Capitulo 3

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Esperando até que os demônios vençam,

Aguarde-nos para vê-los correr em nossa direção.

Agora eles estão olhando para nós através das árvores.

Nós colocamos de joelhos para nos ensinar uma lição.

Demi Lovato- Smoke and mirrors

Helena Blake

Começo meus pensamentos agora com um pequeno trecho de um belíssimo livro da série literária "As mulheres têm um espécie de magia" da Amanda Lovelace:

" &

Para todas as
Princesas,

Para todas as
Donzelas,

Para todas as
Rainhas.

Vocês já resgataram
A si mesmas

Tantas e tantas
Vezes agora

& eu
Admiro todas
Vocês. "

Sim, eu admiro todas vocês por serem fortes, por não demonstrarem fraqueza perante as coisas fúteis das sociedade, perante as coisas que muitas passam. E agora eu estou me admirando. Me admirando por não ter chorado apesar de tudo que acabei de descobrir, não chorar ao ouvir que os homens aqui provavelmente vão me entregar para o dono de um "cabaré de luxo", não chorar apesar de saber que o único que eu achava me amar me vendeu e me admiro por não ter desmoronado por completo.

Eu queria uma mudança radical, queria sair de casa e viver, sair e não voltar mais. E foi me dado isso. Mesmo não sendo da forma que eu queria. Mas o destino tem um plano, não é? Eu espero que tenha... Não posso dizer que não tenho um pouco de esperanças ainda, na verdade eu já não deveria ter esperança, mas meu coração me impede de parar de acreditar. Algo está me fazendo ter um pingo de esperança, mesmo sendo quase inútil. Será que dará certo? Será que vou viver? Será que vou ser obrigada a me prostituir? Será? Talvez. Não tenho certeza, afinal eles disseram que a marca em meu rosto não favorece os negócios e talvez eu tenha de trabalhar na casa deles como empregada. Não é a melhor coisa, mas é melhor que ter alguém me tocando contra minha vontade.

Parando para pensar agora eu deveria agradecer meu pai pelo tapa já que talvez isso me salve da prostituição ou do suicídio. Será que isso é realmente o destino me dando uma oportunidade de viver de verdade? Mesmo possivelmente me tornando parte do crime já aparentemente eles são de alguma máfia daqui.

- Hey, Blake. - o cara no banco do passageiro me chama.

Direciono meu olhar para ele. É um cara bem bonito, com o maxilar bem marcado, uma boca de tamanho mediano, olhos castanhos e uma pela cor âmbar ou como o dourado do capim recém-nascido sendo banhado pelo sol do entardecer; extremamente belo. Eles haviam tirado as máscaras do rosto quando entraram no carro alegando que como nunca mais me veriam não teria problema em mostrar seus rostos.

- Sim?

De algo serviu ser espancada ao longo desses anos. Coloco uma máscara no rosto e finjo estar calma e relaxada.

- Você não é como as outras que acabavam como moeda de troca.

- Por que diz isso?

- Você não demonstrou medo... na verdade não demonstrou nada.

Dou um sorriso cínico para ele.

- Não adiantaria demonstrar nada ou adiantaria? - levantou uma das sobrancelhas ao perguntar.

- Você é realmente diferente... parece não se importar que somos criminosos já que fica falando com ironia. Deveria tomar cuidado.

- Nenhum cuidado vai me tirar dessa situação. Quem sabe agindo assim vocês não me matam mais rápido?!

- Deveríamos trazer ela para trabalhar com a gente. - Um dos caras ao meu lado se pronuncia - Ela tem atitude e não apresenta medo.

- Se eu trabalhasse com vocês não teria de me prostituir, certo?

- É provável que não.

- Se quiserem eu aceito. Qualquer coisa para não ser tocada por velhos nojentos.

Eles sorriem. Aparentemente eles gostaram da minha atitude meio arrogante e insensível. Não aparentam ser de todo mal, mas também não sou de todo bem. Se eu trabalhar com eles eu posso descobrir algumas coisas e usar para prendê-los ou para fugir mais rápido.

- Vocês não devem ter tanta esperança. Vocês conhecem o KH e sabem como ele é em relação às dívidas do antigo chefe. - o motorista se pronuncia pela primeira vez desde que o vi.

- Irei convencê-lo de uma forma ou de outra.

- Não deveria ser tão arrogante assim. Diferente de nós que não gostamos de matar mulheres, ele as mata sem se importar. É como se ele estivesse descontando sua raiva de assumir esse cargo de merda em todos que entram em seu caminho, seja homem ou seja mulher.

O carro ficou silencioso. Uma fina camada de tensão no ar. Posso não estar demonstrando, mas eu estou com medo de conhecer o tal do JK.

Mais um tempo se passou, não sei quantos minutos ao certo, mas não foi mais que uma hora. Paramos em frente a uma casa, mas que parecia mais um galpão, talvez os dois em conjunto.

Observo o motorista pegar o celular e digitar algo por um tempo. Logo depois ele atende a uma ligação conversando em outra língua com a pessoa que está na linha. Não consegui entender nada, nem ao menos sei que língua é essa. Mas eu encaro o homem fixamente como se entendesse tudo que ele diz. Não entendo nada mesmo, mas por um momento ele fez meu sobrenome e algo muda em sua expressão logo depois. Passa mais um tempo com ele escutando e dando leves respostas e logo depois ele desliga o celular respirando fundo.

- Vamos para casa. - ele diz ao ligar o carro - JK vai esperar a gente lá.

Os outros três soltam arfares surpresos e me olham em seguida. Não entendi nada, mas parece que tem algo a ver comigo já que a expressão do motorista mudou depois de dizer meu sobrenome. Estranho... isso não está certo! Algo está muito errado!

- Por que estamos mudando de local? - criou coragem para perguntar.

- JK quer te conhecer pessoalmente... você não será mais vendida como prostituta. Devo dizer que está de parabéns. Não devia ter duvidado do seu poder ao tentar entrar no nosso "grupo".

Fico alarmada, mas nada digo ou demonstro. Isso não me cheira bem, nada bem. Jk quis me ver só pelo meu sobrenome o que me faz acreditar que ele me conhece. Mas de onde? E por que ele quer me ver?

 Mas de onde? E por que ele quer me ver?

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Russian Roulette (Fisico pela uiclap)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora