eleven - addicted.

3.2K 519 573
                                    

        Ainda não estava acreditando na minha capacidade de fazer merda. Se isso contasse como emprego, com certeza meu currículo seria o mais recheado, porque eu realmente era muito bom em cagar com tudo.

        Estava esperando Yoongi na frente do restaurante, depois de explicar o que havia acontecido para meus amigos que, com excessão de Jimin, haviam me apoiado a tomar uma atitude hoje.

        Era óbvio que eu não ia o fazer. Além de eu ser um covarde, minha mente tinha preocupações mais sérias: os malditos papéis. Já havia se passado uma semana, e eu me lembro muito bem de tê-lo colocado na lixeira da cozinha de Yoongi.

        Com certeza eles já estavam sendo incinerados junto com o lixo de toda a cidade. Ia ser impossível encontrar.

         Suspirei fundo, apertando minha mão dentro dos bolsos do casaco. Estava muito frio, o que eu detestava. Nunca fui muito fã do inverno, principalmente porque tudo parecia mais triste nessa época e eu ficava muito melancólico.

         Levando em conta a merda que eu havia provocado, o clima só contribuía para a minha vontade de ouvir Lana Del Rey e desejar estar morto.

         Depois de alguns minutos que passaram mais rápido do que eu esperava, Yoongi parou seu carro em minha frente. E eu, como uma pessoa preocupada e desesperada, corri para dentro do carro para fugir do frio e chegar mais rápido de encontro com os papéis – que provavelmente já estavam na casa do caralho.

        — Yoongi, olha, me desculpa — Comecei a falar, sem me preocupar com o fato de estar atropelando as palavras e me enroscando no cinto de segurança — Aqueles papéis pareciam sem uso, então eu nem pensei duas vezes. Eu sei que eu sou muito burro e que você está me odiando, mas se quiser eu refaço tudo que estava escrito neles. Aliás, o que estava escri-

         — Boa noite pra você também — Yoongi me interrompeu, o que fez com que eu me calasse por completo.

         Céus, como eu era mal educado.

          — Boa noite — Murmurei, ainda estático e sentindo a vergonha queimar meu interior.

         Era deplorável estar perdendo o controle na frente daqueles olhos escuros.

         Yoongi riu fraco sem barulho, aproximando sua mão do cinto de segurança que estava emaranhado em meu braço. Eu não fazia ideia da bagunça que tinha feito com aquilo, mas agradeci a mim mesmo mentalmente.

         Eu realmente só fazia merda, mas alguma delas resultava na mão de Yoongi esbarrando em meu corpo hora ou outra, para arrumar aquele emaranhado. E, devo confessar, se eu pudesse me enrolar no cinto de segurança mais vezes, eu o faria só para que pudesse sentir o moreno tão próximo.

         Depois de colocar o cinto de segurança em mim, Yoongi se afastou e ligou o carro, começando a dirigir.

        Eu ainda estava estático. Quer dizer, fora a primeira vez que ele esteve tão perto, a primeira vez que tive o privilégio de sentir sua respiração tão próxima e ter minhas narinas inundadas naquele cheiro único. Era uma puta sorte.

        Se eu fosse um pouco mais egoísta, quase teria agradecido aos céus por ter jogado aqueles papéis no lixo. Até porque, foi por causa deles que eu estava no carro de Yoongi novamente, pronto para ir até sua casa.

          — Como você está, Hoseok? — Yoongi indagou, finalmente afastando o silêncio que se estendia no carro, graças aos meus pensamentos longínquos.

End Game || yoonseok.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora