A mente humana é fascinante e bastante perigosa quando traumatizada. Esse é o caso de Aline, uma jovem com diversas tragédias do passado pronta para tentar seguir em frente.
Mudando para o município de Palmas, matando seus medos e se livrando de qu...
Okay. Eu poderia garantir que nunca teria nada com Lucas para que Nicole dormisse bem à noite, mas resolvi fazer do meu jeito. Não deixarei que eles fiquem nem que para isso precise matá-la.
Francamente. "Como eu olho para Lucas?". Eu realmente quero saber como olho para Lucas se não com os globos oculares que tenho na cara.
— Aline?
Volto a fitar o moreno apenas de toalha na cintura que parecia dizer algo realmente importante antes de me perder em pensamentos.
— Está tudo bem? Prestou atenção?
Nego com a cabeça fazendo um suspiro sair de seus lábios.
— Falei com Nico hoje — Travo a mandíbula — Talvez você tenha razão e ela só esteja preocupada contigo. Por isso sugeriu um psicólogo, psiquiatra, sei lá como chamam.
Tiro Gato do meu colo aflita. Não, não, que inferno! Lucas não pode mais ficar encontrando essa garota.
— E-eu...
Antes de continuar, seu celular toca e ele atende depressa.
- Sim? ... Ah, oi Chefe... Claro, claro que posso. Sem problemas...Certo. Chego aí em 20 minutos.
Ele desliga o aparelho e mexe nos cabelos molhados.
- Preciso ir. Tenho que ficar de plantão hoje. Um idiota baleou meu amigo no joelho e sobrou para mim. Vai ficar bem?
Balanço a cabeça concordando. Salva no último instante. Até depois arranjarei uma desculpa para não ir ao médico.
- Ótimo. Depois conversamos. Toma – Diz me entregando um celular pequeno – Comprei para você. Tem o meu número e o da Nicole – Sorri – Caso precise. Sei lá.
Seu jeito embolado me faz sorrir um pouco. Ele vai se arrumar e eu caminho para o banheiro. Pretendo sair hoje também, mas ele não precisa ficar sabendo.
Assim que termino meu banho – uns quinze minutos depois - me enrolo na toalha e encontro Lucas na sala, caçando suas chaves. Ele não me olha com luxúria dessa vez, mas deposita um beijo na minha testa dizendo um "se cuida" antes de sair pela porta. Um gesto estranho, pelo menos para mim.
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A praça está cheia. Vendedores ambulantes aos montes, crianças chorando alto ou correndo por entre as pessoas, skatistas, drogados... Tem de tudo, e nada parece incomodar ou surpreender alguém.
- Srta. Suaçuna eu suponho.
Uma mulher mais velha, alta, loira dos olhos azuis interrompe meu caminhar.
- Talvez ainda não saiba mas me verá bastante daqui para frente. Sou a nova encarregada do caso de seu pai. Acho que alguns depoimentos não condizem com a realidade.
Engulo seco.
- Não sei qual o seu joguinho de não abrir a boca mas te garanto que irei descobrir.
