Uma Chance [EM REVISÃO]

CAPÍTULO 3

   Katie

Remexo-me inquieta na cama. Dormir sem ele ao meu lado era estranho. Apesar de estarmos brigados, eu o queria ali, abraçado à mim como de costume.

Assim que chegamos em casa, Bryan disse que precisava sair para pensar um pouco, senão acabaria descontando a raiva que estava sentindo em mim e ele não queria isso.

Algumas horas depois de sua saída, ouvi os seus passos no corredor, mas ele não veio até o quarto. Agora, eu estou em uma briga interna comigo mesma, porque parte de mim quer ir ao seu encontro e a outra tem receio de piorar as coisas.

Abrupta, levanto-me e caminho até a porta. — Você deve ir, Katie. — afirmo antes de abrir a mesma e seguir em passos lentos até o quarto de hóspedes. Estanquei quando vi a porta entreaberta. Ele estava sentado na cama, cabisbaixo. No criado mudo ao seu lado havia um copo e uma garrafa de whisky pela metade.

Levo a mão a porta no intuito de empurrá-la, mas desisto. Devo deixá-lo sozinho e dá o tempo que ele pediu, penso ao dar um passo para trás.

Reprimida, volto para o quarto — o mesmo que ocupo desde que cheguei em Londres. De repente, me pego lembrando de quando Bryan veio morar comigo. Dana mudou-se para outra casa com Noah após o casamento e eu fiquei sozinha. Pouco depois, Bryan e eu começamos a namorar e ele passou a vir muito aqui para me fazer companhia. Quando fizemos um ano e meio de namoro, eu já me sentia tão confortável com a sua presença que o convidei para morar comigo e, para a surpresa de todos, moramos juntos desde então.

Abraço o seu travesseiro e fecho os olhos. Mesmo que tente, não consigo dormir porque olhos verdes vêm em minha cabeça.

**
Sinto lábios macios nos meus, me despertando. Arregalo os olhos com espanto quando os abro e encontro Bryan debruçado sobre mim.

— Me perdoa. — pede ao separar os lábios dos meus.

— Eu... — recosto-me na cama. — Eu também te devo um pedido de desculpas.

Sem dizer nada, ele me abraça.

— O que você fez comigo? — sussurrou.

— Acho que o mesmo que você fez comigo. — devolvi, no mesmo tom que ele.

— Estamos perdidos. — se afastou de mim e fixou os olhos nos meus.

— Estamos. — concordei com um sorriso nos lábios.

— Se arrume, vamos sair. — diz, acariciando os meus cabelos.

— Pra onde? — meu tom é curioso. — Você não tinha que está na empresa?

— Só vou mais tarde. — se levantou. — E é surpresa. — respondeu a minha primeira pergunta com um sorrisinho.

Faço o mesmo que ele e me ponho de pé.

— Ah não. — faço o mesmo que ele e me ponho de pé. — Me conta, por favor. — imploro, parando na sua frente.

— Se eu contar vai deixar de ser surpresa. — com certeza, ele se divertia com aquilo.

— Você sabe o quanto eu sou curiosa, Bryan. Por favor... — junto as mãos uma na outra.

— Sei. Te espero lá em baixo. — ignora totalmente o que disse e me dá um selinho antes de sair.

Respiro fundo e sigo para o banheiro.

Minutos depois, volto ao quarto. Já vestida com uma lingerie, pego a primeira roupa que vejo na minha frente: uma calça jeans de lavagem clara, uma blusa azul e um sobretudo preto. Me visto. Nos meus pés, uso sapatilhas. Por último, faço uma maquiagem leve, penteio os cabelos e os deixo soltos.