Emma é uma das milhares de pessoas que se mudaram para Nova York, atrás de uma vida melhor, ou apenas para esquecer o passado, que às vezes machuca como uma faca que foi cravada no coração.
Inteligente, forte, corajosa e uma beleza de invejar qualqu...
Emma. Passei os últimos dias em uma briga eterna entre mandar mensagem e não mandar mensagem, perguntando sobre como ela está. Mas não quero passar dos limites, na nossa relação antiga eu não ficava mandando mensagem ou preocupado com a secretaria.
— Porque não liga pra ela, logo? Não aguento mais ver você nesse estado.
Viro meu rosto para encarar minha irmã.
— Que estado, Ashley?
— Parecendo que levou um pé na bunda da mulher da sua vida, mas te conhecendo bem, sei que nem ao menos tentou com a Emma.
— Tentar o que exatamente?
— Eu quero te matar nesse exato momento, juro.
Revirou os olhos, sentado ao meu lado no sofá. Ficamos em silêncio, encarando a vista lá de fora de Nova York através da sacada aberta.
— John?
Ashley chamou meu nome baixinho. Retruco um "O quê?"
— Preciso te contar uma coisa que aconteceu comigo quando voltei de Noronha.— Soltou um suspiro pesado.
Minha atenção vai pra ela. Ashley ainda encara lá fora com os olhos perdidos em algo.
— O quê aconteceu, Ashley?
Minha irmã se vira pra mim, mordendo os lábios, em sinal de nervosismo.
— Não ia te falar nada, mas sei que merece saber também.
— Ashley, fala logo! Estar me deixando preocupado e…
— Encontrei a nossa mãe no aeroporto, ou melhor, a mulher que colocou a gente no mundo.
— O quê?
Estou sem reação. Meus olhos procuram os da minha irmã em algum sinal de brincadeira ou algo parecido, mas não encontro, mas ao invés disso encontro incômodo, rejeição e medo.
— Ela estava no mesmo voo que eu…
— Que merda aquela mulher te fez, Ashley?!
Levantei do sofá encarando minha irmã, transtornado.
— Ela não me fez nada, John.— Seus ombros murcham automaticamente.— Na realidade, eu que fui falar com ela.
— Ashley!
— O quê, John? Eu precisava saber o porque ela nos abandonou, como se não fossemos nada.— Ashley praticamente gritou levantando do sofá.
Sentei novamente no sofá, com a minha cabeça apoiada nas minhas mãos.
— Eu só queria saber, Jonh. Eu tenho esse direito, ok? Queria ouvir da boca dela.
— O quê aquela mulher te falou?
— Disse que fez pro nosso bem, que seria mais fácil ficarmos longe dela.— Balançou a cabeça em negativo.— E depois disso ela praticamente correu atrás de mim, fiquei procurando por minutos ela.
Fiquei em silêncio.
— Vi de longe quando ela caminhou até um homem mais velho, e um adolescente. Pareciam uma família, Jonh.— Ashley se joga nos meus braços, me abraçando.— Ela tá com a família John, esqueceu de nós dois.
Pisco algumas vezes me recusando a chorar pela aquela mulher que só fez mal para mim e Ashley.
— Esquece ela, Ashley.— Beijo seus cabelos. — Somos uma família também, lembra?
Minha irmã funga concordando com a cabeça.
— Somos eu e você para sempre, não esquece disso.
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