Capítulo 16 - Não estou sozinha

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Anahi saiu muito nervosa no carro, mal sentia seu pé no acelerador, pensava mil coisas, sentindo vento bater gelando as lagrima em seu rosto, nunca havia se sentido tão insuficiente, nunca se sentiu tão incapaz, toda alegria dela de viver naquele momento havia desaparecido e só lhe restava o medo de não saber como seria daqui pra frente, enfrentando uma gravidez sozinha, como contaria para os pais, como seria sua vida agora?

Quando o farol fechou Anahi não percebeu e seguiu reto batendo o carro no carro da frente com força, o rapaz saiu do carro inconformado gritando e a cabeça de Anahi doía, doía e sangrava.

– Garota você está louca? – disse indignado – você acabou com a minha traseira, vai ter que pagar por isso.

– é só você olhar pra o meu carro para ver que tenho dinheiro para pagar – respirou – pode chamar uma ambulância? Preciso de um medico, não vê que minha cabeça está sangrando – foram as ultimas palavras antes de desmaiar.

– moça acorda moça! – Anahi não respondia – vou chamar a emergência.

Depois de toda aquela cena Anahi acordou no hospital, sua mãe segurava sua mão com força ao lado de seu pai e seus irmãos.

– Anie você acordou meu amor – disse Maristela em lagrimas.

– Oi mãe – sorriu fraco – me desculpa pelo susto.

– não faz esforço Anie, você precisa descansar – disse Enrique – bateu forte a cabeça.

– Esta tudo bem filha, descansa – acariciou sua cabeça – já, já o medico vem meu amor.

– só peço que me desculpem, por favor – disse fechando os olhos para esconder as lagrimas.

– Bom dia – o doutor disse entrando no quarto – vejo acordou Anahi.

– Sim doutor – disse com a voz rouca – está tudo bem?

– Sim Anahi está tudo bem com você – se aproximou pegando a ficha clinica – e com o bebe também – ela sorriu tranquila quase esquecendo que os pais não sabiam e estavam ali. Então se lembrou, estava ferrada.

– Não entendi – enrique disse e Maristela olhou sem entender – que bebê, não tinha bebe no carro doutor.

–Pai – Anahi o chamou e ele a olhou – precisamos conversar - disse nervosa - eu não sei como te dizer isso de uma forma que não te assuste mais do que eu já to assustada, mas eu estou gravida pai – as lagrimas já corriam – descobri ontem e não imaginei que tudo isso poderia acontecer – suspirou – me desculpem, por favor.

– filha – olhou com semblante triste – como isso aconteceu?

– Anahi você tá brincando comigo né? – Maristela disse assustada – eu nem tenho cabelos brancos ainda pra ser vó.

– Calma gente – Felipe disse – Anie vai ter a oportunidade de explicar tudo certo? - ela assentiu.

– Eu só estou esperando o resultado de alguns exames sair pra providenciar a alta dela, realmente o acidente foi só um susto – o medico disse saindo e deixando eles a sós.

– Eu já te amo sabia – Theo disse brincando com o umbigo da irmã e encostando a cabeça ali – não acredito ainda, você tem que passar na frente até nisso Anie – disse rindo e aquela atitude deixou Anahi sem reação.

– O vovô ta bravo com a mamãe, mas ele também já te ama muito viu minha menina – beijou a testa da filha.

– Eu sinto muito mesmo pai, pode me deserdar, me bater depois, mas, por favor, me perdoa pai...

– Anie tudo bem filha, quando sua mãe ficou gravida do Felipe ainda não éramos casados, eu só não queria que isso acontecesse com você também... Você é a minha menina ainda.

– Quem te disse que é uma menina Enrique – Maristela disse querendo quebrar aquele clima que nunca havia ficado entre sua família.

– Eu sou o avô Mari – sorriu – eu sei, sinto que é uma linda menina, igual a mãe dela – Anahi sorriu.

– Eu amo tanto vocês, Deus não podia ter me dado uma família melhor – começou a chorar de novo.

– Tô vendo que vai ficar igual sua mãe, nas três gravides ela ficou toda emotiva – riu para a filha a emoção tomava conta dele também.

– Pai não chora – o abraçou – eu vou conseguir cuidar de tudo, desse bebê, vou me formar e ainda serei seu orgulho, eu prometo pai.

– Eu sei que vai, mas não se preocupe com isso ainda filha – secou as lagrimas de seu rosto – só preciso de um papo com o pai dessa criança, é aquele menino que ia lá em casa né? – Theo olhou para Anahi e ela correspondeu o olhar e abaixou o rosto – não é filha? Então quem é?

– Pai eu não quero falar sobre isso – olhou sincera – esse bebê é algo que não esperava, mas aprendi com vocês a dar amor e ele vai receber todo amor do mundo, mas esse bebê não tem pai, ele tem apenas uma mãe que vai o amar muito, avós que ele vai admirar muito e dois tios babões e é assim que eu encerro essa conversa, me perdoe se isso vai decepcionar vocês, mas não quero tocar nesse assunto.

– Anie você saiu pra conversar com ele, estava confiante o que mudou?

– O que mudou é que ele não é o pai que essa criança merece ter e é só isso, ele sabe que será pai, só não quer ser.

– Que filho da puta – Theo murou a parede e todos o olharam – não me olhem assim, é um filho da puta mesmo...

Antes que algo mais pudesse ser dito o doutor entrou no quarto informando que a alta de Anahi havia sido assinada e que ela podia ir pra casa com a família tranquila, que tudo foi apenas um susto.

A Tu Lado - AyAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora