31.

531 49 6
                                    



Thomas

Depois de chegar à sala com o meu pai, vi realmente o meu tio vinha com cara de poucos amigos. Olho a minha mãe e vejo que ela pede às minhas irmãs que subam para o quarto, ao que elas assentem rapidamente.

- Louis, que gritaria é esta? – O meu pai pergunta.
- Como foste capaz de deixar o teu filho fazer o que fez? – Ele responde com outra pergunta.
- Mas o que eu fiz tio? Eu não fiz nada.
- Não? Então que significa isto que encontrei no quarto da minha filha? – A Sophie agarra-se à minha mãe e esconde a cara no seu abraço.
- Louis, vamos falar com calma. – A voz da minha mãe faz-se ouvir. – Não precisas de ser tão bruto.
- Bia, eu só quero proteger a integridade da minha filha.
- Estás a querer dizer que o meu filho não é digno de namorar a tua filha? – O meu pai fala e olha-o com um olhar severo.
- Nada disso, Styles. Só acho que eles ainda são muito novos para estas coisas. – Sinto-o frustrado.
- Olha Louis, que eu saiba também tu perdeste a tua virgindade cedo, certo? E o Thomas garantiu que nada se passou, não é Thomas? – Assinto com vergonha, pois o que era para ser segredo já se descobriu.
- Tio, eu juro que não aconteceu nada entre mim e a Sophie. – Olho-a com carinho. – Isto é apenas um livro onde uma rapariga fala sobre a primeira vez. Não vejo qual o problema da Sophie ler isto. – Entrego o livro ao meu tio com um olhar meio torto. Afinal ele deve ter sido bruto com a minha menina.
- Pai... Porque foi preciso o Thomas garantir que nada se passou? Até dá a sensação que não confias em mim. – Ela limpa uma lágrima e baixa o olhar.
- Pois é Tommo, parece que não confias na tua filha o suficiente. Pensei que fosses mais inteligente.
- Pronto... - Senta-se e mexe no cabelo frustrado. – Eu... Eu peço desculpa. Errei, mas... Porque os filhos têm de crescer? – Suspira e eu noto-o perdido.
- Meninos vão para o quarto que acho que os adultos aqui precisam de conversar. – A minha mãe diz e eu e a Sophie assentimos.
- Mas a porta fica aberta. – Oiço o meu pai dizer enquanto subo as escadas na companhia a minha namorada.

Entro no meu quarto e a Sophie entra atrás de mim, mas mantém à porta. Talvez com receio de alguma coisa. Há uns dias atrás era mais fácil entender o olhar dela. Agora não consigo desvendar a sua expressão e isso deixa-me meio desconcertado.

- Podes sentar-te e deixar a porta aberta. Em último caso podes ir ter com as minhas irmãs. Elas estão no quarto delas. – Digo sentando-me na cama e pegando no telemóvel mexendo em algo aleatoriamente. Posso sentir o seu olhar sobre mim, mas o silêncio mantém-se.
- Desculpa... - A sua voz soa baixo e vejo-a encostar a porta, mas não fechando completamente, e andando na minha direção.
- Porque pedes desculpa? – Pouso o telemóvel na mesa-de-cabeceira e olha-a tentando decifrar os seus pensamentos.
- Pela cena do meu pai. E pela vergonha que te fez passar em frente aos teus pais.
- Deixa de ser tonta. O meu pai já sabia do que se passou entre nós. – Ela arregala os olhos e cora. – Anda cá. – Puxo-a para o meu abraço. – Eu falei com o meu pai hoje. Desabafei com ele... Ele confessou que quando ele e a minha mãe estiveram juntos a primeira vez não foi premeditado. Apenas aconteceu.
- Achas que vai conseguir esperar por mim? – Sinto a sua voz baixinha.
- Sophie, eu adoro-te e gosto demasiado de ti para te deixar fugir. Por ti eu espero o tempo que for preciso e quando acontecer eu quero que te sintas preparada para isso. – Ela olha-me intensamente.
- Obrigada. – Ela encosta os lábios nos meus. – Como foi falar com o teu pai?
- Foi estranho, mas bom. Eu tinha saudades de estar assim com ele. Foi como se nada tivesse acontecido e tudo se mantivesse igual.
- Discutiram? – Nego.
- Tenho tantas saudades dele que não sei explicar o que senti ao falar com ele como meu confidente e amigo. Afinal ele é o meu herói por assim dizer.
- É normal. Tu estás magoado com ele e com o que ele fez, mas ele está a tentar reconquistar-vos a todos. Dá-lhe a oportunidade de se voltar a aproximar. Acho que o teu pai merece isso.
- Não sei... - Suspiro.
- Por favor, amor. Pensa nisso. Não estou a dizer para esqueceres o que ele fez, mas para apenas lhe dares um pouco de confiança.
- Tens razão. Afinal ele é meu pai e a mal ou a bem é das pessoas mais importantes para mim.

Just LoveWhere stories live. Discover now