Madame Stacy

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Como de costume, madame Stacy ajoelha-se e começa suas orações antes de dormir. O dia foi muito cruel com suas pequeninas, e ela pede para que isso não se repita. Ela acredita que se pedir com jeitinho talvez Deus possa lhe ouvir.
- Dê-me o que merecer, seja do contra ou a favor a minha vontade. Tira o ódio e põe mais perdão, tira toda crueldade que ainda resta no meu coração. Seja na terra ou em qualquer outro lugar, sem sua penitência não devo ficar. Amém! - reza Stacy sua oração diária.
De repente o telefone toca e Stacy logo interrompe suas palavras de fé para atendê-lo.
- Sim, é ela, pode falar. Uhum, isso mesmo. Oi? Mas isso não é possível senhor... Elas não fizeram nada para condená-las desta forma. Não... Na... Não senhor, daqui elas não saem. Desculpa, mas tenho muito serviço agora. Tenha uma boa noite! - A senhora de 38 anos desliga o telefone numa extrema grosseria.
Após desligar ela sai correndo até o quarto das garotinhas e sem mais nem menos acorda as cinco meninas que lá dormia. Pede urgentemente para que levantem e arrumem logo suas malas. Todas olham assustadas para a Madame Stacy, mas não contrariam suas ordens, afinal ela é a dona do orfanato onde vivem. Ela sabe o que está fazendo, ou pelo menos acha que sabe.
- Para onde vamos, madame Stacy? - pergunta Luzia, a órfã mais nova.
- Para bem longe daqui, é o que espero. Vamos, mais rápido! - apressa Stacy.
Passava das onze quando o orfanato da madame Stacy foi invadido por dois homens fortes e fardados. Eles estavam a procura das crianças, mas não encontraram nada além do vazio que fazia arrepiar até a espinha, causado por aquele lugar. Stacy havia acabado de fugir com as meninas para bem longe, evitando deixar qualquer rastro que denunciasse sua localização.

***

Stacy achou que bem longe dalí estaria segura com Ana, Frida, Anastasia, Sabrina e Luzia, as órfãs que ela cuida desde que seus pais morreram ou abandonaram. Cada uma tinha uma história diferente, mas todas muito triste.
Ana por exemplo foi salva de um incêndio que aconteceu na sua casa quando tinha apenas três anos de idade, hoje tem quinze, foi a primeira garota a chegar no orfanato e nunca foi adotada. Frida foi encontrada recém nascida dentro de camburão de lixo, poucos dias depois de Ana aparecer, sendo assim a segunda a chegar na casa, hoje tem 12 anos. Anastasia foi a única sobreviver de um atentado que sofreu quando tinha apenas quatro meses de vida, foi encontrada sub-terrado depois de algumas horas quando um homem bomba explodiu próximo a sua casa, atualmente a menina possui 10 anos. Sabrina e Luzia são irmãs gêmeas, ao que tudo indica seus pais as deixaram na porta do orfanato e partiram para não mais voltar, hoje elas têm sete anos, são as mais novas entre as outras.
Stacy ainda está no meio do caminho com as crianças, elas correm bastante e discretamente para que ninguém as encontre. Uma vez o pai de Stacy, Sr. Gregory, disse que sempre terá um lugar na sua casa para a filha e as cinco meninas. Aproveitando a oportunidade a madame do orfanato se refugia na casa do seu pai. Ele mora afastado da cidade então as seis estarão seguras nesse lugar.
- Quando vamos chegar? Estou com fome - pergunta a pequena Luzia.
- Já estamos chegando, aguente só mais um pouco - responde madame Stacy sem parar para respirar.
- De quem estamos fugindo mesmo? - mais uma criança pergunta, dessa vez é Ana, a órfã mais velha.
- Apenas continuem andando, vai ser para nosso bem!
Stacy está muito cansada, dá para saber ouvindo sua voz ofegante, mas ela não para nem para descansar. Os capangas podem está lhes perseguindo. Ela só se sentirá segura quando estiver no mesmo teto que o Sr. Gregory.
Foram horas de caminhada, as meninas estavam muito exaustas, mas por fim conseguem chegar ao destino. A madame toca a campainha e com um sorriso de "bom te ver" recebe-a o Sr. Gregory. Ele as mandam entrarem, e já dá a ordem.
- Sintam-se em casa, afinal ela também é de vocês - fala o simpático senhor. - Bom Stacy, o seu quarto continua do jeito que você deixou, poderá ficar lá com as garotinhas. Vou buscar alguns cobertores e travesseiros, você pega uns conchonetes nas dispensa. Deve ter uns três lá, não sei direito.
- Tudo bem, papai! - recebe, Stacy, as ordens do seu pai.
A Madame Stacy leva as crianças até o banheiro, banha com cuidado cada uma delas e depois as conduzem até a cozinha para comer algo antes de dormirem. O Sr. Gregory já estava sentado na mesa quando as meninas chegaram. Há um banquete dos Deuses, preparado pelo velho senhor, como vive sozinho teve que aprender a se virá em relação as suas refeições, que por sinal não são qualquer coisa. De uma simples torta até um caprichado croissant , tem de tudo um pouco.
Passava da meia noite quando acabaram a ceia e foram se arrumar para dormir. Ana, Luzia e Sabrina dormiram juntas a Madame Stacy, no quarto dela, nos três colchões que ela encontrou na dispensa. Anastásia e Frida dormiram na cama do senhor Gregory, já que a cama era de casal as duas ficaram confortáveis. Já Gregory se ajeitou no sofá, junto a um enorme cobertor grosso e alguns travesseiros.
Madame Stacy está num sono profundo, ela disse uma vez que nunca sonhou, apenas teve pesadelos, esse é mais um.
Ela está deitada no tapete de um quarto desconhecido brincando de bonecas, ela parece uma meninha que acabou de ganhar um brinquedo do pai. Mas alguém entra no quarto e tenta tomar uma de suas bonecas. Stacy as segura com firmeza e sai correndo para outro quarto. Agora volta a deitar no tapete e brincar com suas bonecas. Não dá para comparar sua felicidade. Ela as colocam para tomar banho, em seguida dá comidinha imaginária e depois põem para dormir. São cinco bonequinhas de pano com cabelos coloridos feitos de lã. Todas diferentes umas das outras, apenas duas são muito parecidas, mas mesmo assim é possível notar alguns detalhes que as diferenciam. Stacy está muito sorridente com elas, colocam três para dormirem num lugar e as outras duas no outro lado. Assim que Stacy deita ao lado das três bonequinhas que estão deitadas ao lado do criado mudo, algo assusta. De repente uma luz se acende no corredor e alguém, entra grosseiramente no seu quarto, é a mulher que que sempre está nos pesadelos de Stacy. Ela tenta arrancar dos seus braços as bonequinhas e manda que se deite na cama. Stacy não obedece, e a mulher loira e alta, aparentemente com 35 anos, pega pelo braço e a força tomar um comprido, a princípio Stacy resiste, mas é questão de persistência para não resistir. Ela simplesmente engole o remédio e em poucos segundo fica um pouco tonta, mas não solta suas bonequinhas. Em seguida cai na cama e tudo desaparece.
Dessa vez o pesadelo foi muito cruel com Stacy, mas ela já está acostumada com eles. Bastou um...dois...três segundos para a injustiçada ser novamente madame Stacy.

Olá galera, estou de volta ao wattpad, dessa vez com um mistério que vai te corroer por dentro. Espero que goste. Comenta o que achou e não esqueça de votar com a estrelinha ^^

Publicarei um capitulo novo toda sexta feira.
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