Parte 3 - Medo e Luz

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Anabel olhou ao redor: todos aqueles túmulos que os cercavam traziam pensamentos estranhos

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Anabel olhou ao redor: todos aqueles túmulos que os cercavam traziam pensamentos estranhos. Ela começou a considerar o fato de que aquele lugar iria se tornar seu tumulo também. Seus avós não podiam ajudá-la. Ana Imaginava quantos outros viajantes antes haviam chegado ali e perecido, sem que também ninguém viesse ajudar. Sabe-se lá o que pensaram em seus últimos e horrorosos momentos. A escuridão, o cansaço, a chuva e o frio intenso eram inimigos perversos.

- Ana - Elias sussurrava. - Você deve me deixar aqui!

- O que?!

- É isso mesmo, escute-me! Está claro que não posso continuar, vá!

- Não fale asneiras, Eu nunca iria deixar você aqui! A ideia foi minha, lembra-se?

Elias escorregou lentamente, caindo sobre o chão cheio de lama. Anabel tentava reanima-lo, porem o garoto pareceu não querer mais ficar de pé.

- Vamos Elias, eu não posso carregar você!

O garoto não respondeu. Ela insistia tentando reanimá-lo de todo jeito, mas o rapazinho parecia desmaiado, ainda que tremesse de frio. Elias era pequeno, mas pesado. Arrasta-lo pelo do chão cheio de lama seria muito difícil. Então, quando as coisas pareciam não ter mais como piorar, e Anabel sacudia o amigo para que este voltasse a si, ouviu um barulho incomum. Um zumbido mais alto que o barulho da chuva, um zumbido que a gelou e amedrontou e os pensamentos da garotinha já não mais distinguiam se era algo real ou sua mente confusa. Em um instante havia esqueletos vindo até ela, um atrás do outro, cercando-a por todos os lados. Ana achou que agora sua imaginação mais uma vez lhe pregava uma peça, mas contrariando seu pensamento os esqueletos avançavam, tornando-se cada vez mais próximos. Uma miragem na chuva? Ana ajoelhou ao lado do desmaiado Elias, tomando-o entre os braços, e apertando-o fortemente. Percebia, por sua tremedeira incessante e bater de queixo, que ele estava mal.

- Zuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu...

A garotinha indefesa tentou enxergar melhor. Não, não era ilusão. Seus passos era pesados, esmagando o que havia pela frente. Eles carregavam lanças, restos de machados, escudos e outros pedaços de armas destruídas. Estavam cobertos de limo e restos de cabelo e pele, restos de galhos presos entre os ossos, capacetes incompletos, despedaçados. Apesar de tudo estar tão escuro, ela os distinguia de forma clara, percebendo suas expressões paralisadas e sem vida. O zumbido vinha daqueles montes de ossos, aliados a um cheiro de podridão que lhe embrulhou o estomago. Era como se as criaturas jamais houvessem sido pessoas, e sim monstros!

Já não podia contar quantos se aproximavam, lentamente, cercando-a. Ana se lembrou do espectro, e de sua forma traiçoeira de agir, mas com aqueles esqueletos não teria a mesma sorte. Os montes de ossos chegaram bem perto, e quando pareceram próximos o suficiente para poder agarra-la, eis que Anabel emitiu uma luz verde e intensa, que começou a aumentar sem que ela fizesse absolutamente nada!

O Sagitário De SamechOnde as histórias ganham vida. Descobre agora