Capítulo 6 - Enxergando a verdade

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Rafaela

Eu estava nervosa com aquela festa. Sabia que Danilo agiria como um babaca. Sinceramente, entendia que o término do nosso namoro seria bom para mim, mas ainda era estranho vê-lo se exibindo com outras garotas. Ainda me sentia mal perto dele e ficava com raiva pelo que ele estava me fazendo passar. Mas não voltaria atrás sobre a festa.

Combinei o horário com Lisa e comecei a me arrumar. Comprei um vestido vermelho incrível, tomara que caia colado ao corpo, com um decote em V. Estava me sentindo maravilhosa. Fumaça disse que encontraria comigo depois. Não sei por que, mas me sentia mais confiante sabendo que ele estaria lá, como se estivesse mais protegida e segura.

— Você vai assim? — ouço minha mãe perguntar, enquanto seu reflexo se aproxima de mim no espelho.

— Vou — respondo, levantando o rosto, desafiando-a.

— Tudo bem, eu sabia que esse dia chegaria — responde, sorrindo. — Vou pegar a chave e o documento do carro pra te levar.

Chegamos à festa por volta das 20h30 e já estava bombando. Provavelmente os pais dele não estavam em casa. Entro junto com Lisa, e ela se espanta com o lugar.

— Caraca, Rafa, como não me avisou que ele tinha essa casa enorme? — A casa tinha dois andares e uma piscina nos fundos.

— Não achei importante mencionar — respondo, notando os olhares dos garotos de boca aberta.

Ótimo, era exatamente o efeito que eu queria. Lisa solta um risinho nervoso e vai me seguindo enquanto andávamos por entre as pessoas, em direção aos fundos da casa. A música alta toma conta da festa e, na área perto da piscina, tem um freezer de onde as pessoas estão tirando todo o tipo de bebida, além de uma mesa lotada de petiscos de festa. Procuro Danilo com os olhos e vejo que está encostado em uma parede, conversando com uma garota loira. Lindo. Os cabelos loiros e olhos azuis brilhantes chamando a atenção. Está com uma camiseta colada nos músculos e jogando charme nela, que passa a mão nos braços fortes dele. Respiro fundo e mando uma mensagem pro Léo.

Vou até o freezer e preparo minha vodca com energético, enquanto Lisa me segue, falando sem parar:

— Nossa, tô bem deslocada nesse lugar. Você vai beber?! — respondo com um aceno e um gole. — Rafa, você nem bebe muito, vai fazer merda.

— Ai, me deixa, Lisa!

Vejo um carinha se aproximar para falar com ela e aproveito a deixa para ir até Danilo. Chego perto e, quando ele me nota, percebo que parou uma frase no meio e está com os olhos cravados em mim. A garota me olha com inveja e o chama, tentando em vão manter a atenção dele.

— Oi Dan! — digo, casualmente.

— Rafaela — responde sério, olhando pro meu decote.

Dou um sorriso triunfal e olho pra menina.

— Como é seu nome mesmo? — ela revira os olhos, e Danilo parece sair de um transe.

— Essa deusa aqui é a Luana — ele responde, e ela se infla com um sorriso.

— Que seja — devolvo, irritada, e volto para o freezer para pegar mais um copo.

Mando algumas mensagens pro Léo e vejo que Lisa está se divertindo em uma conversa com um garoto de óculos e outra menina cujo nome não lembro. Viro o que sobrou no copo e encho mais uma vez com vodca. Já me sinto meio tonta, talvez pela falta de costume com a bebida, mas não me importo.

Resolvo dançar um pouco e aí a diversão começa de verdade. Consigo finalmente me soltar e me sentir à vontade. Depois de dançar sozinha por um tempo, resolvo beber mais um pouco.

Olho novamente na direção do Dan, e ele já está se atracando com a Luana. Merda. Sinto o estômago revirar e a raiva subir pelo meu sangue. Meus olhos se enchem de lágrimas, mas consigo contê-las. Gostaria de fazê-lo sentir a mesma coisa que sinto agora.

Resolvo pegar uma garrafinha de Smirnoff Ice e vou até os petiscos comer alguma coisa. Ligo pro Léo e mando mais mensagens.

Queria ele aqui comigo.

*******

A festa continua cheia, e eu estou me sentindo diferente, bem mais solta, além de muito tonta. Encosto-me na parede para não cair e vejo Léo chegar na área da piscina de jaqueta preta e touca. Seus olhos verdes procuram por mim e sinto um calor por dentro. Léo... Quando foi que ele ficou tão lindo assim?

Seu olhar encontra o meu e ele se aproxima devagar, tentando atravessar por entre as pessoas. Ainda estou encostada na parede, segurando a quinta garrafinha de Smirnoff Ice.

Ele se aproxima e olha confuso para a bebida na minha mão.

— Você está bebendo?

— Uuui... sssenhor irritadinho... — tento dizer, demorando mais no S sem querer, meu cérebro está devagar demais.

— Você está bêbada, Rafaela — diz, tomando a garrafa da minha mão e jogando em um lixo próximo.

— Ei! Minha garrafaaaa! — resmungo.

— Vamos embora agora — ele fica irritado.

— Tão lindo assim com raiva... — digo e sem perceber noto que falei em voz alta. Solto uma risadinha estridente e me apoio no pescoço dele. Sinto cheiro de perfume masculino e fumaça. Sempre fumaça. Olho para o lado e vejo que Dan está olhando em minha direção, mesmo com Luana sentada em seu colo.

Em seguida, olho nos olhos verdes e profundos do Léo e quase me perco. Seus braços me seguram com firmeza e ele retribui meu olhar com intensidade.

— Você poderia mmmee beijar agora — digo, meio sem jeito —, tão lindo!

Por um momento, penso mesmo que ele vai me beijar. Meu coração acelera e vejo seus olhos brilharem. Mas nossa conexão se quebra, e o Léo se vira na direção em que eu tinha olhado segundos antes.

— Então era pra isso que me queria aqui? — cospe as palavras com raiva, enquanto se solta do meu abraço. — Pra fazer ciúmes pra esse babaca?

— N-não...

— Porra, Rafaela, não podia escolher outro idiota pra isso? — ele olha em volta, procurando alguma coisa. — Onde está Elisa?

— Não sei. Não precisa ser grosso.

Seu olhar de raiva se suaviza e ele fica ao meu lado, passando meu braço na cintura dele, segurando-me também pela cintura, apoiando para eu andar sem cair.

— Vem, vamos embora — diz com a voz firme.

Meu melhor amigo bad boy - [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora