Capítulo 36

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— Perdi meus pais quando fiz 18 anos, pra ser exata no dia do meu aniversário

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— Perdi meus pais quando fiz 18 anos, pra ser exata no dia do meu aniversário. Lembro que estávamos indo comemorar no meu restaurante favorito de Seattle, e aquele dia estava caindo um mundo com uma chuva muito forte. Mas isso não impediu que meus pais me levassem para comemorar uma data que tanto ansiava. Aproveitei cada momento daquele jantar com eles, alguma coisa que dizia que eu não teria mais aqueles momentos, mas coloquei na minha cabeça que o motivo era, que eu iria pra Washington cursar marketing e ficaria longe deles por alguns anos.
— Encarei minhas próprias mãos.— Estávamos voltando de carro, conversando quando um caminhão que estava na pista contrária, bateu contra a gente. Ainda consigo ouvir meus gritos, e do minha mãe em meio ao silêncio que ficou depois. Lembro que consegui manter meus olhos abertos depois por alguns minutos, e vi meus pais de mãos dadas sangrando, os dois machucados. Queria gritar, pedir ajuda mas não consegui fazer nada. Eles morreram na hora, só acordei três dias depois.

— Sabe que não foi sua culpa, não é?— John segurou minhas mãos, apertando.

— Sei disso, mas às vezes é impossível não pensar que se não tivéssemos saído para comemorar meu aniversário, eles ainda estariam vivos.

— Emma, não foi sua culpa. Seus pais tiveram os últimos momentos deles com a filha deles, não se culpe por uma coisa que está além de você.

— Para uma garota de 18 pensar isso, é muito difícil. Eu estava tão feliz, e do nada tudo acabou.
Questionava tudo e todos, e principalmente porque não tinha morrido junto com eles. Passei um ano todo isolada no quarto, não sai de casa pra nada, me via perdida nos meus pensamentos. Então teve um dia, que eu não poderia adiar mais, que era lê o testamento que meus pais deixaram. Tio Adam, que é o pai da Sophie foi comigo, às vezes preferia não ter saído daquele quarto. Foi nesse mesmo dia que conheci Alex Scott, ele era um estagiário do advogado dos meus pais. Não consegui ler uma carta que eles tinham escrito assim que nasci, saí correndo da sala e sentei em um corredor vazio que encontrei. Alex foi até mim, sentou ao meu lado e ficou lá em silêncio, quando questionei o porque ele estava ali, ele respondeu que sabia exatamente o que eu estava sentindo, que tinha perdido os pais.

— Vocês viraram amigos?

John perguntou baixinho.

— Viramos amigos inseparáveis. Dois anos depois estávamos ficando, e embarcamos em relacionamento.
— Sorri sentindo algumas lágrimas brotarem no meus olhos.— Tio Adam não gostava do Alex, sempre me falava que ele tinha se aproveitado da minha dor para se aproximar de mim e do dinheiro que meus pais tinham deixado no meu nome, mas não dei ouvidos.
Estava completamente cega pelo amor, só conseguia enxergar o quanto ele estava me fazendo feliz, depois de tudo que me aconteceu. Aos 22 anos fui morar em um apartamento que compramos juntos, estava fazendo faculdade de marketing na cidade e tinha encontrado o amor da minha vida. O que eu queria mais?

— Ele mudou com você, Emma?

Nego com a cabeça, encarando os olhos do John.

— Dois anos depois, descobri que estava grávida. Já estava desconfiando há alguns meses, mas evitei fazer o teste, porque estava com medo de qual seria a reação do Alex. Nunca tínhamos conversado sobre ter filhos naquele momento, ele nunca demonstrou aquilo, na realidade ouvi algumas vezes dele conversando com alguns amigos, que não queriam bebês tão cedo.
— Solto a mão do John, passando em volta da minha barriga.— Fiquei tão feliz quando o exame confirmou que eu estava grávida de dois meses, me senti tão completa e já amava aquele pequeno ser que crescia dentro de mim.

Engulo o choro que quer rasgar minha garganta.

