15- Você aqui?

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Alguns dias se passam e vovó continua em coma. Ela já melhorou bastante, mas não o suficiente para acordar.

E eu nunca mais tive notícias de Coral. Ela não falou comigo em sonhos. Eu tentei falar com ela, mas eu não sem como se faz isso. E me teletransportar também não posso, pois a qualquer momento pode chegar alguma notícia de vovó, e se eu não estiver aqui, meu pai é capaz de chamar a polícia.

Katânia também anda muito esquisita. Ela continua dando uma de boazinha comigo. Até está me dando conselhos sobre Cauã.

- Eu não acho que ele seja o rapaz certo para você. Ele é tão...sei lá. Não combina contigo. - Falou.

Não entendo por que ela não gosta de Cauã. O que ele fez para ela? E outra, como ela sabe sobre nós dois?

Estou começando a ficar preocupada com Coral. Ela nunca deixou de dá notícia e some do nada? Espero que ela esteja bem.

Eu e Cauã estamos cada dia mais apaixonados. Estamos esperando o momento certo para poder falar com meu pai. Só espero que Seu Jorge não fique de implicância com a gente.

Agora estamos a caminho do hospital. Os médicos disseram que a presença da família é muito importante para a recuperação dela. Eu passo o tempo todo ao lado dela. Conversando com ela. Dizendo que todos estamos bem e pedindo para ela ter forças e não desistir nunca.

Eu e Katânia descemos do carro e esperamos meu pai estacionar.

- Como está indo você e Cauã? - Ela perguntou e eu não respondi. - Por que você não quer conversar comigo? Estou tentando ser sua amiga, mas você não se abre, não permite que eu me aproxime de você. Por que?

- Porque eu não quero ser sua amiga. E não estou entendendo o porquê dessa sua mudança comigo. Você nunca tentou ser minha amiga, muito pelo ao contrário. Você sempre fez de tudo para me manter afastada, principalmente do meu pai. Agora eu que pergunto, por que essa mudança repentina?

- Porque estou tentando estabelecer uma amizade entre nós. Mas você complica demais.

- Do que vocês estão falando? - Meu pai chegou perguntando.

- Nada de interessante. - Eu disse.

- Vamos entrar, quero ver meu amorzinho logo. - Disse meu avô. Ele contava os minutos para vê-la.

Entramos e fomos direto para o quarto em que vovó está. Sentei ao lado dela. Era como se visse ela dormindo.

- Minha Carmem. Você não sabe a falta que está me fazendo. - Disse meu avô, segurando a mão dela. - Filha, você pode ir buscar um suco para mim, por favor? - Ele me perguntou.

- Claro, já voltou. - Falei já saindo.

Vou até o refeitório que fica no andar de baixo. Passo por várias pessoas doentes, médicos e enfermeiros correndo, pessoas desesperadas...É uma tristeza só.

Quando passo pela recepção, uma pessoa me acha atenção. Uma menina loira de olhos azuis que eu conheço muito bem.

- Coral? O que você está fazendo aqui? - Perguntei surpresa.

- Iara! Finamente te encontrei. - Ela levantou - se e me deu um abraço. Puxei ela para um canto onde ninguém pudesse ouvir nossa conversa.

- Mas o que você está fazendo fora d'água. Eu nem sabia que você podia sair.

- Opa! Hehe, foi mal não ter contado sobre isso. É que eu fiquei sabendo dá sua avó e resolvi ver como ela está. Tentei entrar no quarto dela, quando estava quase curando ela, uns médicos apareceram e me tiraram de lá.

- Então foi por isso que era melhorou tão rápido. Sei nem como te agradecer. - Abracei ela quase chorando.

- Me agradecer é fácil. Só precisa me dá pouco da sua energia.

- Que? Como assim minha energia ?

- É que eu gastei a minha toda andando pela cidade, e agora não tenho como voltar para o rio. - Ela fazia uma cara engraçada, que me fazia rir mesmo sem querer.

- E como faz isso? - Perguntei curiosa.

- É bem simples. Eu só preciso pegar na sua mão e me concentrar bastante. Você pode se sentir um pouco tonta. - Olhei para ela assustada. - Mas não precisa ter medo. Eu sei a hora de parar.

- Tá bom estão. Vamos no banheiro. Lá ninguém vai nos ver.

Fomos para o banheiro e entramos em um dos box. É mais seguros caso alguém entre.

- Me dê sua mão. - Coral pediu e eu dei. A minha mão está tremendo de tão nervosa que estou. - Fiquei calma. Nada vai acontecer.

Ela fechou os olhos e eu fiquei observando. Menti uma picada na mão, como se estivesse tirando sangue, só que sem dor alguma. Comecei a me sentir cansada e a cabeça começou a girar. Acho que Coral percebeu, porque de imediato ela soltou a minha mão.

- Está tudo bem? - Ela perguntou preocupada.

- Está sim. Só estou me sentido como se tivesse corrido dez quilômetros.

- Bom, tenho que ir agora. Espero que sua avó melhore, já que eu não pude cura-la de vez. É obrigado pela energia. Não sei o que faria se não fosse você.

- Eu que agradeço. Se não fosse por você, minha avó ja teria morrido. Muito obrigado mesmo. - Eu a abracei. Sinto uma gratidão enorme por ela.

- Saia daqui, por favor. Se não você vai ser levada comigo. - Ela pediu. - Qualquer coisa eu falo com você quando estiver dormido.

- Está certo. Boa sorte! - Falei,saindo do box. Um segundo depois, ela já não estava mais lá.

Acabei esquecendo de perguntar como faz para se comunicar através dos sonhos, mas isso depois eu pergunto.

Agora vou buscar o suco de vovô. Ele ja teve está preocupado com a minha demora.

A Última Sereia  (Completo)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum