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Louis

Desde o aniversário da Sarah que sinto que as coisas com a El e com os meus filhos estão a pior. Mais com a Sophie do que com o Ed.
Eu sei que fui bruto na maneira como falei com ela quando chegámos a casa não foi a melhor eu confesso. Mas também não estava á espera que ela e o Thomas fossem apanhados nos amassos. Ok... Eu sei que já tive a idade deles, mas a Sophie é a minha menina. Além disso o Thomas... Bom soube por um dos pais do colega da Sophie que ele anda por caminhos menos bons. Muito por causa do Stefan. Engraçado que o Ed praticamente não me fala desse tal rapaz. Será que ninguém entende que só quero proteger os meus filhos. Não quero ser contra o namoro deles, mas neste momento não confio no Styles. Se o Harry e a Bia me ouvem dizer isto acho que perco a amizade deles. Afinal eu sou padrinho do Thomas e eles confiaram em mim a missão de ajudar o Thomas pela vida e quando ele precisar. No dia da festa quando chegámos eu acabei por discutir com a minha filha e as coisas ficaram beras. Ela não entende o meu ponto de vista.
Ontem recebi uma mensagem da El dizendo que quer ter uma conversa séria comigo e todo eu tremo de saber o motivo dessa conversa.
Perdido nos meus pensamentos, oiço a porta abrir e com ela vem a Sophie na companhia da mãe. Engulo em seco ao ver as duas mulheres da minha vida à minha frente.

- Mãe, eu vou arrumar as minhas coisas. – A Sophie despeja as palavras e quando se prepara para rumar ao seu quarto eu paro-a.
- Arrumar as tuas coisas? – Questiono bastante receoso com a resposta.
- Sim. Eu quero ir para casa da mãe uns tempos. – Esta frase cai como um balde de gelo sobre o meu corpo.
- Como assim? – Olho-a perdido. – Eleanor diz-me que isto é mentira. – Falo ainda tentando assimilar a informação.
- Louis, a Sophie desabafou comigo e já sei que as coisas entre ti e ela não estão bem. Ela precisa de espaço e tempo. Por isso eu sugeri que ela fosse viver comigo uns tempos.
- Isso não. Tu disseste que os nossos filhos ficavam comigo. Isto é o quê? Uma espécie de vingança? – Falo irritado.
- Vingança? Tu estás a ouvir o que estás a dizer? Eu nunca iria arrastar os nossos filhos para um problema nosso. Não o fiz antes e não agora que o vou fazer. – Riposta contra mim.
- Parem por favor. – A Sophie fala. – Pai, eu preciso disto. Preciso de sair daqui. Estou a ficar sufocada com tanta coisa a acontecer.
- Mas não precisas de ir embora. O teu lugar é aqui. Eu estou aqui para ti.
- Não, não estás. Desde que te separaste da mãe por muito que tentes nunca vais ser o mesmo que eras quando estavas com ela. A mãe foi embora e como eu fiquei? Sozinha. Fiquei sozinha. – Diz com lágrimas nos olhos e a própria El não quer acreditar no que está a ouvir.
- Tu nunca ficaste sozinha. – A El diz suavemente e limpando as lágrimas solitárias.
- Fiquei sim mãe. Não vamos ser hipócritas ao ponto de fantasiar algo que nunca foi real. Todas as vezes que eu ouvi o pai chorar naquele quarto desde que a mãe foi embora, eu estive lá. Não pessoalmente pois eras egoísta o suficiente para fechar a porta e não deixar que nem eu nem o Ed entrássemos. O Ed tentou de várias maneiras que eu me animasse e prometeu que tudo ia ficar bem. Mas a verdade é que nunca ficou. Eu tinha sonhos de criança. Sonhava com o amor de princesa e com a família perfeita. Só que dei conta que o meu conto de fadas não existe nem nunca existiu.
- Filha...
- Não mãe. – Interrompe a mãe. – Agora vocês vão ouvir tudo o que tenho para falar. Vocês quando se separaram sempre acharam que eu e o Ed deveríamos ficar com o pai. O que vocês esqueceram é que nós eramos crianças que precisavam dos dois pais juntos e por perto. Não um pai que apesar de ser presente era distante e não por causa do trabalho. Sim, se há coisa que me orgulho é do trabalho do meu pai e do que ele lutou na companhia dos tios para chegar onde chegou hoje. Mas era distante na mesma. Distante porque por mais abraços que eu desse para o animar, ele não tinha quem realmente ama do seu lado. Eu sei que ele me ama a mim e ao Ed, mas mãe, o amor que ele sentia e sente por ti era e é maior que tudo. Lembro de chegar a casa e perguntar ao pai quando a mãe ia voltar e a resposta era "um dia". Fiquei na ilusão que esse dia ia chegar, mas nunca chegou. Com isso afastei amigos que e queriam por perto e tive o azar de me apaixonar.
- Apaixonar-se não é azar, filha. – Falo engolindo em seco.
- Para mim é. Tive o azar de me apaixonar pelo rapaz menos problemático, dentro dos problemáticos. E sabem que mais... - o seu choro é evidente. – Foi esse rapaz que menos sendo inacessível me fez ver que o conto de fadas existe e o meu pode ser real e bonito. O pior é saber que o meu próprio pai não aceita com bons olhos esse rapaz.
- Sophie... Tu sabes que eu adoro o Thomas...
- Mas não o suficiente para me deixares namorar com ele. Pai no dia da festa da Sarah deixaste isso bem claro quando disseste que "não querias que me tornasse uma qualquer".
- Louis, tu disseste isso? – Posso sentir o olhar raivoso da El em cima de mim.
- Eu pedi desculpa por isso. Eu só te quero proteger. – O meu desespero começa a fazer-se sentir.
- Isso é para rir. Queres proteger de quem? Do Thomas? Ou de ti mesmo? Dos medos que tens de dizer que ainda amas a tua ex-mulher? Pai, eu posso ser muito criança aos olhos de todos à minha volta, mas eu sei ver quando as coisas acontecem. Eu não sou de porcelana como todos querem fazer parecer. Durante estes anos eu nunca falei do que sentia, pois tu sempre estiveste primeiro. Mas e eu? Alguém se lembrou que eu estou quebrada. Cansei pai. Cansei de te ver enterrar num buraco onde estás a arrastar mais do que a ti próprio. – A porta abre-se e olho o Ed que acaba de chegar da escola. Ele fica petrificado à porta, tentando entender as nossas expressões.
- Que se passa? – Ele pergunta fechando a porta atrás de si.
- Nada Ed. Sou só eu que vou viver com a mãe. – A Sophie fala seguindo caminho até ao seu quarto.
- Viver com a mãe? – Olha o corredor onde a irmã passou. – Sophie espera. – Corre na mesma direção da irmã.

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