Capítulo 1 - The Beginning

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Hoje é 20 de dezembro de 2025. Tem uma arma apontada na minha cabeça. Não posso morrer. Ainda não posso. Eu sei que ele ainda está vivo, eu sei que posso salvá-lo. Meu Deus, estou cercado, não tenho o que fazer.

Há 5 anos, nesse exato momento, tudo iria mudar completamente na minha vida... Engano meu. Seria bom se isso tivesse acontecido só na minha vida. Tanto sofrimento, tantas mortes, tantos desastres teriam sido evitados. Tudo iria mudar completamente na vida do mundo todo.

Era uma manhã tranquila, faltavam 5 dias para o natal, um dos meus feriados preferidos. Estava ajudando em casa nos preparativos, montando a árvore de natal, enfeitando a casa com a minha mãe e meu irmão. Eu e Diego tínhamos entrado de férias na faculdade recentemente e estávamos ajudando nossa mãe com tudo o que era possível. Nossa casa era enorme e toda ajuda era bem vinda. Não planejávamos, mas descobrimos de última hora que toda nossa família iria passar o natal e o ano novo conosco. Essa reunião nunca aconteceu, infelizmente. Nunca mais pude ver minha família reunida. Todos estariam mortos por causa do "The first act". Queria que meu irmão estivesse vivo, ele saberia o que fazer agora mesmo com essa arma na cabeça, mas eu o vi morrer na minha frente. Ele estar ao meu lado seria quase impossível... quase.
Nas vésperas do natal de 2020 minha maior preocupação era se o meu pai iria conseguir passar o natal com toda a família ou não. Mas adivinhem? Ele não passou. Ninguém pôde comemorar o natal naquele ano. O natal não existe mais.

Em Dezembro de 2020 grande parte da população mundial começou a ser aniquilada. Primeiro vieram as bombas; depois o surto do vírus. Foi uma matança... quase um genocídio. Esse foi o "The first act": o início de uma guerra, um pesadelo que continuaria por um longo tempo. Graças a Deus, minha mãe, meu pai, eu e meu irmão conseguimos sobreviver a essas duas catástrofes, mas perder todos os nossos amigos e nossa família inteira, foi uma dor quase insustentável. Às vezes penso se seria melhor se tivéssemos morrido com nossos amigos e parentes... NÃO! Temos uma missão maior agora e eu tenho que cumpri-la.

Meu pai trabalhava muito, mas sempre conseguia um tempo para a família. Quando o "The first act" acabou não sobrou muitos empregos... não sobrou muita comida... não sobrou muita sanidade... não sobrou muita coisa para nos preocuparmos além da fome, dor e solidão que aos poucos foi nos consumindo. Meu pai morreu enquanto um grupo de mercenários tentava saquear nossa casa. Quem diria que um dia guerrearíamos para proteger nosso próprio lar. Lutamos muito, mas uma luta de corpo contra armas fica meio difícil de ser justa. Eu e Diego conseguimos expulsá-los, mas ja era tarde demais para o meu pai. Tinham atingido a coxa dele, ja havia perdido muito sangue. Eu e meu irmão fizemos de tudo, mas foi em vão. Nunca vi minha mãe tão triste. Tivemos que ser fortes para lidar com a situação e sobreviver.

O "The first act" dizimou metade da população. O "The second act" foi uma camuflagem do governo mundial (sim, isso mesmo, governo mundial) para ajudar os sobreviventes a lidar com a situação. "Lights" era um lugar que havia sido construído pelo governo, totalmente seguro, sem confusão, somente paz. Era bom de mais para ser verdade. Em meio a tanto desespero se houve uma luz, mas tudo era falso... como um boneco de plástico. Para entrar nesse local era necessário tomar uma espécie de injeção. Quem a tomava era chamado de "teleguiado". A injeção fazia uma reação química incrivelmente estranha que mudava o seu modo de agir, pensar e ,fisicamente, você era mais forte, mas foi descoberto que as pessoas passavam a ser controladas... como uma espécie de arma.

O famoso "rei do mundo" pensou em tudo: com o "The first act" ele poderia criar um ambiente de caos e terror para que no "The second act" pudesse enganar as pessoas para serem seus servos mutantes com perturbações psíquicas. Os teleguiados faziam parte de algo maior, algo horrendo... algo que seria revelado um tempo depois e faria com que a esperança para a vida fosse algo inexistente.

Minha mãe morreu durante um terremoto enquanto estávamos fugindo dos teleguiados. Era como se o planeta também não estivesse contente com tudo o que estava acontecendo, dando sinais de que logo tudo iria chegar a um fim.

Conseguimos fugir dos teleguiados. Estávamos sozinhos... lembro que era apenas eu e Diego contra toda essa bagunça... Para ser sincero nunca estivemos sozinhos durante nenhum momento. Recebemos um tipo de ajuda que é difícil explicar em palavras. Mal sabíamos nós que essa ajuda seria a nossa única sobrevivência daqui para frente. Me perguntava quando e se iríamos deixar de sobreviver para, de fato, viver... com essa arma na cabeça é difícil pensar desse jeito novamente. Acho que agora não tem mais jeito.

O teleguiado vai puxar o gatilho. Fecho os meus olhos... não consigo parar de pensar na minha família... é como se todas as sensações
que eu já vivi com eles voltassem repentinamente e então... tudo parou... tudo ficou em silêncio. Tudo finalmente ficou calmo... por um momento tudo permaneceu em...

No One Lives | COMPLETO | DISPONÍVEL ATÉ 31 DE MARÇOWhere stories live. Discover now