. - disse fazendo a agente a olhar confusa. - Cisco já instalou o programa?

-Sim, apenas está atualizando alguns outros programas a pedido do agente Collins.

-Mas e o email? Descobriram de onde veio? - Barry questionou sem tirar os olhos da câmera e da paisagem a sua frente.

-De uma escola qualquer. Um adolescente brincando de hacker, a única coisa que tinha no email era “Tik-tak”. Talvez fosse até um engano  - ela disse sem dar muita importância. Porém Caitlin sabia que no mundo em que aquelas pessoas viviam, não havia espaço para enganos.

-Jennifer, para que exatamente essa base serve? - indagou.

-Bem, ela é o único caminho até Pon’t. - Jennifer disse.

-O que é Pon’t? - questionou, Barry então respondeu.

-Uma prisão de alta segurança que contém os piores bandidos. Isola-los do mundo é a melhor coisa que podemos fazer.

-Mas por que a pergunta? - Jennifer indagou curiosa com a curiosidade dela.

-Eu estou pensando, e se não for um erro de direcionamento? Se eles fizeram isso por querer? Porque quando abrissem o email acabariam sabendo a localização. - disse revelando a eles sua teoria. Jennifer franziu a testa, um certa preocupação correu em seus olhos.

-Então se eles sabem o endereço deste lugar, quer dizer que estamos em perigo?

-Esta é apenas uma teoria. - falou tentando acalma-la. - Talvez fosse realmente um engano.

Jennifer suspirou pesadamente.

-Vamos voltar lá pra dentro, tenho que falar com os outros sobre isso.

Os três voltaram para dentro do velho casebre e desceram até a base escondida. Caitlin começou a caminhar até Cisco, porém parou no meio do caminho a notar algo estranho em um dos laboratórios, pela parede de vidro viu dois agentes em uma conversa muito estranha, um deles apontava para algo debaixo da mesa enquanto o outro parecia meio preocupado. Ela esperou até eles saírem para poder entrar no laboratório, se agachou para olhar para embaixo da mesa, havia apenas uma caixa de papelão, a puxou abrindo sua tampa, foi quase instantâneo a explosão, ela não viu nada, apenas um clarão vivo e em segundos seu corpo todo havia sido tomado por uma ardência enlouquecedora, sentia que iria morrer ali, então ouviu passos, enquanto as lágrimas rolavam desesperadas pelo seu rosto podia machucado, por fim quando não aguentava mais deixou a escuridão tomar conta de si. 

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O que acharam? Momentos de tensão para nossa Caitlin. 😨😨😨😨

Nodus tollens (Revisão)Where stories live. Discover now