Capítulo 3 - Explicação divina

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Mesmo que Kalaziel burlasse a Lei e se isolasse no canto mais longínquo dos rios que jaziam meio sujos, sendo que muitas vezes era somente para relaxar ou ver sua imagem, algumas vezes no ano, para fingir que era somente uma humana e deitar na água, mas eram raras as ocasiões, e ficava muito pouco tempo.

A imagem da garota que estava deitada no sofá veio em sua mente quando a água começou a atingir a barriga. Não fora atoa que tivesse escolhido "Erdia" como sua companheira.

A "Metade" significava além do seu nome, era o objetivo da Anjo, a metade da Alma da pessoa que mais procurou durante sua eternidade:

Joana D'arc.

Kalaziel notou quando a garota nasceu nos confins do Mundo. Sua alma era diferente, eram duas.

A Alma original da garota que estava destinada a ser " Erdia", e a alma intrometida, que estava atrás de um corpo, chamada " Joana D'arc". Kalaziel ficaria impressionada do quanto a alma caminhara se soubesse o processo das almas para renascer.

Ela jogou o corpo na banheira, deixando a cabeça pender para trás.

Aquele sentimento ainda a machucava, mas preferia explicar tudo para a garota do que a deixar na neblina do porquê estar andando com um ser divino.

A Anjo respirou fundo enquanto a água invadia seus seios, Kalaziel, a Anjo que nasceu para proteger dos demônios e da doença, enfiou as mãos na água e passou pelo cabelo que não se alinhava como os outros, que lentamente voltou ao que originalmente era:

Chifres.

Um meio Anjo, Meio demônio, que foi criada por humanos.

Isso que Kalaziel era, não somente um Anjo.

Ela se enfiou ainda mais na água, apesar de seus 1,89, a banheira era suficientemente grande. Queria respirar por um minuto, teria que explicar tudo para a garota que devia estar se perguntando se havia sido raptada.

A Anjo fechou a torneira e ficou lá, aproveitando a água.

A calmaria antes da tempestade.

Depois de alguns minutos, que na cabeça de Kalaziel mais pareceram horas de puro martelar sobre ideias e formas de contar, resolveu que seria melhor agir primeiro e depois se preocupar com o choque da garota.

Elevou seu corpo da água, se sacudiu e andou até a porta. No momento que ia abrir, virou seu rosto para o espelho:

Ela não era um Anjo maravilhoso, longe disso, sua pele era mais escura que o normal para anjos, mas pelo o que ela havia visto na rua, ela possuía o mesmo tom que a de um humano, gostava disso.

Enquanto se olhava no espelho, algumas gotas de água escorreram pelo seu rosto, estava molhada.

Kalaziel olhou mais uma vez para o lado, havia uma espécie de casaco gigante de uma pelagem estranha. Ela tirou a mão da maçaneta da porta e tocou aquele tecido, era um pano estranho que sugou um pouco de sua água.

No fim, deduziu que era melhor vestir aquilo do que sair sem roupas, lembrando que a política dos humanos era andar vestido. Tinha que repassar algumas regras de etiqueta que a muito não eram aplicadas por ela. Acabou por vestir o casaco estranho, secou sua barriga e desistiu de tentar secar os seus pés, já que aquilo parava acima do joelho.

Tinha que ser educada, calma e evitar fazer com que ela fugisse, não gostaria de ter que a forçar, não podia fazer isso, ou sua missão iria ares acima.

A verdade sobre ElesWhere stories live. Discover now