— Se não quiser, continuar vou entender, Emma.
— John sussurrou com a voz suave.

— Eu preciso, Jonh. Fui toda boba contar com o Alex, mas a reação dele não foi como imaginei. Naquela noite tivemos uma briga feia, ele só pegou algumas roupas e disse que iria passar alguns dias na casa de um amigo para pensar, e eu só conseguia chorar.
Alex sumiu durante quatro semanas, e quando retornou para casa, me pediu um milhão de desculpas e disse que estava feliz pelo nosso filho, e que deveríamos comemorar.

Limpo as lágrimas com o dorso da mão, apertei minha barriga descoberta, como se pudesse reviver toda aquela dor.

— Ele fez um jantar para nós dois, no mesmo dia que voltou pra casa. Decorou todo nosso apartamento com pétalas de rosas, aquela foi a pior noite da minha vida, e eu nem sabia. Tudo tinha voltado ao normal, mas Alex já não era o mesmo, sempre gritava comigo por coisas bobas e logo em seguida pedia desculpas, e perguntava se o bebê estava bem. Virou um ciclo vicioso, e nem me dei conta. Até que um dia estava tomando banho, até que me deparei com sangue escorrendo pelas minhas pernas, se misturando com a água. Só deu tempo de sair do banho, e ligar pra Sophie vim me ajudar. Tentei aguentar acordada, mas tinha algo mais forte me puxando para a escuridão.

— Você…

John não conseguiu terminar de falar, sua frase morreu quando confirmei com a cabeça. Seus braços me puxam para um abraço apertado, finalmente desaboo em meio às lágrimas e soluços que abandonam minha garganta.

Fico assim por minutos, até respirar fundo. Fecho os meus olhos me levando de volta para meu passado.

— Acordei no dia seguinte no hospital, com Tio Adam e Sophie ao meu lado. Os dois não disseram nada no primeiro momento, só me abraçaram. Não entendia o porquê tinha acontecido aquilo comigo e meu bebê.
Ainda lembro da sensação da dor que tive quando passei a mão na minha barriga, e não consegui sentir meu filho ali, rasgou a minha alma, John. Foi como se tivesse enfiado uma faca no meu próprio peito. O médico falou que eu tomei algum remédio que causou meu aborto, meu filho foi assassinado dentro de mim, e mais uma vez não pude fazer nada. Alex simplesmente  sumiu da minha vida, nunca teve a decência de aparecer na minha frente, e vê o estrago que tinha feito em mim. 

Não estou mais chorando, como a minutos atrás. Sinto ódio correndo em cada pedaço do meu corpo quando lembro que Alex matou o próprio filho, me matou por dentro sem ao menos pensar duas vezes.

— Sinto vontade até hoje de matar o Alex com as minhas mãos. Depois de tudo que me aconteceu nunca mais consegui seguir 100% em frente, é como se eu nunca fosse esquecer meu passado, e nem quero. Esquecer meu passado, e esquecer que um dia tive um filho, eu o amava com todas as minhas forças, daria o mundo a ele, mas infelizmente ele ou ela foi arrancado de dentro de mim.

John não falou nada, apenas me apertou ainda mais contra seus braços. E foi exatamente tudo que precisava nesse momento, nada de palavras, apenas um abraço que me fizesse sentir segura.

•Voltei leitoras, ainda não estou 100% mas fiz um esforço para escrever esse capítulo, sei que todas vocês estavam ansiosas

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•Voltei leitoras, ainda não estou 100% mas fiz um esforço para escrever esse capítulo, sei que todas vocês estavam ansiosas.

•Finalmente a Emma se abriu e contou tudo que passou com o Alex e os país dela. O quê vocês acharam?

•Quem quer matar o Alex junto comigo, deposite um
"🔪" aqui.

•Estamos entrando quase entrando na reta final, mas isso não quer dizer que finalmente vai aparecer o "viveram felizes para sempre", isso se tiver né.

•Não se esqueçam de votar e deixar um comentário, se bater um número bem grande, posto um amanhã!

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