CAPÍTULO 35

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    Katie

Eu caminhava apressada pelos corredores da editora enquanto fitava os papéis em minhas mãos, ainda incrédula. O editor de esportes da revista estava louco e quase exigia ter uma entrevista com ex jogador de futebol, Bryan Williams. Segundo as suas palavras, todos os sites, jornais, revistas e programas de TV's estavam disputando para conseguir uma exclusiva com ele — e agora a minha editora também.

Apesar da surpresa, em saber que Bryan estava saíndo do mundo esportivo e da hesitação, após as palavras escritas à mim pelo editor, eu, como editora-chefe, não precisei pensar muito e me vi na obrigação de fazer o meu melhor para tentar conseguir a exclusiva. Concluí que, acima das nossas diferenças, deve vir o profissionalismo e, consequentemente, os benefícios para ambos.

— Aii... — grunhi ao esbarrar em alguém.

— Eu estava indo te procurar. — ergui a cabeça ao ouvir a voz de Dana.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, me recompondo.

— Olha isso. — mostrou-me o aparelho celular em suas mãos. Meus olhos arregalaram-se e preocupação se fez presente ao ver fotos de Bryan e Benjamin no estádio.

— O que é isso? — murmurei, vendo-a passar as fotos.

Em todos os ângulo os dois haviam sido fotografados. Bryan segurava Benjamin firme em seus braços e, aparentemente, tentava protegê-lo, mas, mesmo assim, eu pude ver em uma das fotos o rosto assustado do meu filho.

— Você tem que ver o resto. — ela rolou a tela e deu o play em um vídeo.

Engoli em seco ao ver as cenas gravadas ontem, os repórteres especulavam coisas enquanto Bryan os fitava sem poder reagir. Dentre uma das perguntas, o meu nome surgiu junto ao de Benjamin, eles perguntaram se ele era seu filho. Isso me deixou paralisada, mas o que chamou a minha atenção no meio de tudo foi um terceiro nome citado: Kyara York. Esse era o nome da modelo que estava nas fotos com o Arthur. Mas que tipo de ligação o Bryan tem com ela?

Dana rolou novamente e mais fotos de Benjamin com o rosto assustado apareceu. Algo dentro de mim explodiu nesse momento, era uma criança que estava ali e eles sequer respeitaram isso.

— Ele é só uma criança. O que eles pensam que estão fazendo? — esbravejei.

— Fale com o Bryan. Ele deve fazer retirarem tudo o que foi publicado. — disse.

— Me dê às suas chaves, por favor. — estendi a mão, e ela apenas abriu a bolsa e me entregou. — Também vou precisar disso. — peguei o seu aparelho celular. — Estou indo. — entreguei-lhe os papéis e saí pisando duro em direção ao elevador.

**
Estacionei em frente a casa dos Williams, saltei do veículo, caminhei até a entrada da mesma, parei em frente a porta e toquei a campainha.

Lá dentro não se ouvia nada e, por um momento, eu achei que não tivesse ninguém em casa até a porta ser aberta por um homem seminu. Bryan usava apenas uma toalha envolta da cintura. Seu corpo estava com pequenas gotas de água e o cheiro de banho tomado exalava no ar. Seus músculos se contraíram quando eu, sem perceber, me perdi analisando cada centímetro dele. Notei algumas tatuagens, que antes não existiam, e aquilo chamou a minha atenção.

— Gosta do que ver? — sua voz soou rouca e sexy ao perguntar.

— Está falando desse corpo aí? — ergui a cabeça e rebati, apontando para o mesmo. — Não tenho interesse. — adentrei na casa, mesmo sem ser convidada. Eu não podia ficar parada como uma boba olhando para ele. — Precisamos conversar.

— Ah, claro. Você me pedindo com esse jeitinho, não tem como dizer não. — atirou, ao fechar a porta atrás de si.

— Você já foi menos sarcástico. — falei, sem olhar para si.

Uma Chance [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora