É engraçado como as coisas acontecem. Você passa a sua vida buscando, orando, se santificando e quando chega no momento em que você tem que se mostrar forte você cai. Pelo menos, no meu ponto de vista, foi o que aconteceu.
E depois do jeito que o Gustavo me tratou, aí que eu tenho mais certeza ainda.Bom, mas isso não vai ficar assim. Primeiro porque eu não sou uma qualquer que ele pode sair beijando e depois tratando como lixo. Segundo porque eu fui ali para visitá-lo, como uma amiga solidária, e ele muda comigo na frente dos amigos?
Ah, mas não vai ficar assim mesmo!***
Cheguei na lanchonete na segunda feira de manhã determinada. Tinha ensaiado o final de semana todinho a minha discussão com Gustavo. Confesso que as minhas orações foram as mais sinceras que eu já havia feito:
- Pai, eu sei que o Senhor manda amar o próximo... Orar pelos inimigos... Mas quando se trata do Gustavo isso acaba se tornando um desafio. Por isso, eu estou tentando com toda a força me manter crente, mas umas boas verdades aquele garoto vai ouvir. Não peço para acalmar meu coração, mas para acalmar a minha mão, para não voar na cara dele. Essa é a oração mais sincera que te faço. Amém!
Claro que essa oração foi só na hora da raiva e que depois eu pedi perdão a Deus pela minha audácia. Mas a raiva ainda não tinha ido embora. Ela ainda estava ali, viva.
Empurrei a porta, ciente que Gustavo já estava ali, já que a cópia da chave da lanchonete fica com ele e ele é o responsável por abrir a lanchonete, e entrei.
Joguei minha mochila em cima do balcão e fui em direção a cozinha. Já podia sentir meu nervosismo tomando vida. Quando adentrei naquele lugar, frustação é a única coisa que sobrou.- Bom dia, Isa. - desejou Felipe.
Deixei meus ombros caírem.
Acabei deixando transparecer minha frustação, pois Felipe logo estranhou.- Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
- Não, está tudo bem. - forcei um sorriso. - Bom dia.
Felipe sorriu de volta.
Fui até o canto da cozinha, peguei um avental e o vesti.- E Gustavo, cadê? - perguntei sutilmente.
- Ah, ele não trabalha mais aqui.
Fiquei imóvel na mesma hora.
- Como?
Tentei ao máximo não transparecer minha... Tristeza?
- É, ele primeiro me pediu um tempo no trabalho, mas aí como ele já pagou todas as dívidas e como o pai já o tirou do "castigo" - fez aspas com as mãos. - Eu disse para ele que se ele quisesse poderia sair do emprego agora que estava livre. E de qualquer forma as férias estão acabando mesmo.
Fiquei em silêncio, ingerindo tudo aquilo.
- E quando foi isso? - consegui perguntar.
- No sábado.
Um dia depois do ocorrido. Ele estava fugindo de mim.
- Mas eu acho que de início ele não quis muito, não. - continuou Felipe.
- Por que diz isso?
- Quando lhe falei que poderia sair do emprego a ligação ficou muda por um minuto. Perguntei o que tinha acontecido e ele me pediu um tempo para pensar naquilo. - Felipe pegou uma vassoura e um pano de chão. - No sábado à noite ele me retornou e disse que iria parar de trabalhar.
Assenti.
Não consegui fazer mais perguntas e não tocamos mais no assunto durante todo o dia que se prosseguiu. Não que trabalhar sem o Gustavo seja chato, já que era assim antes dele chegar, mas sua ausência aqui me deixou inquieta.
Ainda mais depois de tudo o que tinha acontecido.
Eu pensei que eu fosse chegar aqui, iria dizer tudo o que eu queria, ele ia debater, nós discutiríamos e depois nos acertaríamos. Mas isso não aconteceu.
Não tirei a limpo o que aconteceu na sexta e eu não sei o que fazer.Voltei a trabalhar para ocupar a mente e passei o resto da tarde me esquivando de pensar nisso. Até porque eu estava muito confusa sobre o que eu estava sentindo naquele momento.
Quando o expediente acabou, troquei de roupa e me despedi do Felipe. Saí da lanchonete veficando meu celular dentro da mochila. Peguei e vi duas ligações perdidas do Gustavo. Meu coração começou a bater mais forte.
- Eu te liguei. - sua voz congelou minha espinha e, por um momento, eu esqueci como se respirava.
Levantei minha cabeça e vi Gustavo parado com as mãos no bolso da calça.
- Percebi... - foi a única coisa que saiu.
Gustavo se aproximou. Ficou a 30 centímetros de distância de mim.
O freio de um carro na rua me trouxe a realidade e eu fui voltando a respirar normalmente.
- Eu saí do emprego. - apontou para a lanchonete.
- Eu sei.
Gustavo ficou em silêncio, um pouco desconcertado.
- Posso te acompanhar até a sua casa?
Eu ainda estava tentando achar aquela raiva que eu tinha de manhã, mas ela havia sumido. Ficando só o nervosismo no lugar.
Assenti e fomos andando.
A caminhada foi a mais silenciosa que já existira na Terra. No meio do caminho, Gustavo pegou minha mochila para levar. Relutei, mas ele insistiu.Não demorou muito para chegarmos em frente a minha casa. Peguei a mochila com Gustavo e esperei até que ele falasse alguma coisa. Mas não aconteceu.
- Não vai falar nada? - perguntei, já inquieta.
- Sobre o que?
- Sobre o que você acha? - respirei fundo. - Para quê você me ligou?
- Eu queria esclarecer o que aconteceu sexta.
Senti minhas mãos começarem a suar.
- Sou toda ouvidos.
Meu coração já havia parado, voltado a bater, parado de novo e voltado mais uma vez. E eu estava muito próximo de ter uma parada cardíaca real.
Gustavo respirou fundo e pegou minha mão.
- Isa, eu gosto demais de você. Passar esses meses trabalhando com você foi maravilhoso. Porque você é maravilhosa. Você é completamente diferente do que eu imaginei. E é o sonho de qualquer garoto.
Deu um beijo na minha mão.
- Mas eu não sou o garoto certo para você. Você é cristã e eu sou... Um revoltado da vida. Você merece uma pessoa melhor do que eu.
Tentei ao máximo segurar minhas lágrimas que ameaçavam a cair.
Então era isso? Eu que devia falar umas verdades para ele e ele me vem com essa?
Puxei a minha mão.
- Está bem. - disse tentando parecer o mais segura possível. - Eu não estou procurando namorado.
Dei as costas e entrei na minha casa.
Fui direto para meu quarto e agradeci por ninguém está em casa.
Fechei a porta e chorei tudo o que tinha pra chorar. Quando me recuperei, limpei minhas lágrimas e orei a Deus.
Me aliviou um pouco e eu acabei pegando no sono.(...)
Então é isso...
Me desculpem a demora, eu não ando muito bem de saúde.Só eu reparei que a capa e o nome do livro mudaram?
Aêêêh.
Agora sim está tudo entrando nos eixos.Cometem o que acharam e não esqueça do votinho. Titia Sara carece disso.
Bjs e fiquem com Deus.
ESTÁ A LER
Nos Propósitos de Deus
SpiritualUma história cativante sobre Isabella Guimarães, ou Isa, como prefere ser chamada, que pelas circunstâncias da vida acaba conhecendo Gustavo, um garoto rebelde que faz o que quer e quando quer. Só que Isa não é mais uma das garotas que ele está acos...