Capítulo 6- Arrombamento de Desespero

8 2 0
                                    

Kissani entrou no local, a casa de Kyrie Eleison, e assoviou, aquilo era diferente a cada vez que ia lá.

— E então, Kelly — a gata se jogou nela, colocando os braços nos ombros da outra —, pegou o que hoje? Harin? — ela colocou o polegar na boca, pensando, enquanto mordia a garra. — ou talvez o Koka, ele estava me enchendo o saco, ou... A calma, calma — ela respirou fundo e olhou nos olhos de Kelly — já sei, Mihaken.

— Exatamente — Kelly disse confiante, e Kissani se jogou no sofá enquanto comemorava o acerto, a mulher passou direto por ela, colocando sua arma, Rena, em cima da mesa afrente do sofá — você conhece bem eles, Kissa, não lhe pesa a consciência?

— Consciência? — a gata sorriu de forma malandra, enquanto se sentava, olhando fixamente para a arma. — Como se eu tivesse algo assim.

— Achei que você, em específico, fosse uma pessoa que fazia amizade com todos.

— Até sou — a gata começou a bater na arma, que fazia um pequeno barulho e reagia com uma fraca luz dourada ao toque dela — se eles não viessem me encher a paciência toda vez que apareço naquele Inferno.

— Literalmente, né? — Kelly parou de andar e deu uma olhada para a gata — Instrutora — ela riu do rosto vermelho da gata. — Irei tomar um banho, logo volto, você disse que tinha algo para me falar, então espere um pouco, e deve ter chocolate quente na geladeira, pode esquentar se quiser.

— E Vodka? Tem?

— Sabe que não gosto disso.

— Por isso que sempre pergunto.

Kelly revirou os olhos e voltou a andar, enquanto Kissani ria sentada no sofá, tendo a espada fazendo um pequeno barulho, como se sua lâmina estivesse arranhando algo. Ela também ria.

Kelly sempre foi uma garota diferente, Kissani viu isso da primeira vez que olhou a pequenina de cabelos brancos tão lisos que pareciam seda feita de teia de aranha, com pequenas manchas pretas para adornar, e a pele amarronzada da outra, mesmo com o vitiligo que cobria por completo seu corpo, a lembrava de uma velha... companheira.

Kah'rin, A Grande Caçadora.

Antigamente isso parecia engraçado, mas agora, só dava para ver a neblina nos olhos da gata enquanto ela pensava.

Kah não era daquele Mundo, e provavelmente, não era daquela Realidade.

E ainda assim, Kelly'na lembrava muito a Caçadora, além de seu nome também parecido.

Entretanto, Kyrie não aceitava o fato de que tivesse outra pessoa além de sua mãe, Deri'na, como parente, principalmente alguém que para ela sequer existia.

Deri'na nunca assumiu nada para Kissani, somente que agora ela está bem mais feliz do que quando havia uma pressão sufocante perante sua filha, de onde quer que ela estivesse vindo.

A gata se jogou no sofá, a lâmina parou de brilhar e começou a ressoar de modo agradável, como se soubesse que aquela à sua frente estava atormentada e queria acalma-la.

E pensar que aquela arma um dia a pertenceu, que ela literalmente amava aquela arma e a conquistou em meio a tantos problemas.

Agora, Rena não mais a pertencia, mesmo que ambas ainda se lembrassem uma da outra.

Tantos problemas... e a gata só queria desaparecer.

Mas como A Morte desaparece se nem mesmo morrer ela pode?

A verdade sobre ElesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora