Capítulo 15 - Tour

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Observava a rua pela janela da sala de aula. Estava tendo aula de Geografia nos primeiros períodos. Alguns alunos apresentavam slides sobre globalização, mas minha mente vagava em qualquer coisa que não fosse aquilo.

Quando acordei, Felipe já estava no restaurante. Lise disse que havia muito trabalho para essa semana. Inclusive, foi ela que me levou para a escola. Não sabia o que esperar. Aquele dia completava uma semana em Nova Orleans.

A diretora entrou em nossa sala. Sorriu e pediu à professora para que desse uma palavra.

— Bom dia, alunos. Aconteceu de último hora. Fomos convidados a fazermos um tour por alguns prédios históricos da cidade, tendo em vista que muito em breve ocorrerá a festa de aniversário de Nova Orleans e o baile de aniversário da nossa escola. — a mulher fez uma pausa. — Porém, selecionamos apenas dezesseis alunos, através de um sorteio, pois eles serão transportados de van.

— Tomara que a gente vá e saia dessa aula. — Darla sussurrou em meu ouvido, ela estava sentada atrás de mim.

— São oito alunos do primeiro ano e oito do terceiro. — a diretora colocou seus óculos e voltou seu olhar para uma prancheta. — Alan Ross, Darla Parker, Megan O'Connel, Suzan Trynor, Genevieve Beaumont...

— Isso! — Virei-me para Darla e sorri. — Livres dessa aula! — Sussurrei.

— Já reparou o quanto seu nome é chique? — Minha amiga ergueu as sobrancelhas.

— Nada a ver. Darla Parker também tem seu requinte.

— Peço que os alunos me acompanhem, por favor.

— Precisa levar mochila? — Um garoto questionou.

— Podem levar.

Seguimos a diretora até o estacionamento da escola. Entramos na van e me sentei junto de Darla. Os alunos do terceiro ano ainda não haviam aparecido. Sentamos mais ao fundo.

— Que clichê de seriado. — Jughead riu, assim que entrou na van. Ele sentou-se ao nosso lado. — Finalmente saí daquela aula.

— Graças a Deus. — Darla apontou. — Não aguentava mais aquilo.

— Como vão as coisas? — Jughead me perguntou.

— Eu briguei com o Felipe, o meu pai, na sexta-feira e bem... digamos que não estamos nos falando direito.

— As coisas vão se ajeitar, amiga. — Darla esboçou um meio sorriso.

— O Felipe não gosta de mim e eu lidei com a rejeição dele durante quinze anos... posso dizer que lidei bem com isso. O problema, é que antes eu não vivia sob o teto dele. — Suspirei pesadamente.

— Vocês ainda vão se dar muito bem, Gen.

— Jughead, você é muito otimista.

— Não é otimismo, é fé. — Ele piscou pra mim.

Contei a eles todo o ocorrido da sexta-feira. Jug ficou surpreso quando falei que Felipe brigou comigo por eu ter ficado conversando com ele na biblioteca. Ao longo do caminho, desabafei com meus novos amigos e eles diziam o tempo todo que, com a graça de Deus, as coisas iriam se ajeitar e Felipe e eu teríamos um relacionamento "pai e filha".

— Darla... — Um menino ruivo se aproximou da gente.

Estávamos em um museu histórico da cidade. O prédio, alguns detalhes da decoração e determinadas peças expostas, lembravam-me a Era Vitoriana.

— Oi Theo. — Minha amiga cumprimentou-o.

— E aí, Jug. — Os dois fizeram um toque com as mãos. — Você deve ser a garota nova. — Apontou para mim.

De Pai Para FilhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora