Vida antes da escravidão

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   Dês do dia que me entendo por gente eu não tinha sentido oque era o amor. Dês do dia que me entendo por gente eu já sabia que não era ninguém. Dês do dia que me entendo por gente eu já sabia que era um escravo.
   Acordo no porão, onde era o meu quarto, e me levanto do meu colchão velho. Dobro minha coberta cheia de furos e ponho em cima da "cama". Ponho meu uniforme, que conciste em apenas uma cueca box preta. Assim que está tudo pronto eu subo para fazer as minhas obrigações. Quando chego na cozinha tudo ainda estava escuro devido ao horário que tinha que me levantar. A única coisa que não me deixava num escuro total era a luz que vinha da janela que era oferecido pelo poste em frente a ela. Ligo às luzes mostrando a cozinha grande com tudo na tonalidade branca. Olho o relógio e me apresso para fazer oque devia fazer antes dele acordar. Como todo o dia eu fiz café e ovos com bacon como era do seu gosto. Pus a refeição na mesa de jantar ao lado da cozinha, ageitando os talheres então escuto a alguém descendo as escadas, provavelmente ele.
   -Bom dia senhor- digo fechando os olhos e me curvando perante ao homem.
   Ele não diz nada como sempre e senta na mesa começando a comer. Continuo naquela posição até ele terminar, se levantando e indo para a porta.
   -Tenha um bom dia meu se- minha fala e interrompida pela batida da porta.
   Não importa quantas vezes ele faça isso, sempre tenho vontade de chorar. Porém seguro meu choro e tiro toda a louça da mesa e ponho na pia começando a lavar. Olho no relógio, 5:30 denúncia os ponteiros. Preparo novamente o café mas dessa vez pra duas pessoas. Ponho uma tigela com cereais e leite na mesa. E ponho também duas torradas e um copo de achocolatado. E da mesma forma que antes escuto o som de alguém descendo as escadas.
   -Bom dia Edu- minha irmã menor corre em minha direção me abraçando.
   -Bom dia senhorita- retribuo o abraço.
   -Bom dia escravo- escuto meu irmão mais velho disser em deboche.
   Me separo da pequena -Bom dia senhor.
   -Ja disse pra não chamar ele assim- Pricila, minha irmã, diz com as bochechas infladas de raiva.
   -Por que ? Ele não e um escravo ?- ele diz indiferente pondo uma das torradas na boca.
   -Ele e o se-
   -Senhorita, não se preocupe com isso. Por favor tome seu café para poder ir pra escola.
   -Mas ele- a interrompi de novo.
   -Ja disse que não precisa se preocupar comigo- abro um largo sorriso.
   Ela sorri fraco, derrotada. Ela senta na mesa e come o seu cereal. Assim como eu fiz com o meu senhor, fico de pé ao lado dos dois.
   -O papai já foi ?-pergunta Pricila pra mim.
   -Sim senhorita.
   -hum
   Ambos terminam de tornar seu café e correm para fora de casa quando ouvem o ônibus escolar.
   -tchau Edu- Pricila acena em despedida. Aceno de volta até ela entrar no veículo. O ônibus segue viagem e eu o observo até ele virar a esquina.
    Quando perco o ônibus de vista entro na casa. Pego a louça suja e levo até a pia onde eu começo a lavar. Olho novamente para o relógio. (Ainda tenho tempo até ela acorda) pensei comigo mesmo. Derrepente sinto algo forte puxar o meu cabelo e logo em seguida empurrar meu rosto contra a pia que estava cheia de água. Me debatia mas não tinha força pra sair dali. Meus sentidos estavam se apagando enquanto me afogava na água. Eu teria apagado se ela não tivesse puxado meus cabelos novamente e empurrado com força minha testa contra a quina da pia soltando meus cabelos. Com o golpe fico tonto e Caio sentado no chão.
   -Bom dia, pequena puta.- olho pra cima e vejo ela com um sorriso nos seus lábios.
   -Bom dia...minha senhora- respondo meio tonto.
   -Faça logo meu café- ela ordena passando por cima de mim e indo pra sala.
   -Sim senhora- me levanto cambaleando.
