One-shot 61

1K 101 24
                                    

nota da autora: olá pessoas, esse capítulo tem uma continuação que postarei amanhã. obrigada pela leitura!


| Ponto de vista da Molly |

Eu acho que cheguei no ápice do meu nervosismo nos últimos dias. Nunca na minha vida eu fiquei tão nervosa, ao ponto de surtar. Sim, eu acho que só não surtei de fato porque a Meryl estava do meu lado e sempre sabia o que fazer para impedir que eu tivesse um colapso ali na frente de todos. Ela sempre sabia o que fazer para me acalmar, quando não era me olhando nos olhos com olhos de calma, era segurando minha mão e acariciando meu anel, às vezes o toque de calma vinha com o repousar sutil da mão dela na curva das minhas costas também.

Como a Meryl havia sugerido, nós fomos para Los Angeles juntas, sim, no avião nós ainda disfarçamos pois não se tratava de um jatinho particular mas as nossas poltronas eram próximas e a Meryl sempre checava como eu estava. Ela sabia que eu estava um poço de nervosismo. Principalmente porque ela me disse que seria honesta com os filhos naquela viagem. Eu ainda perguntei se não seria melhor ela deixar as comemorações de fim de ano passarem para ter essa conversa, mas ela foi firme ao dizer que ela queria que eu fizesse parte das comemorações de fim de ano dela, e isso não poderia acontecer sem que ela fosse honesta com os filhos. Imagina como fiquei ao ouvir isso? Mortinha, falecida. Ela apenas me pediu pra ter essa conversa com eles sozinha, sem a minha presença e eu entendi perfeitamente. Então quando chegamos no aeroporto, pegamos um carro, a Meryl me deixaria na casa da minha mãe e seguiria para a casa dela, onde ela havia combinado de ver os filhos. Eu só esperava que depois da conversa, a Meryl estivesse bem, porque ela tinha sido praticamente convocada para jantar na casa da minha mãe naquele dia e ela disse que iria, independente de como ela estivesse.

"Tem certeza? Se você quiser, eu posso marcar com minha mãe outro dia." eu falei enquanto estávamos no carro ainda, perto de chegar na casa da minha mãe.

"Não é preciso, meu bem, eu estarei aqui quando for horário." ela disse.

Eu não consegui evitar o suspiro, olhei para ela. "Você vai me ligar se precisar de alguma coisa? Qualquer coisa?" eu perguntei.

"Sim, mas não se preocupe, querida." ela falou e nós chegamos na frente da casa da minha mãe, ela parou o carro.

"Meryl, eu não estou te cobrando nada, eu não estou pedindo pra você..." ela me interrompeu colocando um dedo na minha boca.

"Nós já falamos sobre isso, eu sei que você não está me pedindo nada, mas eu decidi que serei honesta com meus filhos." ela falou me olhando no olhos. "Eu sei que esse seu nervosismo e hesitação é porque você vê o que estou fazendo como um sacrifício e você não acha que tem importância o suficiente pra eu fazer o que estou prestes a fazer, mas você tem." ela falou e eu só fiz engolir em seco e abaixei o olhar, essa mulher sabe me ler tão bem. Eu senti a mão dela em meu queixo. "Olha pra mim." ela pediu e eu olhei. "Você tem importância, Molly." Ela falou, eu fiz que sim com a cabeça e senti tudo remexer por dentro. Segurei a mão dela que estava em meu rosto, dei um beijo ali. "Tente não ficar nervosa desse jeito na frente da sua mãe, ela vai ficar preocupada." ela me disse com doçura, eu fiz que sim com a cabeça mas ainda estava um poço de nervosismo. "Vem aqui." ela me chamou para um beijo que eu logo correspondi, segurando o rosto dela com as duas mãos. "Hmm." ela finalizou com um selinho. "Te vejo mais tarde no jantar, não tenha um passamento até lá." ela brincou antes de dar mais um selinho.

"Eu estou tendo um passamento nesse exato momento." eu brinquei, apesar de ser a mais pura verdade. "Ok, amo você."

"Eu também te amo, meu bem." ela me deu mais um selinho, e eu tive que retribuir com mais um antes de pegar minha pequena mala e sair do carro. Ela ficou esperando eu me aproximar da porta da casa da minha mãe, soltou um beijo e deu um tchauzinho, eu dei um tchauzinho também e suspirei ao ver o carro saindo. Eu queria ser uma mosquinha de cachecol grená pra ver aquela conversa mas ao mesmo tempo tenho certeza que se eu estivesse presente, eu teria um passamento real. Então apenas fiquei mandando boas vibrações para a Meryl, ela havia prometido me contar tudo depois.

Entre nósOnde as histórias ganham vida. Descobre agora