Capítulo 27 - Gustavo

167 26 32
                                    

Eu achei que me aproximar de Isa seria bastante difícil. Ainda mais porque eu desisti da ideia de reconquistá-la, por causa de toda a situação que a rodeava. Não queria confundi-la mais ainda.
Mas vê-la aqui no meu sofá, conversando com a Diana me deixava muito feliz.
Isa é uma grande mulher. Me sinto honrado de está ao seu lado. Tive a chance de conhecer um pouco mais sobre ela, descobri coisas que não sabia. Cada dia que se passava ficávamos mais próximos. Nós éramos amigos de verdade. E ter a amizade da Isa, sem que ela soubesse dos meus defeitos e do meu passado era uma coisa ótima.
Não contei a ela sobre o beijo que havia acontecido, muito menos sobre a discussão segundos antes do acidente. Fiquei com muito medo de dizer isso a ela e ela não querer mais falar comigo. Lógico que viver com isso não era fácil. Eu queria dizer a ela, mas o medo falava mais alto. Então decidi guardar isso para mim. Até porque quanto menos ela souber, melhor.

- Bom, agora vocês ficam aí conversando que eu vou lavar a louça. - Isa se levantou prontamente, trazendo a minha atenção a ela.

- Não, por favor. Pode deixar que eu cuido disso.

- Ah não, querida. Você é visita. - Diana colocou a mão no ombro da Isa.

- Na verdade, de acordo com Gustavo, essa deve ser a terceira vez que eu venho aqui, então eu acho que não sou mais visita. - ri diante desse argumento.

- Diana, deixa ela lavar a louça. Vai lá descansar, vai. - pedi.

- Mas ela não sabe aonde fica as coisas.

- É por isso que Gustavo vai me ajudar. - rebateu.

- Que? - levantei-me bruscamente.

- Tem certeza, meu bem? Gustavo é muito ruim arrumando as coisas de casa.

- Ei! - me defendi.

- Dá para o gasto. - deu uma piscadela para Diana e sorriu.

- Eu estou aqui e estou ouvindo tudo. - avisei.

- Ótimo, significa que você não é surdo.

Diana e Isa caíram na gargalhada.
Revirei os olhos.

- Mereço... - resmunguei.

- Então tá bom, eu estou indo lá pra cima. Qualquer coisa me chama.

- Falamos o mesmo.

Diana subiu as escadas, me deixando sozinha na sala com Isa.

- Vamos! - ordenou, indo em direção a cozinha.

Fiquei olhando para ela, tentando entender da onde ela tinha tanta marra. Ela sempre foi assim antes ou o acidente causou alguns danos colaterais?

- Você é muito abusada, sabia? - disse entrando na cozinha.

Isa estava ajuntando a louça na pia.

- Você já me disse isso.

- Eu sempre soube que eu tinha razão. - me sentei na mesa, observando cada movimento seu.

Ela colocou as panelas em cima do fogão, e começou a ensaboar os pratos e talheres.
Pelo seus movimentos seu cabelo longo, que vinha até a cintura, começou a balançar.

Não pude deixar de imaginar essa cena de Isa na nossa futura casa.
Meu coração começou a bater mais forte mediante a essa cena.

Onde eu estava com a cabeça? Pensando em casamento? O que essa garota está fazendo comigo?

Tive a ideia de puxar um assunto, visto que ficar em silêncio não estava sendo muito bom para mim.

- Então, você fez o trabalho de biologia? - perguntei, tentando esconder meu nervosismo.

Nos Propósitos de Deus Onde as histórias ganham vida. Descobre agora