   Preparo sua refeição, frutas cortadas com mel e aveia e uma xícara de café. Ponho tudo em uma bandeja e levo até a sala, onde ela estava sentada no sofá vendo TV. Me ajoelho ao lodo do sofá abaixando minha cabeça e erguendo a bandeja. Ela pega o garfo e fura um pedaço de maçã e leva a sua boca. Ela termina a refeição.
   -Com licença, minha senhora- me levanto e vou em direção a cozinha.
   -Espere- ela diz levantando do sofá com seu robe -Abra a pernas- eu já sabia oque iria acontecer mas mesmo assim eu a obedeço como sempre.
   Com as pernas abertas como ela avia mandado, minha senhora da um forte chute em meus testículos.
   -AAH- gemo alto com a dor que vinha do meu sexo até os rins. -Obrigado minha senhora.- digo oque eu sempre digo quando ela faz isso.
   Derrepente outro golpe em cheio.
   -OBRIGADO MINHA SENHOR- digo já com lágrimas em meu rosto.
   Ela para os chutes no 16° golpe. Minhas pernas estavam bambas e meu rosto encharcado de lágrimas. Ela se senta novamente e eu, a passos curtos, vou a cozinha e fico fora do campo de visão dela, pondo  bandeja na bancada e me ajoelho com uma mão dentro da minha cueca segurando meu membro dorido, e a outra na boca pra tentar abafar o som do meu choro. Vou em vão.
   -Sua puta fraca. Não aguenta nem uns golpes, como pretende ser um escravo ?
   Num ato de puro impulso me levanto.
   -Eu não quero ser um escravo.
   Ela fica estática olhando pra mim com seus olhos cheios de raiva. Quando percebo oque acabo de disser ponho a mão na boca. Me ajoelho em seus pés:
   -Me perdoe minha senhora. Por favor eu peço o seu perdão.
   -De você não quer ser um escravo então você não serve pra nada.- ela se afasta de mim -não serve para o seu pai. Não serve para os seus irmãos e não serve pra mim.
   Ergo minha visão e vejo ela em frente a gaveta de talheres e pega uma faca de ponta super afiada.
   -Senhora, oque quer fazer ?- pergunto com muito medo da pessoa a minha frente que exalava uma aura piscicopata.
   -De você não serve pra mim, você não serve pra ninguém. Então não merece viver.- ela se aproxima com a faca.
   -Me desculpa minha senhora eu estou aqui pra lê servir. Por favor me perdoe- digo chorando em desespero. Me afastava dela me rastejando pra trás. Tento me levantar e correr, porém ela pega meu pé e me puxa mesmo me debatendo. Sinto uma ardência em minha perna, olho pra trás e vejo a faca cheia de sangue em suas mãos. Então reparo o local onde vinha a ardência, uma poça de sangue. Fico estatístico sem conseguir falar ou fazer qualquer coisa. Ela me puxa novamente, dessa vez pulando em cima de mim me prendendo no meio de suas pernas. Tento me debater mas era em vão. Ela ergue novamente a faca e a lança contra meu peito. Uma dor infernal era oque eu sentia. Ela repete isso de novo e de novo até eu deixar de sentir a dor. Tudo fica em câmera lenta. Vejo ela com um sorriso sádico em seus lábios e lágrimas caindo em suas bochechas. Com aquela visão meus olhos lentamente se apagam. Até não sentir mais nada.

 

    Acordo com lágrimas em meus olhos e sentindo as mãos de alguém sobre mim. Olho pro lado e vejo Jack.
   -Eduard ! Tudo bem ?- olho em volta e vejo que ainda estava escuro e ninguém estava acordado além da gente. Olho novamente para Jack, seu olhar demostrava preocupação. Não sei oque aconteceu porém eu pulei nele o abraçando e chorando silênciosamente, dando alguns soluços. Ele não faz nada por um tempo, depois ele retribue o abraço e acaricio meus cabelos.
   -shuuu vai ficar tudo bem- ele dizia aquilo e aos poucos fui me acalmando assim voltando a dormir.

#notas do autor#
Bem...mais um capítulo. Desculpa a demora em postar. Eu pretendo voltar a postar e espero que todos vocês que estão lendo isso estejam gostando. Obrigado por acompanhar essa história e até a próxima

Slave SchoolWhere stories live. Discover now