One-shot 11

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Eu finalmente fiquei de férias!

Meu Deus, parece um sonho, eu finalmente posso assistir os filmes da Meryl, comer, assistir os filmes da Meryl, dormir, assistir os filmes da Meryl, tomar banho, assistir os filmes da Meryl, comer, e assim continuar o meu ciclo vicioso e também maravilhoso.

Faz quase 1 mês que eu não vejo a Meryl. Você se lembra do que aconteceu na última vez que nos vimos, não é? Pois se você não lembra, eu vou falar com todas as letras.

A. Meryl. Streep. Disse. Que. Me. Ama!

Ela disse essa maravilha, imagina como eu saí da casa dela naquela noite? Flutuando. Apesar de eu perceber que ela estava estranha e parecer se despedir de mim, ela havia sido doce e tinha dito que me amava e para mim isso era o que mais importava. Mesmo que aquela talvez tenha sido a nossa última vez, havia sido lindo e eu havia escutado aquelas três palavras lindas "eu amo você" saindo daqueles lábios macios com aquela voz profunda, aquilo era um sonho do qual eu não queria acordar.

Falando em acordar, a verdade é que hoje eu acordei com vontade de ligar para ela. Isso é que dá ficar de férias e ter a mente vazia, eu fico pensando na Meryl o tempo inteiro. Então fiquei boa parte da manhã querendo ligar para ela, mas ao mesmo tempo fiquei com receio de atrapalhá-la ou... não sei, talvez ela não quisesse falar comigo mesmo, talvez ela realmente estivesse se despedindo de mim naquela outra noite. Meu coração dói só de pensar nessa possibilidade mas eu entenderia se ela se afastasse. Então, ligo ou não ligo? Olho para a minha pequena eu e a vejo dar de ombros, completamente indiferente, ela é assim quando não quer me ajudar. Ah, tô nem aí, eu vou ligar mesmo, independente do que ela me falar, pelo menos eu ouvirei aquela voz macia em meu ouvido. Enrolei meu cachecol grená invisível no meu pescoço e peguei meu celular, respirei fundo ao escolher o contato dela e ouvir o som da chamada sendo feita. A cada novo toque meu coração acelerava um pouco. 'Se controle, Molly, vai ter um passamento antes mesmo de falar com ela.' eu ouvi a minha pequena eu, e ela estava certa, mas eu não tenho culpa se eu virei uma cardíaca depois que conheci a Meryl.

"Estou louca ou estou vendo a ligação de uma atrevida na tela do meu celular?" eu ouvi a Meryl dizer ao atender e juro que só isso foi capaz de me matar, a minha pequena eu revirou os olhos quando eu deslizei pelo sofá e me joguei no chão. Fiquei no chão, literalmente, e a mulher só tinha me falado uma frase, vê como essa mulher me mata? "Molly?" ela perguntou diante do meu silêncio.

"Er... desculpa, eu estava tentando colocar meu coração de volta no peito aqui, ela tinha saído pela boca." eu brinquei e a vi gargalhando, olha, eu acho que tenho que gravar todas as vezes que a Meryl gargalha pra eu ouvir sempre que estiver na bad.

"Boba. " ela disse com uma voz doce. "Como está, querida?" ela perguntou. O "querida" sempre me mata.

"Melhor agora falando com você. E vendo que você está falando comigo." eu disse um pouco mais séria.

Ela ficou em silêncio por um momento. "Molly... você pensou que eu estivesse te evitando?" ela me perguntou séria também.

"Er... talvez." eu confessei. "Não sei, na última vez que nos vimos, você parecia se... você parecia se despedir..."

"Oh, meu bem, me perdoe. Eu não estou te evitando, só tenho estado realmente ocupada." ela me falou com uma delicadeza que aqueceu meu coração. E se o "querida" me mata, o "meu bem" me enterra logo de uma vez.

"Certeza que foi só isso?" eu perguntei, é sempre bom ter certeza, né?

"Sim, minha querida. Estou realmente ocupada, neste exato momento estou fazendo uma mala pois vou viajar para Massachusetts. Tenho um evento com a Gloria Steinem." ela disse animada. "Mas detesto arrumar mala" ela disse em um tom entediado e a imagem da Miranda veio na minha mente.

Entre nósOnde as histórias ganham vida. Descobre agora