Capítulo 5: Sussurros

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Assim que o jantar foi encerrado, Sarah, junto com Sam e Charlotte, foram para o Salão Comunal da Sonserina. Ainda é tão estranho andar acompanhada. Durante o jantar, Sarah conversou um pouco mais com Sam, mas principalmente com Charlotte. Sarah percebeu que nunca tinha chegado a realmente conhecer as duas, pois em apenas um jantar, ela descobriu que as três tinham mais em comum do que pensava. Sam foi quem mais ajudou, sempre a inteirando na conversa. No começo, Charlotte ficou meio receosa, olhava para Sarah como se fosse uma intrusa, mas conforme elas foram conversando, foi ficando cada vez mais fácil. No final do jantar, Charlotte já estava pedindo para chama-la de Cher.

Sarah pensara que teria que conversar com um dos meninos pertencentes a gangue de Riddle, mas não, eles não falaram com as meninas, e nem as meninas com eles. Só de vez em quando o Jason falava com Cher, mas era só com Cher, já que é irmã dele. Quando Sarah perguntou para a Sam (descaradamente) se o fato de eles não estarem conversando era por causa dela, ela disse que não, que os meninos normalmente não conversam no jantar com elas, só se fosse alguma coisa estritamente necessária. Sarah não entendeu muito bem o que ela quis dizer, mas também não questiona, ainda não sabia se já era intima o bastante para isso. É estranho o fato de eles não falarem com as duas meninas, já que a escola inteira pensa que eles são um grupo de amigos bem íntimo, mas Sarah fica surpresa em perceber que as meninas não são tão próximas dos meninos como parece. Mas isso não impediu que elas ficassem amigas.

Foi igual ao que aconteceu com as meninas no trem, num momento elas mal sabiam os nomes umas das outras, e no outro já eram quase como melhores amigas. Sarah então se lembrou das meninas, e principalmente de Hanna, que é uma nascida-trouxa. Sarah não sabia sobre o que Sam pensava a respeito, mas Sarah tinha certeza que se Cher descobrisse que tinha uma amiga "sangue ruim" ela iria ficar furiosa. A família Avery, assim como todas as famílias dos sagrados 28, são extremante preconceituosos, e Sarah não podia culpar Cher, afinal, ela foi criada com pais ensinando que nascidos-trouxas eram gente suja e demonizadas, que roubaram a magia que têm. Sarah certamente não acredita em nada disso, mas se ela vivesse no mundo onde Cher vive, com a família que ela tem, para eles isso era fato, Sarah não fazia a mínima ideia de como seria nascer em uma família assim, por isso ela sabia que não poderia culpar Cher e nenhum dos outros por serem do jeito que são.

Quando chegam ao Salão, a maioria dos alunos vão para seus quartos se arrumar para dormir, e Sarah percebe que alguns alunos ficam no sofá da Sala Comum, esses alunos que ficaram são os monitores do sexto e sétimo ano se preparando para a ronda noturna. Sarah rapidamente se lembra que Riddle está mais atrás, com sua gangue, então ela se senta junto com os outros monitores e espero ele chegar.

Quando Riddle entra no salão, ele logo percebe os monitores e vai ao encontro de Sarah. Um pouco antes de Riddle chegar, os monitores do sexto ano já haviam ido para sua ronda.

-Vamos

Fala Riddle com aquela expressão vazia de sempre, com um voz cheia de autoridade. Sarah não fala nada e simplesmente segue a sua frente. É claro que ela ainda está um pouco irritada pelo que ele fez com ela, mas deveres de monitor sempre vem primeiro.

Sarah e Riddle começam a caminhar, indo em direção ao segundo andar. Sarah nota a ironia de justo eles dois terem que cuidar do andar com o banheiro interditado que gerou tumulto na escola, já que foram eles mesmos que acharam o banheiro daquele jeito. Agora o corredor está limpo como se nada tivesse acontecido, graças a magia. Mas havia uma placa dizendo "interditado" na porta do banheiro feminino, que está fechado.

Enquanto eles andam pelo corredor, nenhuma palavra é dita, e o silencio é confortável, silencio é sempre confortável, tanto para Sarah quanto para Riddle.

-Por que você se sentou com as meninas hoje no jantar Lancaster?

Pergunta Riddle, quebrando o silencio agradável.

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