Capítulo 11

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LUAN

Desde o momento que saí daquele apartamento, desde aquele último beijo em Manuela, era como se estivesse faltando algo, aquela conversa ainda não tinha terminado, nós não podíamos ser assim. Olhei para meu celular umas mil vezes antes de decidir não ligar, deixar a poeira abaixar e conversar com Manuela somente no dia seguinte.

Tentei dormir mas não conseguia esquecer a reação dela em falar daquele tal de Henrique, a princípio aquilo me deixou frustrado, mas depois fiquei muito mais bravo só de pensar o quanto esse cara fez mal a ela, o quanto Manu me pareceu frágil em apenas lembrar dele, eu não queria trazer nada ruim a tona, nenhuma lembrança, mas agora, pelo menos, eu sabia o que a impedia de me deixar ser mais, e faria de tudo pra nenhum fantasma desse cara pudesse assombrar a vida da Manu.

Na terça-feira, o mundo parecia ter acordado totalmente bagunçado, mal levantei e os compromissos, reuniões e acertos para o DVD não pararam de surgir, não consegui nem uma folga para falar com Manuela com calma e o dia voou, quando me dei conta já eram quase sete da noite e a dor de cabeça era enorme e eu estava simplesmente exausto.

Fechei os olhos pra ver se aquela dor chata passava e senti meu celular vibrando, apenas atendi sem nem ver quem era.

- Alô! - Podia ouvir a respiração da pessoa do outro lado mas nada foi dito.

- Quem é? - Estava sem paciência, se fosse alguma brincadeirinha dos meus amigos, aquele definitivamente era um péssimo momento.

- Não é uma boa hora, né? Eu ligo amanhã - A voz dela parecia receosa e eu me sentei rápido demais na cama, fazendo meu cérebro chacoalhar ainda mais e a dor apenas piorar.

- Não, espera! Desculpa a grosseria, eu atendi sem ver quem era.... Eu ia te ligar mais cedo, queria falar com você! - Ouvi Manuela suspirar do outro lado e antes que ela dissesse qualquer coisa, eu comecei:

- Desculpa pela maneira como eu te cobrei ontem, eu não conheço o seu passado e a partir de agora, você só fala dele se você quiser e quando quiser! Eu quero só o presente! Combinado?! - Disse baixo, meu maior desejo naquele momento era poder ver o rosto dela, saber se ela sorriria, se ela ainda estava chateada, olhei para o relógio e pensei em quanto tempo eu poderia ter junto de Manuela, será que ela tinha algum tempo agora?!

- Combinado! - Sua voz me tirou dos meus devaneios e eu sorri ao ouvir sua voz diferente, sem receio, leve, como costumavam ser nossas conversas - E da minha parte, a partir de agora, prometo viver o que é nosso sem deixar o meu passado interferir, vou dar o meu máximo, o.k.?!

- Gostei disso, hein! - Disse rindo e ouvi Manu rindo de leve do outro lado.

- Nem começa a querer me zoar!

- Nem falei nada, ué! - Gargalhei em apenas imaginar a cara que Manuela deveria fazer e eu não queria mais ficar imaginando - O que você tá fazendo agora? - Me empolguei com ideia de poder vê-la e minha voz me denunciava, deixando mais do que evidente qual era minha vontade.

- As malas! - Como um balde de água fria, me joguei de volta no colchão daquela cama de hotel e senti o sorriso em meu rosto ficar menor - Eu também queria te ver agora, mas eu preciso terminar isso aqui.

- Pra onde você vai?

- Pra Campinas, na casa dos meus pais pro aniversário do Rodrigo, fui convocada pelo aniversariante.

- Sabia que eu deveria ter fugido pra te ver hoje - Disse baixinho como se fosse um segredo e Manuela riu de leve.

- Sua produção vai começar a não gostar muito de mim assim, sei que você tá numa correria danada por aí e eu não quero atrapalhar.

Tudo Que Você Quiser - Luan SantanaWhere stories live. Discover now