A Coroa: O Conto da Princesa conta a história de Lívia que no auge de seus 17 anos não podia imaginar ser uma princesa. A descoberta veio por seu pai que não se comunicava há anos dando a notícia de que seu irmão gêmeo estava muito doente e sem cond...
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A cópia perfeita
— Tenho um irmão gêmeo, como isso é possível? — Lívia não dizia nada com nada, deixando a pessoa a quem estava deitada no colo, assustada.
— Lívia fica acordada! — A pessoa ergueu Lívia no colo, a colocou dentro do carro. — Sua mãe vai acabar com a minha raça!
Esse foi o último vislumbre de Lívia antes de desmaiar, acordara com uma dor de cabeça terrível, o relógio não parava de apitar e isso fazia a sua cabeça latejar ainda mais. Abriu os olhos devagar, para se acostumar com a luz, mas o despertador estava em uma gritaria infernal perto de seus ouvidos. Então, pegou o celular e apertou em qualquer botão que fosse para silenciar o barulho.
Estava estressada, não se lembrava do ocorrido da noite anterior, muito menos de como fora parar em sua casa. Levantou da cama e sentiu tontura, caminhou devagar até o espelho, onde encontrou sua figura toda desgrenhada e ralada. Seu rosto denunciava um possível tombo já que estava correndo de bicicleta. Havia arranhões em suas bochechas e um curativo no seu supercílio, sua boca também tinha sinais de vermelhidão e seus braços pareciam com os de uma criança de sete anos, após um dia inteiro de brincadeiras com os amigos na rua.
Ao ver o seu reflexo, sua mente vagueou em um turbilhão de pensamentos, seus olhos obsevaram através do espelho, a bolsa pendurada atrás da porta. Lá estava a foto do rapaz que, como dizia a carta, era seu irmão.
Lívia se sentou sobre a cama, depois de pegar a fotografia, chorou um pouquinho. Como viver 17 anos longe de uma pessoa que mal conhecia, podia afetar tanto a sua cabeça?
Como será que ele reagiu ao descobrir essa história toda? — a mente dela perguntou. — Com certeza não da mesma maneira que ela, pois nem se lembrava o que acontecera. Voltou a encarar a foto do irmão, atrás havia algo escrito, sentiu o relevo das linhas feitas à caneta e leu a pequena mensagem.
— Queria Lívia,
Não sei qual foi a sua reação ao descobrir toda a verdade, mas me senti traído. Saber que fui separado de uma vida, é doloroso. Podemos mudar essa história, quero conhecê-la. Meu pai pediu para que eu lhe enviasse uma foto, achei pouco, então deixo esse pequeno bilhete para o nosso primeiro encontro.
— Daniel.
Novamente os olhos de Lívia inundaram com suas lágrimas, que dessa vez, deixou rolar. Precisava se esvaziar e se encher de coisas boas. Precisava de carinho, atenção e esclarecer a situação o mais rápido possível.
Caminhou até o banheiro, e enquanto andava, ouviu a voz de Tobias na sala. Se agachou e se esgueirou até o corrimão, sem fazer barulho, ficou na espreita para escutar a conversa.
— E como ela está? — Tobias perguntou ao se sentar no sofá.
— Não sei. Não tive coragem de encará-la — Jocelyn colocou o cabelo atrás da orelha. — Deve estar furiosa.
