Capítulo 10 - Grand Finale pt3: Above The Clouds

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20 de dezembro de 2025

Eu mal consigo me reconhecer. Eu sou outra pessoa, praticamente. Jess fez uma mudança e tanto em mim. Além de platinar o meu cabelo, ela também raspou dos lados, deixando um enorme topete na frente que acabava quase atrás da minha cabeça.

"Uau nada mal. Parece até que você saiu de um filme direto para a minha cadeira", ela sorri de um jeito malicioso e ela tem razão. Toda essa transformação no cabelo junto com essas roupas que eu estou usando... não era eu. Esse desgraçado roubou até minha identidade.

"Estou parecendo um gogoboy". Eu e Jess começamos a rir. Nunca vou entender porque os teleguiados tem que usar essas roupas que mostram todo o abdômen e o peitoral. Levanto-me da cadeira e abraço Jess.

"Prometo que vou voltar por você", eu a beijo na bochecha e depois dou um abraço.

"Acho bom mesmo... e guarda essa roupa para usarmos em um momento mais oportuno. Quando não for mais o fim do mundo de preferência". Eu desfaço o abraço e começo a rir. Não havia mais ninguém no salão, já era madrugada, mas isso não importava, ainda mais em Lights. Parece que tudo nessa cidade funciona 24 horas por dia. Beijo a testa de Jess e me despeço com um abraço. Quando estou quase chegando à porta eu levo um susto.

"SAMMY!", quando percebo, ela já está com as pernas envolvendo meu quadril e me dando o beijo mais intenso que eu já recebi. Envolvo-a com os meus braços para ela não cair. Era mais do que prazer esse beijo. Era uma despedida para caso tudo desse errado e eu não conseguisse mais voltar. Jess me abraça, para de agarrar meu abdômen com suas pernas e volta para o chão. Seus olhos estão cheios de lágrimas e as palavras que ela fala em seguida saem de seus lábios com pesar, pela incerteza de que eu não volte mais e, ao mesmo tempo, carregadas de sentimento e emoção.

"Eu te amo, Sammy".

"Eu também te amo, Jess".

🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹🔹

Já estou quase nos limites de Lights, mas mesmo assim parece que eu não me afastei nem um pouco da Torre Mundial. Sem dúvidas essa poderia ser uma das maiores realizações da engenharia, se não tivesse objetivos malignos.

Sammy

Mas o que foi isso? Foi um pensamento... mas era mais como se alguém falando dentro da minha cabeça. Estou em uma rua deserta, quase em uma rodovia. Não há mais casas ou arranha-céus como os de perto de Lights, somente árvores e postes de luz espaçados em alguns metros uns dos outros. Ao lado de cada calçada, depois das árvores, começa uma floresta, tanto do lado direito quanto do esquerdo. É como se eu estivesse isolado, antes de chegar na rodovia que me levaria para longe de Lights de uma vez por todas.

Sammy, corra

É Diego. A voz dele pelo menos. Ele está vivo... eu acho. Não tem como saber. Alan pode estar por toda parte e controlando isso, mas não faz sentido. Se for o Alan, por que ele iria me aconselhar a correr.

No final da rua, um pouco antes de uma curva bem fechada para a direita, um vulto aparece e começa a correr em minha direção. É um teleguiado. Droga, como ele me achou? Eu não deixei nenhum rastro. Viro-me na direção oposta e começo a correr, mas em menos de cinco passos eu paro, porque outro vulto aparece em minha direção. Decido entrar na floresta, mas assim que eu termino de pensar nisso, dois teleguiados aparecem à minha direita. Vou para a esquerda e o mesmo ocorre. Seis. São seis contra um. Estou cercado.

Os seis teleguiados me cercam e o que estava vindo do final da rua começa a falar. Na verdade era uma mulher na faixa dos 20 anos. Ela é a líder desse grupo.

No One Lives | COMPLETO | DISPONÍVEL ATÉ 31 DE MARÇOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora