Capítulo 7: Se beber, não desabafe

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SE BEBER, NÃO DESABAFE

Final de semestre.

Laura de saco cheio da faculdade.

Unicórnios e purpurina.

O que todos esses itens citados acima se tornam quando são misturados? Isso mesmo: uma festa no final do semestre porque Laura está de saco cheio da faculdade com a temática de unicórnios e purpurina.

Unicórnios... As pessoas ainda não enjoaram deles?

Foi bacana no começo toda essa febre de unicórnios e purpurina, mas agora já meio que enjoou. Não a purpurina, nunca. A purpurina nunca vai enjoar, mas agora cavalos com chifres e que vomitam arco iris... Clichês. Piegas. Enjoativo.

  — Mais um pouco de brilho em você para ver se essa sua cara amarrada vai embora.

E assim, do nada, uma quantidade exagerada de purpurina atingiu meu rosto.

Bom, se a intenção da amiga de Laura era me fazer ficar mais feliz jogando purpurina na minha cara, sem avisar, ela estava completamente certa. Não tem como ficar de péssimo humor quando você brilha mais do que o Natal Luz de Gramado.

Escutei Laura gritando na porta da sala para seus novos convidados que haviam acabado de chegar e desviei os olhos, demorando alguns segundos para focalizar a visão. Lembrete: purpurina nos olhos não é uma boa ideia.

Fui em direção de Laura que conversava com o recém grupo de convidados a sua festa e parei ao seu lado, analisando a garota loira com um ar angelical e os outros dois garotos que estavam com ela. Ok, eles definitivamente são menos de idade e menores de idade, com certeza, não deveriam estar nessa festa.

  — Fico muito feliz que vocês tenham vindo. —  Laura abraçou a loira e sorriu para os garotos. —  Aproveitem a festa.

Um dos garotos sorriu de volta para Laura e o outro foi puxado festa a dentro pela loira que parecia determinada em realizar alguma coisa. Desde que ela não estivesse disposta a organizar nenhum tipo de confusão ou consumir qualquer coisa alcoolica... Tudo ficaria bem.

— Quem eram aquelas pessoas? — questionei.

— Eu não faço ideia. — Laura riu das suas palavras e me olhou de maneira divertida. — Você está tão... Tão...

— Tão o que?

— Brilhante! — e voltou a rir. — Se eu olhar para você durante dois minutos inteiros corro o risco de ficar cega.

Eu possuía  a total certeza de que a) Laura estava um pouco bêbada e de que b)ela tinha razão: eu estava tão brilhante quanto os sorrisos que a Colgate prometia em suas propagandas. E não poderia estar mais feliz por conta disso.

 — Obrigado e você está parecendo um unicórnio mesmo. — feliz pelo meu comentário, Laura até mesmo girou e sorriu, mas parou no instante seguinte já que provavelmente ficou tonta. — E aquelas três criaturas, hein? Eu senti o cheiro de leite deles há metros de distância de onde vocês estavam.

— Ah, sério? O loirinho era tão bonitinho... Mas enfim, deixei entrar porque achei que eles eram amigos da faculdade do meu irmão. — ela deu de ombros, mas parecia um tanto quanto preocupada agora. — Você acha que eles são penetras?

— Acho que eles são menores de idade, não penetras... Porque você está preocupada com penetras? —  como se agora minha melhor amiga fosse apenas capaz em dar de ombros, ela repetiu o gesto uma porção de vezes. — Ah, quer saber? Esquece. Vou ver se descubro quem são eles.

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