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Senhora Byun entrou no apartamento saltitante, toda feliz por ter conseguido um cargo melhor na pequena empresa em que trabalhava como contadora. Aparentemente o que ocupava aquele espaço estava desaparecido há quatro meses e mesmo o dono da empresa querendo manter uma boa imagem de alguém que esperaria mesmo que eternamente por seus preciosos funcionários, a ambição de expandir seus negócios era maior e já meteu alguém em seu lugar. Byun mãe comemorou o desaparecimento do homem, claro que depois se auto martirizando pela própria maldade. Depois se perguntava o motivo do filho ser do jeito que era.

Saiu do elevador com um sorriso que o filho herdara perfeitamente grudado no rosto, abriu a porta do apartamento já esperando o mais novo aparecer de repente como sempre, pegar suas bolsas e perguntar se tinha algum assunto interessante, mas se deparou com o vazio. Foi até a cozinha, já se preparando para pegar o garoto no flagra detonando o queijo recém comprado, mas ainda não tinha sinal do mesmo.

Bufou irritadiça quando viu a louça ainda parada na pia, não adiantava quantas vezes mandasse, a criatura jamais lavava. Por fim decidiu ir até o quarto do filho, mesmo que o rapaz odiasse ficar trancado sozinho no quarto, era o último lugar que ele poderia estar.

Abriu a porta com cuidado, a luz do corredor iluminando o cômodo totalmente escuro.

"Mas o que é isso? Pari o Batman?" murmurou e foi até a cama.

Viu a silhueta do menor todo encolhido coberto pelo edredom grosso, juntou as sobrancelhas. Tinha algo errado, a mulher sabia que o menino só ficava daquele jeito quando algo estava incomodando-o.

"Baekkie? Querido, a mãe chegou". Falou baixinho, deslizando a mão pelo que parecia ser o braço.

Recebeu apenas um resmungar, denunciando que ele estava muito bem acordado.

"Vamos, fala pra mamãe o que aconteceu". Se sentou na beirada da cama, descobrindo os pés do filho e colocando os mesmos sobre seu colo.

"Nada, mãe". Respondeu, a voz quase inaudível pelo tempo que estava sem falar.

Pensou em contar para a mãe o que encontrou no apartamento do vizinho, mas sabia que, mesmo sua mãe acreditando, ainda traria problemas. Se não conseguiu convencer a mulher que o outro era um assassino, iria conseguir convencê-la que havia encontrado provas que o alvo era um canibal? Pois foi isso a única coisa que Baekhyun conseguiu pensar sem ser lançado para fora da zona de sã consciência. Além do problema de também meter sua mãe naquilo tudo. Se apenas ele soubesse de algo perigoso era tudo bem, mas jamais deixaria algo acontecer com sua mãe.

E aquilo, aquele sangue que fora ingerido do copo, era uma prova concreta das suspeitas do Byun. Então você agora deve estar se perguntando: "mas o Baekhyun estava tão corajoso e confiante, por que agora com a prova definitiva em mãos, está tão amedrontado? Ele já tinha certeza que o outro era assassino!", o problema, meus caros, é que Baekhyun já tem em plena consciência que é doido. Louquinho. Sabe que no tédio acaba por inventar maluquices, mesmo que ele mesmo se auto convença da veracidade de suas doideiras. Agora, ter a prova ali, tão nítida de que eles moravam, literalmente, na porta ao lado do diabo, ia longe demais de coisas que ele inventava, era real. O vizinho era um assassino real e eles enfrentavam um perigo real.
"Querido, sabe que a mamãe te apoia em tudo, não é? Não tenha medo, fale comigo". Sorriu, mesmo que Baek não pudesse ver.

A mais velha já sabia que o rapaz encolhido no edredom em posição fetal não falaria mesmo que ela insistisse mais. Em toda a existência de Baekhyun, ela se prontificou em ser a melhor amiga do filho única, coisa que conseguiu. Se Byun tinha um problema, ele ia lá e falava com sua mãe, mesmo que os problemas fossem tão íntimos quanto àquela vez que Baekhyun descabelou o palhaço pela primeira vez e não gozou como já tinha ouvido falar. A mãe se lembrava bem do dia em que o filho chegou correndo e do nada disparou: "Mãe! Eu bati punheta, mas não foi como nos filmes, não saiu quase nada e eu só soltei um ar mais pesado. É normal?" Claro que na época a mulher explicou para o menino que nem tudo era como nos filmes -deixou para perguntar que tipo de filmes ele andava assistindo mais tarde-, mas anos depois toda vez que Baekhyun saía do banheiro ela gritava de algum lugar: "Saiu alguma coisa dessa vez?!"

Vampire «Chanbaek»Onde histórias criam vida. Descubra agora