Ele envolveu os finos lábios de Manoela ao mesmo tempo em que ela conseguiu abaixar a calça dos seus pijamas e segurou o pau endurecido em sua mão. Stephen arfou.

— Agora é a minha vez de brincar de beijar!

Manoela mordeu os lábios para em seguida umedecê-los, passando a sua língua. Stephen parou de segurar os seus cabelos. Manoela desceu da mesa e deixou o seu corpo escorregar quase até o chão. E agora, da mesma forma que o homem havia desfrutado com seus lábios, Manoela faria o mesmo com o seu.

Começou suave. Lenta. Sutil. Stephen a observava por cima dos óculos, afastando os cabelos desprendidos do elástico do seu rosto. Ele queria ver. Se excitava com aquilo. Ver Manoela com seu pau na boca. Ver a língua dela deslizando por toda a sua extensão, e no fim, sua boca pequena envolver seu saco e então retornar até o começo. E aqueles olhos escuros lhe encaravam com desejo. Ela lhe tornava cada mais úmido e com isso, mais ondas de prazer percorriam seu corpo alto. As mãos miúdas, antes acomodadas em sua nádega, ajudavam a movimentação das sugadas. Manoela não pararia se Stephen não impedisse. E ele não tinha a menor intenção de fazer aquilo. E dessa forma, o líquido quente e esbranquiçado do homem ocupou todo o espaço na boca da mulher, até que então tudo parou.

***

Os sons das teclas se misturaram ao do vinil que Manoela havia colocado para tocar. Há alguns meses, quando conheceu a casa de Stephen, ficou maravilhada em saber que ele tinha um belo tocador de vinis em pleno funcionamento e não apenas uma peça decorativa. Algo que amava nos europeus era esse encantamento nostálgico que eles mantinham. Recebiam o novo, porém, se apegavam ao velho, e agora, Tom Jobim preenchia aquela casa com a sua melodia.

"Cristo Redentor... Braços aberto sobre a Guanabara..."

A voz de Manoela vinha doce e suave, tal como as cantoras que dividiam a linda música com Tom Jobim no seu Samba do Avião. Um fechar de olhos, um balançar dos quadris. A garota carioca dava os últimos retoques na cheirosa feijoada improvisada com alguns ingredientes faltando, mas não menos saborosa.

Manoela estava satisfeita e feliz naquela manhã de domingo. Stephen havia feito uma pausa na sua obsessão pela escrita e se submeteu as ânsias carnais acumuladas de dias. A cozinha foi pequena para conter a voracidade dos amantes, e dessa forma, todo o sobrado do professor fora brindado com sussurros e gemidos de prazer.

A garota sorria ao se lembrar do dia anterior e seguia com a cantoria em sua língua nativa: "Vou te contar, os olhos já não podem ver. Coisas que só o coração pode entender..." e assim seguiu até o final daquele vinil trazido a dedo quando deixou sua terra natal. Manoela trouxe poucas coisas de lá, mas esse vinil que era de seu pai, um amante de bossa-nova e responsável pelo gosto musical de sua filha mais nova, não pode ignorar e o trouxe junto para a sua nova aventura.

Stephen ouvia a música sem entender o que estava sendo cantando, porém, a melodia, essa muito lhe agradava. O professor gostava de Bob Dylan, Eric Clapton e The Police, mas também não ignorava quando tocava Beatles ou Rolling Stone. Não era fã de Queen. Houve épocas que se deixou levar pelo som eletrônico de Pet Shop Boys, no entanto, nesse momento, a música brasileira estava sendo mais do que satisfatória para os seus ouvidos. Mas o que fazia o coração de Stephen saltar e seus olhos brilharem era quando Mozart lhe brindava com a sua genialidade.

O som estridente da campainha soou no exato momento em que Stephen reconheceu a próxima faixa, Garota de Ipanema. Levantou sem entusiasmo de sua cadeira no escritório, abandonando uma brilhante passagem do seu romance. Aquilo teria de esperar. Manoela já havia gritado seu nome da cozinha mais de uma vez. Entendeu que era o sinal de que ele deveria receber os convidados, o que era o mais prudente já que estava na sua morada, porém, o evento de longe havia sido uma ideia sua, apenas soube que seu refúgio seria compartilhado com outras pessoas quando já estava de posses de suas forças levantando as suas calças depois do gozo em sua cozinha.

O Professor [Completo]Where stories live. Discover now