Capítulo 53

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Lucas estava terminado de vestir o terno e repassando os compromissos do dia, quando o celular bipou. Ainda com a gravata nas mãos, pegou o aparelho e esqueceu de tudo.

Consulta às 10:30 com dra. Suzana.

Olhou o relógio, ainda não eram oito horas. Dava tempo tomar café e ir para lá com calma, embora sua vontade fosse sair correndo naquele minuto.

Não acreditava que Isabel tivesse mudado de ideia. Ela tinha sido tão enfática quando disse que não queria vê-lo que Lucas temeu que a ex-esposa parasse de responder as suas mensagens e se arrependeu de ter insistido em acompanhá-la nas consultas.

Mas, graças a Deus, ela tinha cedido e agora ele ia estar perto da sua garotinha!

Ele ligou para o escritório, desmarcou todos os compromissos que teria naquele dia, trocou o terno por uma camisa polo e um jeans e saiu de casa, sem se dar conta de que assoviava baixinho.

Depois de um café reforçado — fazia tempo que não comia com tanto apetite — dirigiu até a clínica e chegou com mais de meia hora de antecedência. Procurou Isabel na recepção, mas ela ainda não estava ali.

Pegou um jornal e tentou concentrar-se nas notícias, mas a ansiedade não deixava. As letras ficavam dançando à sua frente e ele não conseguia sair da primeira frase. Finalmente desistiu e largou o papel.

A porta rangeu ao ser aberta e Lucas ergueu a cabeça a tempo de ver Isabel entrar. Ela usava uma legging preta, uma camisa branca de manga longa, com os punhos e a barra rendados e sapatilhas pretas. No ombro, uma bolsa gigante preta com tudo o que ela pudesse precisar e um pouco mais.

Ela pareceu não notá-lo e, depois de falar com a recepcionista, sentou-se no lado oposto ao que ele estava, tirou um livro da bolsa e começou a ler.

Lucas engoliu em seco, levantou-se e foi até ela, sem deixar de pensar no quanto ela estava linda. Ela ficava ainda mais radiante quando estava grávida.

— Isabel.

Ela fechou o livro e guardou-o na bolsa.

— Eu achei que você não fosse vir.

Ele abriu a boca para perguntar como ela podia pensar uma coisa dessas, mas então lembrou que tinha esquecido de responder a mensagem dela.

Sentou-se ao lado dela e entrelaçou as mãos, sem saber o que dizer.

— O vestidinho é muito bonito. Ela com certeza vai ficar linda com ele.

— Isabel — a enfermeira chamou e os dois se levantaram.

Isabel ia na frente e Lucas percebia que ela tentava não esbarrar nele, objetivo dificultado pelo corredor estreito. Entraram no consultório médico e dra. Suzana se levantou para cumprimentá-lo. Ele gostava da médica, ela tinha feito o pré-natal de Gabriel e tinha sido uma gestação tranquila.

Depois que a médica verificou o peso, a pressão arterial e o diâmetro da barriga de Isabel, Lucas fez todas as perguntas de que conseguiu lembrar e a médica respondeu tudo o que Isabel já tinha lhe dito.

— Bem, já que a mãe e o bebê estão bem, vou lhe dar a liberação que você me pede toda vez Isabel...

Liberação? Para quê?

— Você não pode estar pensando em voltar a trabalhar neste estado, Isabel!

— Trabalhar? Quem falou em trabalhar? — a médica estranhou, enquanto Isabel o fulminava com os olhos. — Você não precisa mais de tanto repouso, Isabel, então pode voltar a frequentar a terapia.

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